Renata CCS 11/07/2013A busca do equilíbrio entre o racional e o emocionalSou apaixonada pelos filmes RAZÃO E SENSIBILIDADE e ORGULHO E PRECONCEITO, ambos baseados nas obras homônimas de Jane Austen. Está aí uma escritora que sempre quis ler e não sei porque adiei tanto. Talvez por já conhecer as duas obras através dos filmes, imagino.
Mas vamos ao livro. Confesso que me surpreendi com RAZÃO E SENSIBILIDADE por ser uma obra escrita em 1811 e não ser apresentada com uma linguagem rebuscada. Pela época em que foi escrita imaginei que a narrativa de Austen fosse mais pretensiosa, cheia de diálogos floreados e passagens cansativas e longas, mas fico feliz em comunicar que me enganei. A narrativa é fluída, limpa, muito leve, as descrições detalhadas e como era de se esperar você se vê com vontade de estar no lugar dos personagens visitando os mesmos lugares que eles, participando de seus bailes e suas reuniões ou simplesmente estando em sua companhia.
O livro conta a história da família Dashwood, a mãe e três filhas, que, após o falecimento do patriarca, se veem tendo que recomeçar a vida de uma forma bem mais modesta do que estavam acostumadas. As irmãs Elinor e Marianne são jovens, bonitas, inteligentes, instruídas e totalmente diferentes uma da outra no que tange aos sentimentos, à exposição deles e como reagem às situações impostas pela vida. A filha mais velha, Elinor, representa a razão; e a do meio, Marianne, a sensibilidade. Além da mudança drástica com a perda do pai, ambas se descobrem apaixonadas e correspondidas: Elinor ainda em Norland, antes da mudança para um chalé em Barton, enquanto Marianne só descobre a paixão após a mudança. Embora muito amigas, elas não falam claramente sobre o que sentem, mas cada uma se expressa e demonstra esse amor e paixão de maneira totalmente diferente.
A obra de Jane Austen se centra em aspectos cotidianos, critica a sociedade de costumes da época, descrevendo tudo de forma sensível e perspicaz. Nos apresenta com detalhes os personagens, mostrando todas as suas virtudes e principalmente a vaidade e o orgulho humanos.
Em minha opinião, tanto a razão quanto a sensibilidade permeiam as protagonistas, e o que as diferencia é justamente a demonstração desses sentimentos, até que, em um certo momento, encontram um equilíbrio.
Impossível não se identificar com uma dessas personagens, ou com ambas: Jane Austen me fez notar o quanto já fui parecida com Marianne e o quanto de Elinor há hoje em mim.
Gostei muito do livro e do filme, e recomendo ambos! Todas as mulheres deveriam ler!