claraanywhere 19/10/2023
Tudo e mais um pouco
Cheguei até esse livro por meio do meu diretor preferido, um tal de Clint Eastwood. E depois de tantos anos me segurando, decidi, finalmente, escrever cada palavra sobre esse livro e filme que me tocaram a alma. Talvez não mude nada na vida de ninguém, mas, para mim, é de imenso prazer escrever sobre esta obra. Então, misturei o filme e o livro e fiquei feliz com o resultado.
A primeira vez que o vi acho que foi em 2019 ou 2020. Desde a primeira vez que o assisti, pelo menos uma vez por ano, tenho que o rever. Uma vez apenas por ano. Pois, talvez, por ingenuidade minha, eu pense que a minha mente vá esquecer do filme e quando for assistir novamente, seja como a primeira vez. Tão impactante, tão doloroso, tão estonteante. O livro, li no começo desse ano e foi uma experiência parecida com o filme, porém o filme foi mais intenso.
Por quatro dias fui uma dona de casa, chamada Francesca, nascida em Bari, na Itália, apaixonou-se cedo por um soldado do exército, juntos foram para Iowa, uma pequena cidade nos EUA, formaram uma família. Anos e anos de uma rotina repetida, uma realidade que nunca passou pela sua cabeça, ela era mais deles, da sua família, do que dela mesma.
Por quatro dias fui apaixonada por um homem chamado Robert Kincaid, um fotógrafo, de Washington, divorciado, livre, uma liberdade que é invejada por Francesca, que se sente tão presa aos seus filhos já, quase, adultos, meio rebeldes. Seu marido, por mais que seja apaixonada, é sempre o típico marido à moda antiga dos EUA.
Por quatro dias vivi uma paixão intensa, uma paixão que duvido, muitas vezes, se irei vivê-la na vida real, paixão essa que queima de dentro para fora, te mantém ligada, mesmo que longe, aquela pessoa. Um desejo muito mais que tesão, um desejo que rasteja por toda a pele, um desejo que deve ser coçado, sentido com todas as fibras do corpo, beijado por lábios gananciosos, tímidos e que há muito tempo não sentem aquele tipo de desejo. Um amor muito mais que amar, mas sim ser um só, mesmo que separados, estando assim sempre juntos, um só. Eternizados um no outro. Para sempre.
No quarto dia, eu quis, desesperadamente, girar aquela maçaneta, correr para os braços de Robert e nunca mais deixá-lo. Por puro egoísmo e amor. E, neste mesmo dia, todo o meu corpo se inundou, assim como a pequena cidade de Iowa, com aquela tamanha chuva. E, no fundo, agradeci por ter algo que não fosse só eu e eles desmoronando, mas também a chuva.
Ela deu sua vida à família, deixando o seu grande amor ir embora.
Obs: gostaria de compartilhar o meu filme preferido e o livro não tão preferido com o meu querido professor Hélio, sinto sua falta onde quer que esteja.