As horas nuas

As horas nuas Lygia Fagundes Telles




Resenhas - As Horas Nuas


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Jennifer66 09/04/2024

"penso que Deus precisa de nós assim como somos, contraditórios, confusos na nossa pureza-impura porque é na desordem que Ele se ordena e nos ordena, é neste caos de afinação-desafinada que Ele se realiza na perfeição."

impossível não se identificar com a rosa ambrósio nos momentos mais melancólicos de nossas vidas.
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cestmavie 07/01/2024

As horas nuas
Maravilhoso! A narrativa complexa e característica da Lygia pode parecer um impeditivo pra leitura fluir, mas o enredo e o lirismo das palavras se encarregam de fisgar o leitor com muita maestria.

Aqui, como de costume, a narração é alternada entre pontos de vista. O melhor deles para mim, é do gato Rahul.

A trama sobre uma atriz decadente se afundando em bebidas e divagando sobre seus relacionamentos (seja sobre os seus amores, sobre sua filha, sobre sua mãe, ou pai) pode parecer não tão interessante num primeiro momento, mas a forma como a Lygia escolhe contar essas histórias é fascinante, descrevendo situações suficientes para se afeiçoar ou não aos personagens, se identificar com eles, mas, ao mesmo tempo, criando brecha para a imaginação do leitor completar as histórias que se apresentam por fluxo de consciência, ou pela narrativa onipresente.

Criei para mim que Rahul era o Miguel. Não sei até que ponto isso faz sentido, mas no meu ponto de vista, essa ponta existe. Que livro!
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Higor 07/09/2023

Num fluxo de consciência absurdo, Lygia nos transporta pra dentro da mente de personagens complexos, que se mostram cada vez mais espessos e protegidos por camadas e mais camadas de metáforas.

Desde a atriz Rosa Ambrósio - que quando assume a narração nos faz sentir como se realmente estivesse em um palco, com o holofote apontando para si, num grande monólogo -, ao seu gato Rahul - um gato que viveu bem mais que sete vidas -, Lygia destrincha os pensamentos, as angústias, as ironias e os deboches de cada um. No decorrer, ganhamos outra narrativa paralela: a da analista Ananta, que tenta cuidar da saúde mental da atriz aposentada, ao mesmo tempo em que se apaixona por seu vizinho de cima, que sequer sabe que ela existe.

A narrativa é um pouco complicada, principalmente por se tratar daquele fluxo de consciência que se mistura com a narrativa linear, demandando uma atenção grande por parte do leitor, mas tudo, como sempre, posto de forma tão poética que nos envolve e nos engole em sua forma.
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mariaclara.pb 03/09/2023

Genial.
Esse livro consolida Lygia como uma das melhores escritoras que já tive o prazer de ler. O desenvolvimento das personagens, o enredo, todos são realizados majestosamente. Ponto bônus para o gato como narrador. Nossa literatura é muito rica.
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camila 09/08/2023

Uma obra infinita
Os personagens trabalhados como poucas vezes li na vida. Muitas histórias secundárias. Nada é como parece. Meu tipo ?
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Cinara... 25/07/2023

Fluxo de consciência que reconheço...
"A gente vai perdendo. Perdendo uma coisa atrás da outra, primeiro, a inocência, tanto fervor. A confiança e a esperança. Os dentes e a paciência, cabelos e casas, dedos e anéis, gentes e pentes - todo um mundo de coisas sumindo no sou sorverdouro, ô! meu Pai tantas perdas."

Já é incrível ler um livro onde você se indentifica com um personagem, imagina então se identificar com todos. A narrativa impar, os personagens tão reais e todos tão tangíveis.
Adoro a escrita da autora.
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Bruna.Bandeira 22/06/2023

Que delícia!
Adorei a leitura. A narrativa é envolvente e o Rahul (gato narrador) o melhor personagem ever! Lygia é genial!
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Daiane316 14/06/2023

Etarismo e solidão
Um romance narrado, em sua maior parte, por uma atriz narcisista, decadente e alcoólatra, e seu gato filósofo. Uma chance para Lygia Fagundes Telles nos mostrar mais uma vez a dificuldade da existência nos grandes centros urbanos, a solidão compartilhada no lento desgaste dos casamentos falidos e a perda das ilusões na busca de uma felicidade impossível. Um triste retrato universal ? e muito atual ? da burguesia e seus pequenos dramas anônimos como só uma grande autora como Lygia seria capaz.
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Vanessa.Benko 08/06/2023

Nunca está onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos. No caso, era a felicidade
Uma obra da renomada e que oferece uma experiência literária enriquecedora. A força da personagem principal é um dos aspectos marcantes da obra. Ela assume suas verdades e mentiras, seus sonhos e medos, revelando-se de forma autêntica e verdadeira. No entanto, ao mesmo tempo, somos convidados a analisar suas fugas, suas mentiras para si mesma e a luta para manter uma aparência de atriz relevante e de personalidade equilibrada. Essas contradições e complexidades tornam a personagem fascinante e real, permitindo uma profunda conexão emocional com sua jornada.
A autora utiliza um estilo narrativo carregado de fluxos de consciência, explorando as profundezas das mentes dos personagens de forma habilidosa. Essa abordagem revela a complexidade dos pensamentos e emoções, mergulhando na essência de cada indivíduo retratado na trama. É um verdadeiro deleite para aqueles que apreciam uma escrita reflexiva e rica em detalhes psicológicos.
Outro ponto interessante é o prazer de se expor enquanto se esconde. A autora explora essa dualidade, apresentando personagens que se revelam de forma sutil, deixando transparecer apenas uma parte de sua verdadeira essência. Essa ambiguidade adiciona uma camada intrigante à narrativa, despertando a curiosidade do leitor e instigando-o a desvendar os segredos por trás das aparências.
Lygia também estabelece contrastes entre os pensamentos reflexivos de viver infeliz na realidade versus encarar a memória do passado como algo felicíssimo. Essa habilidade de explorar os paradoxos da experiência humana é um dos pontos altos do livro, proporcionando uma reflexão profunda sobre os diferentes matizes da felicidade e do sofrimento.
Além disso, a obra aborda o relacionamento humano com os animais, revelando como esses laços podem ser intrinsicamente mais belos do que os desencontros entre seres humanos. Essa temática traz uma perspectiva interessante e sensível, despertando a empatia do leitor e destacando a importância dos animais em nossa vida.
Um elemento que suscita questionamentos é a questão do desaparecimento. A autora apresenta personagens que desaparecem da história com contextos diferentes, levantando uma reflexão sobre a linha tênue entre covardia e coragem. Essa abordagem aguça a curiosidade do leitor, mantendo-o envolvido e ansioso por descobrir as motivações por trás desses desaparecimentos misteriosos.
Se você busca uma leitura que mescla introspecção, questionamentos e personagens cativantes esta obra é uma excelente escolha.
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Lurdes 10/05/2023

Rosa Ambrósio, atriz de (meia) idade, meio decadente, meio depressiva, muito alcoólatra e seu gato Rahul, quase uma consciência crítica, dividem o protagonismo e a narração principal deste livro visceral da Lygia Fagundes Telles.
Visceral como costumam ser suas narrativas.

Temos, ainda, muitos outros narradores e as situações passadas e presentes se entrelaçam em uma estória nada linear, nada lógica, nada sensata.

Lygia costuma nos desconcertar com suas personagens que se desnudam completamente aos nossos olhos, a tal ponto que podemos desconhecer alguns fatos concretos, mas ficamos com a sensação de termos penetrado no mais íntimo de suas almas.

Rosa se expõe, revela suas fraquezas, nos conta de sua vida e, principalmente, de suas perdas. Perda do primeiro amor, o primo Miguel, perda do marido, que se suicid@ após ser preso e torturad0 durante a Ditadura Militar e a mais recente perda, do jovem amante Diogo.

A analista Ananta (ninguém me tira da cabeça que é uma junção de Ana+anta), não é muito respeitada por Rosa, que no seu egoísmo não respeita mesmo ninguém. Suas queixas são sempre sobre o que fizeram de mal a ela ou o que deixaram de fazer, mas não consegue assumir suas próprias omissões, como em relação à filha Cordélia.

Além da repressão militar, outros temas são abordados, como a AIDS e a violência contra a mulher, não só a sofrida por Rosa, mas a citada na narrativa paralela de Ananta.

Destaque para as falas/pensamentos do gato Rahull. Impagáveis.

Um livro que vale à pena ler.
Meu preferido da autora ainda é As Meninas, mas este também é bom demais.
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Renata.Carmo 01/05/2023

O primeiro livro que consegui ler completamente em 2023. Gostei bastante principalmente das memórias do Raul, é incrível quando a gente começa a perceber a narrativa do ponto de vista de um gato.
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CAcera3 30/04/2023

As horas nuas - Lygia Fagundes Telles ??
Nesse que foi o último romance da incrível Lygia Fagundes Telles nós adentramos as mentes de quatro personagens.
A primeira é a personagem Rosa Ambrósio, uma atriz que já está no início da velhice e tem problemas com bebidas alcoólicas. Ao nos depararmos com a voz de Rosa temos um impacto com seu estado caótico que é uma mistura de embriaguez e infelicidade.
A segunda mente que adentramos é a do gato Rahul, o pet de Rosa. Através desse felino narrador ficamos sabendo de acontecimentos importantes a respeito da vida de sua dona, mas também conhecemos sobre as vidas pregressas desse personagem interessante.
Em terceiro temos Ananta, a psicanalista de Rosa; que mora no mesmo prédio e tem uma vida um tanto quanto monótona. Através dela temos conhecimento de um personagem muito enigmático.
Em quarto temos nos últimos capítulos do romance um personagem totalmente novo, Renato, que é um primo de Ananta. Ele aparece para investigar um acontecimento referente a psicanalista.
Nessa mistura de vozes a Lygia consegue, como é sua característica, imprimir sentimentos diversos e contraditórios no leitor nos apresentado seres falhos, frágeis, que carregam alguma bagagem emocional bastante conturbada.
Meus arcos narrativos favoritos ficaram com a Rosa e seu gato Rahul. Ela é uma personagem nada gostável, mas a medida que vamos descobrindo mais sobre ela passamos a ter alguma empatia. O Rahul, apesar de ser um gato, é uma reencarnação de uma vida humana e portanto traz essa humanidade dentro de si. Suas vidas são complexas e e trazem uma sabedoria que acaba sendo quase inútil devido sua condição animal.
Ananta é uma personagem interessante, porém não achei que ela foi bem explorada. Quanto ao Renato eu não gostei das partes dele, pois eu senti que não acrescentou nada de significativo ou novo e o personagem acaba ficando muito solto e alheio no romance.

No geral esse é um romance muito pungente, que trata de temas sensíveis com uma crueza e ao mesmo tempo poesia que se mesclam com maestria.

Vale ressaltar aqui que esse livro tem muitos gatilhos de suicídio, alcoolismo e depressão.

Instagram @maecomlivros
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Bruh 24/04/2023

Eu sinto que os livros da Lygia nunca acabam, eles sempre tendem a ter algo no ar, e novamente acontece aqui, talvez seja esse o mistério de sua escrita, sem contar o mundo fantasioso que ela emprega com normalidade. Livro bom, história bem construída, só senti falta mesmo de um melhor desenrrolar, mas acredito que sua intenção não foi destrinchar toda a história, e sim nos fazer passar de personagens e também acabar meio que as cegas. Minha próxima leitura será Ciranda de Pedra, no mais, eu recomendaria se você tiver interesse em uma escrita um pouco diferente do comum.
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Gabriela Gonçalves 17/04/2023

Ler Lygia é sempre uma experiência incrível! Esse foi o último romance que escreveu e tem uma leitura bem desafiadora por causa do fluxo da consciência. No começo você fica um pouco perdida e bem confusa, mas depois consegue pegar a linha guia. Gostei de ter contato com essa Lygia que escreve de forma fragmentada e jorrando diversas emoções. Essa leitura foi ótima para me lembrar que preciso ter calma e paciência, pois eventualmente as coisas serão explicadas e farão sentido. Às vezes a Lygia joga uma informação solta na página 10 e só explica ela na 130, por exemplo. Gosto disso! Entretanto, esse não foi um livro que me cativou tanto. Até agora, para mim, Ciranda de Pedra e os contos são os melhores trabalhos da Lygia. Não consegui me conectar tanto aos personagens, nem na história em si. No quesito genialidade da escrita, isso a Lygia arrasa sempre! É muito bom ler analisando esse aspecto. O que ela escolhe e como escolhe nos revelar as informações, como ela cria suspense com as palavras certas e como ela conta segredos nas entrelinhas. Te amo, Lygia! Sempre um prazer recheado de ensinamento literário quando leio você
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Niara 12/04/2023

"... as minhas memórias, tudo quanto é perna de pau já escreveu as suas, por que não eu? Hein?!... As Horas Nuas, você aprovou o título, também eu nua sem tremor e sem temor."

História sensível, que possui como um dos narradores Rauhl, o gato.
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