Resenhas - Teoria do Medalhão

Michela Wakami 26/04/2023

Muito bom
A sua inteligência tem que ser adestrada, caso queira receber o medalhão.


Com muita ironia o autor nós faz vermos a sociedade como ela realmente é cheia de paradigmas.

Thais645 03/01/2023

análise do conto
Com toda sua destreza, Machado de Assis aborda um tema importante em forma de diálogo entre um pai e seu filho.
Após seu filho atingir a maioridade o pai conversa com ele sobre como se tornar um medalhão e instrui o filho a como atingir essa "posição social". Alguns dos conselhos do pai para seu filho é que para ele se dar bem na sociedade deve ser uma pessoa mediana, abrindo mão de seus pensamentos originais e de sua essência para agradar aos outros. Ele diz que é importante reproduzir falas conhecidas, pois as pessoas já estão acostumadas ao que foi dito e assim ele não irá atrair a fúria das pessoas. Ele aconselha que seu filho não exponha seus pensamentos, pois pode entrar em conflito com outras pessoas que têm pensamentos divergentes. Ou seja, para que seu filho seja um medalhão, alguém que possui o respeito e admiração de todos e é lembrado mesmo após a sua morte, ele deve abrir mão de sua essência, deixando seus pensamentos e opiniões de lado, para que assim, agrade a todos e seja amado.
Não há como ler esse conto sem relacionar as posições que muitas pessoas tomam hoje em dia. Fingindo ser pessoas que não são somente para ter fama e serem reconhecidas. Gostei muito do conto, embora a escrita de Machado seja bem formal e diferente da que costumo ler, as falas são ótimas e de bom entendimento.

Sarah587 15/01/2024

21, a maioridade e a realidade
Uma conversa entre um pai e o seu filho que está completando 21 anos.
O conto traz uma crítica sobre como pessoas se tornam bem sucedidas. O pai enche o filho de dicas e recomendações sobre o que ele deve fazer dali em diante para se tornar um medalhão (alguém que conquistou riqueza e fama). Basicamente, ele tem que ser uma pessoa superficial e se autopromover, sempre querer se aparecer.
É interessante como o pai diz para o filho, antes de começar a dar os conselhos, que ele quer que o rapaz seja o que ele não conseguiu ser, em parte porque não teve a orientação de um pai. E o filho absorve tudo aquilo bem passivamente.


?A vida, Janjão, é uma enorme loteria; os prêmios são poucos, os malogrados inúmeros, e com os suspiros de uma geração é que se amassam as esperanças de outra.?

Onde foi que eu já li isso?

Foi um bom conto, escolhi e bem rápido pelo título e a pela sinopse, mas me surpreendi com alguns elementos, não paro de pensar sobre ter lido isso logo neste momento (pensamentos de uma cabecinha inquieta de 21 anos). Foi uma boa leitura, mas ainda tive algumas dificuldades e fui pesquisar sobre depois que terminei (tô tentando os clássicos).

@Matcholo 09/04/2021

Um conto bem escrito, mas não foi uma leitura que gostei muito, achei a história pouco atraente. O conto começa muito bom porém depois se perde não prendendo a atenção do leitor até o final. Trata-se de um pai dando conselhos a seu filho para que ele se torne um medalhão, ou seja, uma pessoa que conseguirá fama e riqueza, por vezes podemos retirar os conselhos para nós mesmo o que torna a leitura interessante, porém não acontece nada além disso e o conto parece que acaba na mesmice que começou.

E. 11/07/2021

Um apontamento.
Realmente é espantoso que a quase totalidade dos leitores não tenham a mais mínima compreensão do que leram.

Enquanto alguns terminaram a leitura crentes de que o cerne do conto são conselhos paternais elencados fastidiosamente, a outra parte apenas achou a narrativa sem pé nem cabeça.

De modo que ao ler tais impressões, não resisti: diferente de Jacobina (O Espelho), senti ebulir em mim a necessidade de redarguir com alguma contribuição.

Pois bem: o conto ?Teoria do Medalhão?, embora escrito no século XIX, continua denunciando as principais misérias enraizadas neste nosso solo tupiniquim.

Machado, genialmente e usando de clara ironia, descortina e joga luz em todo o ?medalhão? que o é pela pôse e pelo faz de conta.

Condena, sarcasticamente, o costume brasileiro de sempre se pautar pela lei do menor esforço, ao que nunca se eleva a si mesmo, mas, antes, busca nivelar tudo desde onde está: de baixo.

Ridiculariza, com erudição, os papagaios humanos que o são em nome do desejo desesperado pela validação de seus pares.

Sutilmente zomba dos que frivolamente expõem-se a si e aos de seu entorno, babosos por receberem ? que seja ? um copeque de atenção.

Sintetizando em internetês: trata-se de um ?exposed? antropológico feito por Machado e aferível em qualquer das esquinas dessa nossa ?pátria amada? ?

joana 11/10/2022

NÃO, MAS ESSA TEORIA AQUI?
Esse aqui eu lembro muito bem.
Primeiro, deixa eu falar dessa edição que tá absurda de linda. Adorei o tamanho, as cores das páginas e a organização.
Segundo, que TEORIA É ESSA!? Parece que hoje em dia tá TODO MUNDO seguindo essa teoria sem nem saber da existência dela, né?
LEIAM!!!!

Maressa.Naara 02/07/2020

Machado de Assis, no século XIX, faz uma crítica à irresponsabilidade da elite brasileira com a educação. O pai, após o aniversário da maioridade do filho, o incentiva a se tornar um medalhão (ele é da elite e incentiva o filho a continuar na elite e manter o poder, por meio do conservadorismo, do "desaprender a pensar", da credibilidade).
Precisei ler duas vezes para entender, a crítica é incrível. Li para o vestibular do ITA.

Patricia Milani 12/04/2022

Neste conto Machado utiliza a ironia para descrever a sociedade da época e podemos dizer que se atualizarmos a linguagem para os dias de hoje veremos que nossa sociedade não está muito diferente da época desta conversa narrada entre pai e filho.

Recomendo para uma melhor compreensão ver está análise do conto.
https://www.youtube.com/watch?v=vea8Gbjjn3I&feature=emb_logo

Rosa254 06/07/2021

O perigo de vicejar novas ideias - o medalhão é a anestesia
Ainda não consigo traduzir o que sinto lendo esse conto, é genial.

Numa sociedade do espetáculo, em que viver de aparências - uma narrativa incompleta, mas com capa bonita - é o que mais importa, temos o medalhão como o ofício mais almejado. Trata-se de um sistema que faz de tudo para manter os ideias como estão. Ter ideias é a arma mais poderosa; ameaça a estrutura deles. O que fazer? Apenas reproduzir. Garantir que todos permaneçam no estado de inópia mental. Machado critica a sociedade do século XIX ao citar todos os benefícios adquiridos em ser um medalhão, como se destaca na publicidade e na política, que o discurso metafísico é apaixonante para todos e fazem-os esquecer do problema. Também na descrição da "terra prometida" e as metáforas com o ideal de meritocracia.
Por fim, uma das personagens ressalta o que estamos vendo: "E parece-lhe que todo esse ofício é apenas um sobressalente para os déficit da vida?"

Anterior a essa fala, tem uma citação que precisa ser colocada aqui:
"(...) porque o adjetivo é a porção idealista e metafísica do idioma. O substantivo é a realidade nua e crua, é o naturalismo do vocabulário" gente!!!!!!!!!!!!!!!!!


De fato, Teoria do Medalhão e qualquer outra obra de Machado não vai ter efeito nenhum caso você inicie a leitura já pensando em acabar.

Um professor me disse uma vez - e sigo confirmando em cada novo conto - que nós não sabemos ler Machado. O seu pensamento e alma estão lá, colocados com tamanha sutiliza que conseguimos visualizar às críticas feitas à sua época nos dias de hoje. Atemporal em todas as suas formas. Machado via o que mais ninguém estava disposto a ver.

Nenhum elemento (termos em latim, datas, pensadores, instituições) é posto de forma aleatória. Outra coisa que tem me ajudado a apreciar Machado é ver sua relação com a ironia. É lindo demais, sério. E o danado faz questão de reforçar esse carinho aqui numa passagem da penúltima página, deixo aqui:

"(...) Somente não deves empregar a ironia, esse movimento ao canto da boca, cheio de mistérios, inventado por algum grego da decadência, contraído por Luciano, transmitido a Swift e Voltaire, feição própria dos céticos e desabusados."
- o pai alertando o filho sobre os perigos da ironia, de abrir espaço para dúvidas e ideias.
rsrs

É um conto para ler, reler, ler mais uma vez e continuar relendo.

Ingrid 23/09/2020

Em poucas páginas, Machado de Assis traz um diálogo entre pai e filho. É a noite do aniversário de 21 anos do filho, e o pai o aconselha a tornar-se um medalhão. Aos poucos, é possível descobrir que medalhão é uma pessoa que conquista riqueza e fama. Mas pelo que o leitor poderá notar, ser um medalhão exige um esforço grande, e só se adquire esse privilégio após os 40 anos, E é difícil porque a pessoa deve sempre se manter neutra, não pode ter opiniões, e ser limitado em vocabulário e conhecimento, O conto é um pouco difícil de desvendar, mas aos poucos percebe-se que Machado de Assis faz uma crítica a sociedade brasileira, que aniquila o indivíduo para que ele se torne o que a sociedade considera melhor.

Kethlym 06/09/2022

Li pra escola não entendi nada agradeço as pessoas do skoob que fizeram resenha e consegui entender +/- esse livro não é ruim só não tenho intelecto pra isso

Andre 05/12/2022

Tantas camadas em tão poucas linhas!
É a terceira vez que leio este conto e ele não me cansa de surpreender, tanto mais que carrega muito do lado negativo da mentalidade brasileira já identificada magnificamente pelo Bruxo do Cosme Velho naqueles tempos de Brasil Império.

A sinopse traz o enredo nua e cruamente: a conversa entre pai e filho na qual aquele aconselha a este. O que parece singelo mostra a ironia machadiana em seu melhor tom, não devendo nada a um Voltaire por exemplo.

O que é revelador, e por que não triste, é pensar que muito deste conto se pode ver nos tempos atuais, em que os meios se tornam fins quando deveriam ser o que são: meios para se chegar a um bem maior. E pensar que se isso se passa de geração em geração!

Leitura recomendadíssima por nos trazer à reflexão.

Dafneness 03/05/2022

Cuidado: contém ironia
Ao leitor desavisado essa obra pode trazer escândalo, mas, uma vez superada a figura de linguagem, torna-se um deleite. Sua crítica social perdura, nos faz entender o porquê de clássicos serem atemporais.
Ademais, vou confessar que poucos autores me fazem rir como o Machado, mas nesse conto em especial temos a prova de que a criatividade é mesmo a inteligência se divertindo.

lili 29/07/2020

li pro vestibular sabe como é ne
meu professor de literatura falou hj que a escrita do machado nao era tao dificil e que existe outras mto piores mas eu achei a leitura vem chata apesar de ter pouquíssimas pags. fiquei lutando com o livro pra entender esse diálogo enquanto em outros livros eu leio com uma fluidez mto maior... até agora nao entendi mto que profissão é essa do medalhão que ele tanto fala... pra mim medalhão era aquele que vinha envolto em bacon e acompanhado de arroz a piamontese mas tudo bem. E uma coisa que eu achei mto interessante é que o pai ta conversando com o filho sobre essa profissao falando que ele vai ter maioridade nesse dia do aniversário dele mas no começo livro ele fala que ele vai ter quarenta e poucos anos, o que é engraçado ser maioridade mas no final do livro ele fala que ele vai ter vinte um anos... enfim nao entendi nada parece que eu vou ter esperar o meu professor de literatura pra explicar pra mim kkkkkk

isa 20/06/2022

Muito interessante o diálogo entre pai e filho. a inteligência do pai e sua lição de vida tornou o conto impressionante.
a forma como o conto traz a ideia de ser bem sucedido me fez refletir muito.
uma lição de vida passada para o filho, no conto, e para nós, na realidade.

o sucesso ele é um projeto a longo prazo, algo que deve ser pensado, que devemos ligar pra conquistar.

Conto um pouco difícil, leitura um pouco arrastada. Só voltar nas partes que não entendeu e ler um pouco mais devagar.