Ricardo.Borges 01/05/2022
Toda vez que leio algo deste autor, me surpreendo?
Um livro curto que, desta vez, já começa com uma epígrafe de Gil Vicente (mais ou menos assim): ?a casa de amor é feita de arrogância?. Forte, não é? E continua provocador em sua primeira linha: ?no dia em que o matariam??. Isso, sim, é um spoiler perdoável , afinal o contexto já está grafado no título da obra. É preciso um tempo para sentir o livro, o que já acontece mais facilmente em outros títulos do autor, talvez os maiores, com mais páginas. Tão diferente é essa história que, por algumas vezes, pensei que estava lendo Saramago.
A linha do tempo invertida, em que os fatos são sutilmente somados a história, cria um preenchimento não convencional, a medida que os detalhes das ações são espetacularmente inseridas no texto que, com maestria descreve os personagens tão bem (típico do autor) que chega a ficar muito fácil ?vestir a pele? de cada um deles (particularmente, fiquei bem contente com a forma como os gêmeos ?acontecem? no livro). E vai assim, surpreendendo. Mas, talvez inocentemente, esperava um final surpreendente, o que não aconteceu.
E isso me frustou um pouco?