Hildeberto 08/01/2020Na coleção "Clássicos da Abril", "Ilusões Perdidas" foi divida em dois volumes. Faço a resenha de ambos.
O livro, que faz parte do projeto de colossais proporções chamado a "Comédia Humana", conta a história de Lucien Chardon e David Sechard, dois jovens sonhadores de província. No processo de amadurecimento, os dois (e não só eles) perderão as suas ilusões sobre a vida. Balzac trata a sociedade em que vive de forma nua e crua: não há espaços para concessões, embora o autor não negue de todo que ainda há beleza e bondade no mundo. Não obstante, ele devassa o jornalismo, a vida da alta sociedade, a vida da província, a vida na capital, a moral, o mundo editorial, etc. É uma obra realista por excelência, o que implica que o leitor também terá perdido algumas das suas ilusões ao final da leitura.
É um livro genial, que faz pensar; entretanto foi escrito em uma época em que o cinema ainda estava longe de ser inventado, o que justifica seu tamanho e a forma de descrição das cenas - o que para mim, tornou a leitura um pouco demorada demais. Também considero negativo o fato do autor não ter divido a obra em capítulos, pois isso dificultou o processo de parada e retomada na leitura.
Apenas leitores pacientes e que apreciem a descrição seguida da reflexão terão total proveito de todas as qualidades da obra.