jeffmanji 25/03/2020
A Fantástica História de Silvio Santos
O livro é um relato sincero, escrito por alguém que realmente admirava o apresentador. Mas aí que eu acho que reside o grande problema dele: o "chapabranquismo". Principalmente no meio dele.
Tá certo que Senor Abravanel tem uma história do cacete. Daquelas de virar filme do tipo "inspiracional". A trajetória de uma criança pobre, que foi engraxate nas ruas cariocas que se tornou um dos homens mais ricos do país, dono de um império invejável, é de ser aplaudida.
Os primeiros passos no rádio, a origem do "Baú da Felicidade", o agradecimento real e sincero a Manoel da Nóbrega, a conquista do sinal do SBT, a candidatura a presidente, a briga pelo Gugu Liberato, a vinda do Ratinho (e explosão na audiência), ou seja, tudo que aconteceu até o ano 2000 (publicação da edição que eu li) está no livro.
(Em edições posteriores, o livro seria atualizado com o sucesso da Casa dos Artistas e o sequestro da Patrícia Abravanel).
Mas como disse, o Silvio Santos perfeito, sem nenhum tipo de defeito, de quase santo, torna a biografia um pouco fantasiosa e enfadonha.
Fora isso, entender melhor como se deu (e não deu) a candidatura para presidente é uma das partes mais interessantes.
E também é por ele que descobrimos que quem trouxe o Big Brother no final de 1999 para terras tupiniquins. Sim, foi o Sílvio. Essa eu não sabia. E nem você também.
Infelizmente, hoje o Silvio Santos não é mais aquele de 20, 15 anos atrás. Pelo menos para mim, ele é a personificação daquilo que o Duas-Caras falou lá no filme do Batman - O Cavaleiro das Trevas: "Ou você morre como herói, ou vive o bastante para se tornar o vilão"