ReiFi 09/11/2010
Sayonara, Gangsters - Genichiro Takahashi
Terminei.
Dessa vez irei ao que realmente interessa: o livro e sobre o que ele aborda (na medida do possível, claro).
Sayonara, Gangsters é o primeiro livro do japonês publicado no Brasil do escritor Genichiro Takahashi. Conta a história irreal/real/surreal de um homem que vive numa época onde o tempo e espaço parecem irrelevantes, no qual “pessoas comuns” – uso dessa vez aspas acertadamente, porque, às vezes, alguns desses humanos chegam a criar asas do nada ou transformam-se em refrigeradores de nome Virgílio começam a filosofar, e isso, definitivamente, não é comum- não tem nome e terminam por pedir a outrem que os batizem de acordo com a situação e momento. Entenderam? Então vamos para a historinha…
O protagonista, sem nome, é um poeta que leciona poesia em uma escola, na qual se depara com uma variedade de alunos e situações bizarras; casado com uma moça, com a qual teve uma filha, Mindinho Verde, que acaba por adoecer e falecer sem nenhum motivo aparente. Ah, sim. Para tristeza ou felicidade da família, a prefeitura, que nessa sociedade é encarregada de informar aos cidadãos acerca do dia e da hora de sua morte, enviou um caminhão para buscar o corpo da pequena Mindinho.
Certa feita, agora viúvo, o poeta conhece uma não tão bela moça por quem se apaixona e a quem dá o nome de Song Book – no livro todo e qualquer nome é dado a partir das momentâneas circunstâncias peculiares, lembrem-se disso. Eu, por exemplo, fui batizado, momentaneamente, como o carinhoso, “garoto de boné”, quando trabalhei no trancamento de disciplinas (piada interna). Ela – Song Book – que também deveria nomeá-lo, terminou por fazê-lo com o nome, Sayonara, Gangsters. Dessa forma, ambos e seu gato, Henrique IV, uma espécie muita estilosa de felino viciado em leitura e leite com vodca, dão início a uma vida regular e pacata.
Nas mais inusitadas situações e diálogos, e a partir de cada experiência vivida pelas personagens, e por meio de um texto corrente e de uma narrativa peculiar (vocês lerão páginas com apenas um parágrafo ou composta por histórias em quadrinhos ou desenhos representando fezes e os seus mais diversos formatos), é que Genichiro Takahashi nos leva a refletir sobre o quanto podemos nos identificar e relacionar o irreal/real/surreal com o nosso cotidiano e sociedade contemporânea – diga-se, “garoto de boné”.
É um livro engraçado, difícil e … (se você quiser torná-lo assim) – que na pior das hipóteses, você, leitor, poderá se orgulhar em dizer que já leu um autor pós-moderno ( e isso significa alguma coisa?).
Apesar de TODA ESTRANHEZA que o leitor encontrará nas páginas de Sayonara Gangsters (e encontrará), não tenho dúvidas que vale muito a pena lê-lo.
É isso… leiam.
Para saber mais acessem: http://catalisecritica.wordpress.com/2010/11/09/sayonara-gangsters-genichiro-takahashi/