Sexus

Sexus Henry Miller




Resenhas - Sexus


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Rafael Ramos da Rocha 14/03/2023

Sexus
Não quero cometer nenhum tipo de anacronismo, mas também não há motivo algum para passar pano, Miller é um sujeito extremamente machista, mesmo talvez pensando em sua época e na de seus livros, como em sua época, ainda hoje o mundo é extremamente machista e sexista, estou escrevendo do Brasil 2023, o que temos a dizer? ainda estamos atravessando tempo assombrosos. É uma leitura que exige maturidade, e digo isso para além dos incomodo daqueles que taxam a escrita como pornográfica e obscena, aqui vale uma observação, sim, Miller fala de sexo sem pudor algum, mas o que chamam de obsceno é muito mais provocação um jeito de chocar falsas um falso puritanismo que persiste em existir nas relações humanas. também me parece uma técnica muito eficiente de manter o cérebro atento ou pelo menos que não nos deixe cair em sonolência, é um livro grande e em poucos momentos, mas que existem, tem passagens extremamente tediosas. Mas, além disso, ler Sexus no faz ter muitas reações, alguns momentos são incríveis ou nojentos ou repugnantes, mas não há como passar indiferente. O livro traz muita filosofia, muita vida, ao mesmo tempo em que choca por seus momento ditos "pornográficos", passamos por profundos questionamentos sobre trabalho, sobre mercado de trabalho, sobre arte, sobre o que é arte e sua importância, sobre a vida de gente pobre. Miller tem a capacidade de trazer personagens extremamente interessantes e que são pessoas comuns, homens e mulheres comuns, que normalmente não aparecem em livros ou filmes, se não forem colocados uma capa de heróis ou que tenham grandes feitos, Miller fala da vida da maioria das pessoas, gente desprovida de recursos financeiros, de pessoas excluídas dos confortos do sistema capitalista, de gente que a única coisa que possuem é a própria vida, mostra um vida por traz dos véus que nos apresentamos aos outros em que vendemos uma imagem irreal daquilo que somos. uma vida interessante exatamente por ser vivida no extremo, por necessidade de sobrevivência, em que não há tempo para o tédio.
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Gui 15/05/2021

O primeiro que li do Miller e o melhor. Está na minha lista de melhores da vida.
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Cinara... 12/03/2020

"O homem que procura segurança, mesmo no espírito, lembra o homem disposto a cortar seus membros para poder usar próteses que não lhe causem dor nem desconforto."

Com apenas uma frase já provo que nem só de putaria é feito esse livro ;)
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none 20/10/2017

Jamais apelativo
Miller não vende sexo, nem livros, o autor escreve sobre sexo, em suas diferentes vertentes praticadas, pode ser pornográfico vezes sem conta, um tremendo mentiroso, ou contador de vantagem, mas qual pessoa que trate do assunto abertamente não é? Isso na verdade faz parte da literatura.
Hoje em dia a pornografia vende ou domina as pessoas gratuitamente (sempre por algum preço, claro), explicitamente de uma forma apelativa, livros mais vendidos abordam o sexo como um bem, uma commodity a ser adquirida junto com a carne no açougue. Amor é algo raro ou em via de regra hipócrita.
Diferentemente disso, Miller usa o sexo no primeiro livro de sua trilogia pra chocar sim, causar no leitor a mesma sensação de abertura para outro mundo, suas ideias, sua visão, suas leituras, é como se ele fosse um amante em ação, fazendo a corte à sua amada. Não é nenhum Don Juan, tampouco um Bukowski, a descrição vulgar não deixa de ser às vezes engraçada de tão exagerada e surreal, mas raramente cai no lugar comum, na sarjeta de quase sempre (dos beatniks e do próprio Bukowski e seu sacana alter ego Henry -ora, ora- Chinasky). O Henry de Sexus, protagonista viril ex-marido, amante, amante da ex-mulher e de tantas amigas e conhecidas, prestes a se casar é expert do sexo, mas tem uma inocência cativante. O livro não aborda apenas o mundo íntimo do personagem/autor, conduz o leitor, amado, a experiências literárias, diálogos com outros romances e autores e faz a gente aguardar ansioso pelo próximo volume. Mona, a atriz amada/amante resistirá a tanto furor? Henry continuará cheio de gás, bêbado de água pulando a cerca? Henry suportará a presença de admiradores da mulher? Essas e outras perguntas ficam na cabeça do leitor ou da leitora, mas ele e/ou ela estarão certos que estarão em ótima companhia.
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Cris 30/06/2017

Que se foda o mundo!
Eu poderia, e deveria, discorrer sobre o livro "Sexus" de Henry Miller em uma resenha gigantesca e estruturalmente correta, entretanto como os últimos dias foram uma verdadeira montanha russa para mim e estou psicologicamente um bagaço, aliás; foi a leitura deste clássico maldito de Miller que me ajudou a suportar a barra das últimas semanas, vou me ater a um mero comentário superlativo.
A primeira parte da trilogia da "Crucificação Encarnada" é um tratado filosófico "metalcore" iconoclasticamente demolidor misturado com literatura pornográfica-ginecológica que concentra em suas páginas toda a loucura, revolta, psicodelia e fúria dos movimentos "beatnik"/"hippie"/"punk" em um único pacote.
Ah! Já ia me esquecendo: "Sexus", assim como "Nexus", mudou minha vida e me deixou com ainda mais vontade de chutar a bunda da porra deste mundo!
AlexMP 24/02/2023minha estante
Sua resenha, me deu uma imensa vontade de colocá-lo como o próximo livro á ler. Salve o punk.




Dom Ramirez 12/04/2013

Em Defesa de Henry Miller
A partir do momento em que alguém expõe publicamente sua opinião, abre espaço para que opinemos sobre ela. Baseado nesse princípio e na idéia de que este espaço também serve como fórum de discussão, tomei a liberdade de responder a uma resenha escrita acima. Não citarei o nome pois não sei se isso fere as regras do site, mas é só ler para saber.

Miller foi acusado de escrever uma salada completa. Para começar, eu gosto de salada, então isso não é um ponto negativo. O fato dele vomitar o conteúdo de seu livro também não é um problema. No caso deste livro, seria até mais correto dizer que ele foi ejaculado. Mas, sendo a literatura um espaço de liberdade criativa, não devemos ter censura, certo?

Sexus é um livro profundamente verdadeiro, obra de um escritor que não tem medo de expor seus vícios e fraquezas, bem como suas reflexões mais profundas sobre diferentes aspectos da vida.

Concordo que em alguns momentos a narrativa se torne um pouco cansativa, não é um livro tão "enxugado" quanto os Trópicos, mas há momentos tão brilhantes que tornam sua leitura essencial. Só para exemplificar, vou concluir citando 2 trechos, um do primeiro e um do segundo capítulo, que espero que sirvam como estímulo para que se leiam não apenas eles mas também do terceiro até o vigésimo terceiro e último capítulos desta obra monumental:

"Uma grande obra de arte, se consegue alguma coisa, serve para nos lembrar, ou digamos, para nos fazer ver, em sonhos, tudo o que é fluido e intangível. O que é o mesmo que dizer o universo. Ela não pode ser compreendida; só pode ser aceita ou então rejeitada. Se for aceita, somos revitalizados; se for rejeitada, resultamos diminuídos. O que quer que pretenda ser, ela não é: é sempre algo mais, sobre a qual jamais se dirá a última palavra."

"O riso é momentâneo - e passa. Mas a alegria, a alegria é uma espécie de hemorragia extasiante, um tipo de supercontentamento insuportável que transborda por cada poro de seu corpo. Não é possível deixar os outros alegres com sua alegria. A alegria precisa ser gerada pela própria pessoa: ou bem existe ou não existe. A alegria baseia-se em algo profundo demais para ser compreendido e comunicado. Estar alegre é ser um louco num mundo de fantasmas tristonhos."
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meire 14/01/2013

Cão ou Lobo das estepes
Sexus, o primeiro volume da trilogia “A Crucificação Encarnada”, para mim acabou com a imagem errada que eu tinha de Henry Miller. Eu havia lido apenas “Sexo em Clichy” e havia gostado muito, mas tinha ficado com a impressão de um escritor sacana e divertido, como um bom americano tirando onda na Europa. Foi assim que recomendei o escritor a um amigo, que também gostou muito e começou a trilogia dos trópicos de Miller. Ele achou bem estranho, bem desgovernado e acabou me passando a impressão de Henry Miller não ser tudo aquilo que eu imaginava. Bom, mas que bom que temos o livre arbítrio de tirarmos a dúvida por nós mesmos.
Estranhei um pouco as 500 páginas do Sexus, mas como eu estava vindo de leituras pesadas como Somerset Maugham, Rilke e Hesse, achei que um livro com um par de seios na capa viria a calhar, para desopilar a mente. Ledo engano! De fato, há no livro todo o erotismo que tornou Henry Miller popular, mas há as entrelinhas. E são essas entrelinhas que suscitam o nome dessa resenha.
Há diversas referências a Hesse e Dostoievski, dois dos meus escritores favoritos. Encontrá-los no livro de Miller foi um deleite. Mesclar as ideias desses monstros ao sexo devastador de Henry Miller foi o gozo total!
Apesar das referências ao alemão parecerem de imediato referentes a Siddartha, percebi muito do Lobo das Estepes nas atitudes escandalosas e bestiais do protagonista. Pois como Lobo das Estepes é um dos poucos livros de Hesse em que o protagonista não é um jovem, assim também se dá em Sexus. Um homem maduro, totalmente convicto de seu lado feminino, da puberdade de sua Anima, conceito jungiano, porém, que também sofre por conta de suas escolhas, como qualquer adolescente em suas crises hormonais.
Enfim, é um livro que faz vênia à vida, ridicularizando a moral alheia e fortalecendo a crença de que buscamos o prazer lado a lado com as piores torpezas, inerentes a nós mesmos, e perceptíveis em outrem.
yzak 14/01/2013minha estante
Muito bom! Uma pincelada a mais de Miller em minha vida de eterna descobertas (puro pleonasmo).

"Cio Animus seios, se a Anima bolas" - Tuna




Victor José 07/12/2012

Sexus chega a chocar quem não está acostumado com esse tipo de literatura.

Neste livro contém as primeiras manifestações de um bon vivant notável. Miller está pra fazer trinta e três anos, mantém um frio casamento com sua esposa Maude e trabalha em uma companhia de telégrafos enquanto sonha em ser escritor. Ao mesmo tempo em que se apaixona perdidamente pela dançarina Mona (June Miller na vida real), Henry experimenta fugir da estabilidade que não o faz progredir e vai alimentando essa ruptura a cada capítulo percorrido. Se envolve com artistas, pirados e boêmios, passa a viver com a dançarina, deixando Maude com a filha pequena. Somado a tudo isso, há o sexo, detalhe que o acompanha em todo o livro. Vale ressaltar que quando não há transas e passagens eróticas, há o contrapeso de uma enxurrada de reflexões existenciais, monólogos filosóficos a respeito dos mais diversos assuntos. São várias as passagens em que Miller beira a pornografia, mas definitivamente Sexus supera qualquer preconceito literário - caso o leitor seja atento o suficiente à sensibilidades.
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Pedróviz 15/02/2012

Só até o terceiro capítulo
Uma salada completa. O autor vomita tudo despreocupadamente, porraloucamente. Pois eu, como leitor, digo NÃO ao autor, digo Não ao livro. Cheio de preconceito, de vício e vulgaridade por parte de um protagonista que se diz artista. Digo NÃO a essa farsa chamada SEXUS pois isso não é sexo, é qualquer outra coisa.
Não consegui iniciar o terceiro capítulo. O autor realmente parece que não quis que leitores "comuns" avançassem muito na leitura.
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Kris 28/05/2011

Mesmo com uma narração rápida e envolvente, creio que o livro peca pela prepotência de nosso caro Miller. A superpessoalização que ele faz de sua personagem torna tão óbvia sua intenção de criar um alter ego, ou projeção que o tom autobiográfico chega a irritar. É uma leitura interessante que pretendo retomar, quando estiver mais tolerante. Porque, por enquanto, não tenho paciência para a prepotência e arrogância dos personagens de Miller.
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edrj 23/02/2009

Esse livro não é pornográfico ou para "safados"
Considerar esse livro pornográfico é uma grande besteira, assim como achar que ele é para safados. Este é de fato o primeiro volume da trilogia, e é seguido por "Plexus" e "Nexus", nessa ordem. "Sexus" é magistral; "Plexus" eu achei chato e "Nexus" é tão bom quanto o primeiro.
O livro é uma espécie de autobiografia. Seria difícil resumi-lo sem fazer injustiça a ele. Miller fala de sexo, problemas com dinheiro e com o mundo da exploração capitalista, das suas relações com várias mulheres, principalmente Mona. No meio ele coloca pensamentos sobre literatura, sobre arte e sobre um mundo de outras coisas. A leitura pode ser apaixonante, se você se deixar levar. Ele é como uma celebração da vida, no final das contas, incluindo o sexo. Esse livro é um dos mais cheios de vida, de entusiasmo e energia que já li. E a prosa de Henry Miller nele é fenomenal.
Encontrei em algum lugar uma ótima descrição desse livro. Alguém disse que em uma certa altura da vida, ele é um "porre literário". Eu não bebo, mas a idéia é mesmo essa. Henry Miller foi um grande escritor. Há mesmo muito sexo no livro, mas ele faz parte da estória e é até um dos personagens principais dela. Mas dizer que "Sexus" é um livro para safados é o mesmo que dizer que "Lolita" é um livro para pedófilos. Noutras palavras, é opinião de quem na verdade não leu ou não entendeu nada.
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