In Cold Blood

In Cold Blood Truman Capote




Resenhas - In Cold Blood


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Pandora 15/02/2021

Todo ato de violência é chocante. Um ato de violência totalmente sem sentido, proferido quatro vezes, contra quatro inocentes, muito mais.

Em novembro de 1959, a paz da pequena cidade de Holcomb, no Kansas, foi abalada pela chacina da família Clutter: pai, mãe e os dois filhos menores foram assassinados a sangue frio dentro de casa, de madrugada. Até chegarem aos assassinos, o clima na cidadezinha era de insegurança: quem mataria uma família tão influente e querida? Por quê? Seria o assassino um deles? Estariam correndo perigo? Mas uma pista levou os responsáveis pelo caso a dois ex-detentos: Perry Smith e Dick Hickock.

O que temos aqui é uma narrativa pioneira, considerada a primeira obra de New Journalism (Novo Jornalismo ou Jornalismo Literário): une técnicas jornalísticas a ferramentas literárias para contar um fato. É também uma leitura muito, muito difícil. Na parte da invasão à casa, tive que parar várias vezes. Por mais que não tenha sido exatamente como o relatado, você sabe que os assassinatos foram reais. E Capote humanizou muito todos os envolvidos - os assassinos inclusive -, de uma forma que não dá para sair incólume.

In Cold Blood é considerada a principal obra do autor e também foi alvo de várias controvérsias, entre elas que Capote inventou várias cenas - apesar de sempre afirmar ser tudo 100% real -, que teria tido um “caso” com Perry Smith e que, por isso, o retratou de maneira muito mais sensível do que retratou Dick Hickock. De qualquer forma, é um relato muito bem escrito e cheio de detalhes, que rendeu à Truman muito dinheiro.

Sobre a minha experiência, devo dizer que foi bem vasta: o livro me levou a muitos artigos e reportagens (a voz do Capote, gente!!!), fotos (algumas bem desagradáveis), entrevistas, documentários e filmes baseados no livro. Por tudo isso, apesar do dificílimo tema, dou nota máxima.

Uma peculiaridade sobre este livro é que Truman Capote foi para cidade de Holcomb acompanhado de Harper Lee, a autora do famoso O sol é para todos (que ainda não havia sido lançado). Curiosamente, os dois viveram numa cidadezinha chamada Monroeville, no Alabama, que tinha cerca de mil habitantes. Ela, porque era nascida lá; ele, porque passou uma temporada na casa de parentes. Dois seres tão opostos, ele extravagante e ela reservada, se uniram numa amizade que durou anos, foram juntos para Nova York e se tornaram escritores famosos.

O objetivo de Capote em Holcomb era entrevistar os moradores da cidade para uma reportagem que ele publicaria na revista The New Yorker. Acontece que o autor era muito excêntrico às vistas dos moradores da cidadezinha e quem quebrou o gelo foi Harper Lee - na época ainda a desconhecida Nellie -, aproximando-o da comunidade, facilitando as entrevistas, acompanhando-o. Porém, Truman Capote não deu nenhum crédito ao trabalho dela. Apenas lhe dedicou “parcialmente” o livro, juntamente com Jack Dunphy, que era o companheiro do autor. Sem mais. A amizade nunca mais foi a mesma; não só por isso, mas foi a gota d’água. Fonte: Letras In.Verso e Re.Verso.
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Estrela 19/03/2023

Eu esperava um livro mais na linha documental, porém é mais como uma novela baseada em fatos reais. E não entenda isso como algo ruim, pois deixou a história interessante.

E mesmo sendo uma novela, saber que o autor pesquisou e entrevistou sobre o caso, dá-se uma maior profundidade.

Gostei da abordagem da psiquê dos assassinos, vê-se que são humanos mesmo tendo feito algo monstruoso.
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stellasays 25/01/2015

Trata de uma história real, um assassinato ocorrido em 1959 no Kansas. Uma família de quatro pessoas foi friamente morta e ninguém conseguia descobrir o que aconteceu. Tudo levava a crer que era um crime perfeito. Não havia pistas, motivo, nada que levasse as autoridades até os assassinos. Todo o mistério por volta desse evento levou Truman Capote a se interessar pela história, resultando nesse livro maravilhoso.
O livro se divide em quatro partes: The Last to See Them Alive (Os Últimos a Verem Eles Vivos), Persons Unknown (Pessoas Desconhecidas), The Answer (A Resposta), The Corner (O Canto – mas acho que uma boa tradução pra essa parte seria Encurralados, pelo significado do capítulo mesmo).
A primeira parte vai do início até a página 74 da minha edição (VINTAGE INTERNATIONAL EDITION, JULY 2012). Aqui o leitor é apresentado à família Clutter, as vítimas. A família é constituída por Herbert Clutter, sua esposa, Bonnie, e seus dois filhos, Nancy e Kenyon. O patriarca da família é descrito como um homem sério, porém pacífico e honesto. Ele é um ótimo chefe e muito querido por seus poucos amigos. Poucos porque ele não é exatamente uma pessoa fácil de agradar, é bem seletivo e intolerante com os vícios alheios. Sua esposa, Bonnie, é muito sensível e depressiva. Após ter dado luz a quatro filhos – duas filhas mais velhas, que não moram mais com eles, e os dois mais novos citados acima – ela passou a sofrer depressão pós-parto e ainda não se recuperou bem. É uma mulher um pouco nervosa, mas controlada. Sente-se inútil pelos filhos serem tão independentes dela. A filha, Nancy, é uma jovem perfeita. Ela possui todas as qualidades de uma digna Belle of the South. Sempre cuidando de todos e mostrando-se solicita e atenciosa. Apesar de vários compromissos ao longo do dia, ainda encontra tempo de ter um namorado, Bobby, com quem não vê muito futuro, apesar de gostar muito dele. Kenyon, o filho mais novo, é um rapaz sensível como a mãe e um pouco revoltado. No entanto, parece ser descrito como um bom menino no geral.
Os capítulos sobre a família são intercalados com capítulo sobre os assassinos, Dick e Perry, e como eles estão se preparando para o ataque a casa. Aqui, Capote vai apresentar essas pessoas e suas diferentes personalidades, sendo o primeiro mais impulsivo e convencido. Ele precisa contar vantagem o tempo inteiro, o que demonstra muita insegurança. Insegurança esta percebida pelo segundo, Perry, que demonstra maior sensibilidade e profundidade. Provavelmente a caracterização do Perry Smith se deve ao relacionamento próximo entre ele e Truman Capote. Imagino que isso possa ter influenciado o desenvolvimento maior dele na narrativa.
Toda esta primeira parte serve como contextualização do que virá em seguida e, também, como forma de humanizar todas essas pessoas (inclusive os criminosos). O leitor é mergulhado nesse universo sulista, nos momentos finais dessas vidas. É difícil não sentir certa empatia e pena por todos os envolvidos.
A segunda parte vai da página 75 até 155. Aqui conhecemos o detetive principal do caso, Mr. Dewey e também um pouco mais sobre o passado dos criminosos. Percebemos que da mesma forma que Capote vai construindo o caso, ele vai desconstruindo o emocional tanto do detetive, quanto do Dick e do Perry. Ele faz isso através de pequenos detalhes: escolha dos adjetivos, ordem dos capítulos, momentos que ele decide compartilhar sobre os indivíduos. Enquanto um capítulo mostra a falta de consideração e estrutura do Dick, o outro mostra sua imaturidade e certo grau de “”inocência””. O mesmo acontece com o Perry, o qual é descrito como o tipo de pessoa que chora quando ouve uma bela melodia ou assiste ao pôr-do-sol ao mesmo tempo em que não sente remorso algum em assaltar um loja ou planejar um assassinato.
Dewey tem basicamente o mesmo ponto de vista que o leitor. Ele quer saber o que aconteceu, como aconteceu e porquê aconteceu. Conforme o tempo passa e nada é descoberto, ele vai desenvolvendo um sentimento de impotência muito grande, coisa que também aconteceu comigo durante a leitura. Você sabe o que vai acontecer, que aquelas pessoas vão ser assassinadas, mas você não pode fazer nada a respeito. Ao longo do livro, essa impotência gera um desejo de vingança. Ele quer ver os criminosos pagarem, e assim também quer o leitor. Quanto mais adorável parecem as pessoas da família Clutter, mais você se revolta pelo que foi feito a eles.
Na parte três, que vai da página 157 até 248, temos o capítulo introdutório que já revela, finalmente, para os detetives quem são os assassinos e porquê eles foram para aquela casa especificamente. O delator é um presidiário chamado Floyd Wells, que esteve encarcerado junto ao Dick e que comentou com ele sobre esse fazendeiro muito rico no Kansas pra quem ele já trabalhou. Dick fica interessado e começa a fazer várias perguntas sobre a propriedade e a família. Floyd diz que deve ter um cofre na casa e Dick decide, então, ir até lá assim que conseguir a liberdade condicional. Neste momento, ele diz para Floyd que vai assaltar o cofre e não irá deixar testemunhas. Para tanto, ele entra em contato com um ex-companheiro de cela, Perry, que já está em liberdade condicional e avisa que tem um plano “de matar”.
O problema é que não havia cofre algum na casa. E, de acordo com os relatos dos vizinhos, também não havia dinheiro, já que Mr. Clutter não tinha o hábito de usar dinheiro vivo, apenas cheques. Então nessa parte é que começa realmente a busca pelos assassinos para tentar apreendê-los, conseguir uma confissão e, finalmente, o relato do que realmente se passou na casa. Isso não é fácil e leva bastante tempo.
Quando Perry e Dick são presos, ficamos sabendo do que aconteceu e eu realmente não queria dar spoilers do que acontece aqui e de como o leitor descobre o que aconteceu na casa, porque é o grande clímax do livro e acredito que saber como isso acontece quebra o ritmo e o impacto da cena. Basta dizer que é muito chocante e que o título passou a fazer muito sentido depois disso. É de uma frieza e desligamento impressionantes.
A parte final vai da página 249 até 343, onde termina o livro. Aqui acontece o julgamento, que me remeteu muito ao The Crucible, já que não existe defesa real, a comunidade já os condenou à forca (literalmente) e levá-los ao júri popular foi um teatro para agradar a sede de sangue da multidão. Não estou querendo dizer que eles não fossem culpados, eles confessaram o crime. Mas que aqui começa outra discussão: pena de morte, não seria isso também um crime? Os assassinos não recebem em momento algum o direito à prisão perpétua, isso porque seria fazer com que o dinheiro dos impostos estivesse sendo gasto com esses criminosos irrecuperáveis. O problema todo é que eles estão sendo condenados porque tiraram uma vida pensando só no dinheiro, mas tirar a vida deles por causa de impostos, não seria a mesma coisa? Não seria isso ter também “sangue frio”? Claro que não num mesmo grau, mas é algo a se pensar.
O livro termina com o detetive, Dewey, assistindo a execução dos assassinos e dizendo que ele pensou que este seria o clímax da história, que haveria algum tipo de gratificação pessoal. No entanto, tudo que resta é uma sensação de culpa (as mãos dele estão manchadas de tinta e achei uma ótima referência à ideia de que as mãos dele também estão “sujas”, ele também é responsável por tirar uma vida).
Este é um livro sensacional. A escrita do Capote, por mais que com um teor jornalístico muito presente, é absurdamente fluida. Ele narra os acontecimentos de uma forma bem envolvente e bem construída. Recomendo muito! 5 estrelas!

site: http://custella.blogspot.com.br/2015/01/210115-in-cold-blood-truman-capote.html
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Carolina 03/06/2020

O fato de termos consciência da veracidade de tudo que é retratado no livro o torna bastante difícil de ser lido, porém incrivelmente construtivo. A forma como o autor traça o perfil dos assassinos, nos explica suas vidas e depois discute as consequências dos seus crimes na cidade onde foram cometidos, é com certeza o que torna esse livro um grande clássico. Além disso, o autor aborda discussões importantes como a sentença de morte.

Por fim, o último capítulo desse livro é um dos que mais me cortou o coração em toda minha vida.
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Kel Cesar 15/02/2021

"Porque quando uma coisa tem de acontecer, tudo que podemos fazer é desejar que ela não aconteça, ou o contrário, dependendo. Enquanto vivermos há sempre algo a espreita e, mesmo que seja uma coisa ruim, e você saiba que é ruim, o que se vai fazer? Não podemos parar de viver." (Truman Capote, em A Sangue Frio)

A escrita de Truman Capote é simplesmente fascinante! Não surpreende que Harper Lee (autora de "O Sol é Para Todos" e amiga de infância de Capote) o tenha ajudado durante o processo de pesquisa 'in loco' que antecedeu a criação deste livro, pioneiro do gênero 'true crime's. Afinal, o modo como ele usa as palavras, alternando entre passado e presente, para contar as histórias não só dos personagens como da cidade de Holcomb, também e característica marcante da obra de Harper Lee.

Durante o livro, Capote relata minuciosamente as circunstâncias do assassinato brutal de 4 membros da família Clutter. Mas não só isso. Ele faz um retrato intenso e intimista da vida dos assassinos, numa tentativa, se não de humanizá-los, pelo menos de não caracterizá-los como os monstros que sempre imaginamos em se tratando de pessoas que comerem crimes desta Natureza: "Mas quando todos avistaram os assassinos com a sua escolta de policiais rodoviarios envergando farda azul, reinou o silêncio, como se todos tivessem ficado peteificados ao verificarem que os bandidos tinham forma humana." (p.281)

Ironicamente, Capote termina o livro com uma cena que não aconteceu na vida real, nos fazendo refletir junto com o personagem sobre as vidas e as mortes. Sobre quem e como se morre, sobre quem tem o privilégio de viver, o que fazemos com toda essa vida e o que essa vida faz de nós. Sobre a "justiça" que é tirar uma vida para estabelecer que é errado matar alguém.

Sobretudo, a quais mortes o título "A Sangue Frio" se refere.

"Bom, o que dizer da pena de morte? Eu não sou contra ela. Não é mais que uma vingança, mas o que há de errado na vingança? Acho muito importante." (p.380)


Mais no Instagram: @kel.cesar
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Alessandra.Laine 03/08/2022

Fácil de ler, difícil de engolir
Relato viciante que nos confronta com nossa inconstância moral, com a miséria social que fingimos não ver, com a justiça parcial e com a curiosidade mal sã, que se transforma em indiferença com o passar do tempo.

Um livro que deixa seqüelas, que desestabiliza certezas e valores, que mostra o melhor e o pior da raça humana e que machuca ao mostrar que todos nós temos um monstro interior. Sendo as vivências e as circunstâncias que fazem com que sejamos capazes - ou não - de domá-lo.
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Maria Clara 25/02/2012

No Jornalismo, além das matéria tradicionais, os repórteres podem escrever livros que contem determinado fato de maneira mais completa - são os chamados 'livros reportagem'. "A Sangue Frio" é um exemplo desses livros, sendo indicado como referência nesse tipo de escrita.

"A Sangue Frio" traz a história do assassinato da família Clutter, caso que chocou os Estados Unidos em 1959. Durante a noite, a casa da família foi invadida e as 4 pessoas presentes - Herb e Bonnie Clutter e seus dois filhos mais novos, Nancy e Kenyon - foram mortos de maneira brutal e, aparentemente, sem motivo. À medida que as investigações do caso se desenvolvem, Capote mostra as descobertas da polícia, as relações que os mortos tinham com os habitantes da cidade e os passos dos assassinos.

Obviamente, os Clutter já estavam mortos quando Capote (que também é autor do famoso "Bonequinha de Luxo") começou a apurar os fatos. É com base em entrevistas realizadas com todas as pessoas ligadas ao crime ou que houvessem conhecido a família que o jornalista reconstitui as últimas horas de vida das vítimas, além de mostrar, também, tudo o que aconteceu com os responsáveis pelo crime desde seu planejamento.
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santanche 20/11/2014

Por Detrás de Seus Olhos - A Sangue Frio
De repente, “a autora” entra na sala. Ela me convida a ler, é um tipo de sedução, uma batalha, e eu não consigo resistir. Ela me arrasta para uma mente, para os olhos de outra pessoa. Eu posso perceber seus pés e seus sapatos, e olhar seu mundo. Eu tento lutar para me manter! Eu tenho minhas crenças e preconceitos, minha visão arrogante do mundo. Eu penso que estou correto. Mas ela quer ir bem mais longe, e eu não posso resistir. Há a ternura e inocência do começo dele, então o sofrimento, a injustiça. Eu fui capturado na rede. “A autora” me transformou em seu personagem, tornando-me capaz de olhar o mundo “por detrás de seus olhos”. Há este irresistível impulso de ir como ele em direção a estes atos impensáveis. Isto é o que eu estava procurando: a improvável experiência de “o leitor”.

A Sangue Frio de Truman Capote não pode ser reduzido a um “livro de assassinato”. É um livro sobre a vida, invocada de volta das cinzas por uma descrição magistral da rotina diária de Holcomb. Mas é também uma porta que bate na cara, encerrando a trilha da vida sem aviso prévio. Sussurrando em seu ouvido, a morte não tem planos.

Capote conduz este livro com competência. Ele me pôs por detrás de diversos olhos, começando pelos habitantes da tranquila Holcomb, sua rotina e expectativas, seus sofrimentos e alegrias. O mundo é Holcomb. Eu posso senti-los, eu posso entendê-los e viver suas vidas. Mas há também as vidas de Dick e Perry, os assassinos. Paulatinamente Capote o leva para as suas mentes e visões de mundo, desde o princípio. Ele projetou a estória como um encontro de vidas e a explosão que transborda para todos os lados, a família, os conterrâneos, os forasteiros. Um prisma de centenas de estórias.

O horror do encontro entre mundos e a saga para encontrar uma explicação, uma consolação, um motivo para esquecer, perdoar e retornar à vida.

site: http://100-linguagens.blogspot.com.br/2014/11/por-detras-de-seus-olhos-sangue-frio.html
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marigaio 19/05/2023

Li por conta da escola e apesar da história original ser até que interessante achei o livro meio tedioso e a leitura arrastada.
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Raquel.Kirst 15/06/2023

Sensibilidade é a palavra para Truman
Desde a maneira como descreve o cotidiano, a cidade, as residências que nos contam sobre as pessoas que ali habitam, mas principalmente a sensibilidade no olhar sobre a condição humana.
Me sinto tocada por esse autor e espero um dia alcançar essa grandeza.
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Klipper 08/08/2023

A Sangue Frio
Uma nota de jornal sobre um crime hediondo foi o ponto de partida deste livro de Truman Capote. Em novembro de 1959, quatro membros de uma família foram assassinados, sem motivo aparente, dentro de sua casa, em uma pequena comunidade na região central dos Estados Unidos. Em "A Sangue Frio?, Capote faz a reconstituição dos eventos que levaram ao assassinato da família Clutter, tanto da parte das vítimas quanto dos assassinos. E também revela as consequências desse crime para as vidas, até então pacatas, dos moradores da minúscula cidade de Holcomb, no Kansas.

Nos anos seguintes, o escritor passou grande parte do seu tempo em Holcomb acompanhando as investigações. Conseguiu fazer inúmeras entrevistas com conhecidos das vítimas, moradores da cidade, policiais envolvidos no caso e, inclusive, com os assassinos. Há boatos, nunca confirmados, de um envolvimento emocional entre o autor e um dos criminosos.

Capote decidiu esperar para terminar e publicar o livro somente após o desfecho dos acontecimentos, com o julgamento, a condenação e a execução dos culpados,que se deu em 1965. O fato de o leitor já saber o desfecho não faz da leitura menos interessante. A forma como o autor constrói a narrativa, apresenta os perfis psicológicos dos personagens e descreve as cenas me prendeu a atenção e me fez querer ler tudo de uma vez. Ainda há interessantes discussões sobre responsabilidade criminal, doenças mentais e psicopatia, sistema judiciário, prisão e sobre a pena de morte. Para quem se interessa por histórias de psicopatas e do gênero true crime essa é, sem dúvidas, uma grande leitura.
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Flavia 02/09/2023

A sangue frio
Descobri esse livro após assistir o filme do autor, Capote.
Ele é o produto de um trabalho jornalístico impressionante, com entrevistas e levantamentos de dados, mas o livro discorre sobre os eventos como uma narrativa.
Conta a história de dois assassinos e um crime hediondo, sem motivação aparente. Se fosse ficção, já seria muito instigante, sendo realidade, é assombroso.
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