Recordações da Casa dos Mortos

Recordações da Casa dos Mortos Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Recordações da Casa dos Mortos


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Lu 14/04/2024

Boa supresa.
Achei que seria uma coisa insuportável ler esse livro, mas que nada! É de leitura fácil, mesmo com algumas palavras que eu não conhecia (viva o Google!).
Claro que o tema não é superficial, é bem profundo. Todos lá cometeram algum crime. E o autor consegue fazer uma leitura quase poética da Casa dos Mortos.
Muito delicado, muito profundo e surpreendente.
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diegoviegasss 14/04/2024

Magnífico!
Uma grande obra! Creio que por ter sido um relato disfarçado de ficção tenha tornado a obra muito mais profunda e envolvente. A descrição de todo o período em que o protagonista passou na cadeia é muito bem construída e detalhada, conseguindo deixar bem clara a crítica que o autor gostaria de fazer em relação ao sistema penitenciário da época. Importante ressaltar também a habilidade de Dostoiévski em absorver e repassar em suas obras as características mais profundas de cada pessoa em seu determinado contexto social. Nesse livro, ainda mais no cenário carcerário, Dostoiévski conseguiu lidar com isso com muita maestria.
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Marcelo Minal 06/04/2024

Retrato da Prisão - Espelho da Sociedade
Profundamente auto-biográfico, "Recordações da Casa dos Mortos" retrata a percepção de um ex-nobre, Petrovich, ao se ver enclausurado, por 4 longos anos, numa prisão na Sibéria.

Através dos olhos do protagonista/narrador, que no fundo é o próprio Dostoiévski em sua experiência pretérita, nos deparamos com espessas sombras da sociedade: Corrupção para importar produtos ilícitos e subornar guardas, vícios como bebedeiras, prostituição, despotismo dos superiores, castigos brutais e desproporcionais, brigas e preconceito.

Por outro lado, no meio desta profunda escuridão, somos surpreendidos por um corajoso facho de luz: companheirismo, amor pelos animais e esperança, mesmo que inconfessável, de reviver a liberdade. Um vigor, um desejo de viver, não obstante a presença corriqueira da morte. É como uma flor que, teimosa, brota no meio do lamaçal dos pântanos.

A luz precisa de escuridão para existir, e vice-versa. No olho desta dicotomia percebemos que a prisão é uma porção da sociedade e praticamente tudo que ocorre lá dentro, ocorre também aqui fora. É um espelho.

Ao final, percebe-se que é possível ser otimista para com a vida. Petrovich, que passa quase a integridade do tempo de sua pena sendo hostilizado pelos outros detentos, pelo fato de ser ‘nobre’, nos seus últimos meses, finalmente, galga o respeito e até o companheirismo destes presos. "Ele é como a gente." Em sua despedida do presídio alguns chegaram até mesmo a chorar.

Enfim, embora existam passagens pesadas em “Recordações da Casa dos Mortos”, Dostoiévski faz a leitura ser agradável através de seu modo fluído e cativante de escrever. As ideias são bem conectadas de forma clara e concisa. Nesta edição há ainda uma cópia de uma carta verdadeira que o autor enviou ao seu irmão. É incrível como que alguns personagens do Romance são surpreendentemente semelhantes à descrição da carta.

Um bom livro.
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PatrAcia423 04/04/2024

De leitura obrigatória
Dostoiévski renasce após cumprimento da sentença de quatro anos de trabalhos numa fortaleza.
O livro relata com a habilidade que só Dostô possui, a descrição da vida no presídio e hábitos dos prisioneiros. Esse período foi um caldeirão de vivência. Uma obra prima!
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Lucas.Silva 25/03/2024

Esse livro é simplesmente arrebatador. Valendo-se de um personagem fictício, Dostoiévski trata da vivência nos trabalhos forcados na Sibéria. Através da sua visão, apresenta personagens cheios de humanidade, ambíguos, com moral inabalável ou altamente questionável. Diz haver, na prisão, pessoas boas e pessoas ruins, inclusive pessoas boas entre as ruins. O autor russo matiza muito bem diversas questões sobre a moralidade, apontando para uma falha da utopia da razão. Não se trata de simplesmente trazer a ?luz? a um ser humano para que ele então seja completamente modificado, muitos são os que se rejeitam completamente a qualquer mudança, acreditando estarem bens da forma que estão.

Esse livro traz à tona também uma beleza em um lugar em que poucos acreditam na sua existência. A animação dos presos em relação à possibilidade de fazer uma peça teatral apreciada por todos, o respeito dos espectadores, o talento de seus atores, tudo isso é tratado com um alto grau de ternura. Momentos como esses são muito quistos pelos presos, e eles seriam pessoas excelentes no exercício de suas funções artísticas se suas condições fossem outras. Na realidade, Dostoiévski defende que lá, na prisão, é onde se encontra a melhor parte do povo russo. Este que poderia trazer muitas contribuições para a humanidade. Mas são privados de sua liberdade, tentando satisfazer sua vida reclusa com fragmentos dela, para logo em seguida ter a plena noção de que não se passou de uma sombra.

Ademais, a edição da 34 é esplêndida. Traz uma tradução muito cuidadosa, mudando inclusive (ou melhor, trazendo para o mais próximo do original) o nome da obra. A belíssima apresentação de Paulo Bezerra, assim como apêndices, como uma carta do próprio Dostoiévski engrandeceram e muito a leitura deste livro ímpar na história da literatura. Espero que todas as pessoas possam ter o prazer de ler esse livro repleto de dores, angústias, beleza e anseio por liberdade.
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Christyele 12/01/2024

Achei um bom livro, porem, por ja ter lido muitos relatos dos sobreviventes do holocausto eu só achei como mais do mesmo, o que me fez vibrar mesmo foram as cartas no fim do livro!
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Raissa 05/12/2023

Se amar é crime, me prenda agr! ?
Confesso que tive medo da leitura acabar sendo um pouco arrastada, já que se trata de um livro semibiográfico, mas acabou se tornando uma leitura muito boa (mesmo não tendo tantos diálogos). A gente vai acompanhar algumas memórias do protagonista (preso por ter matado a esposa, numa crise de ciúmes) no meio daquele ambiente grotesco (fazendo um paralelo com o próprio autor, durante os trabalhos forçados na Sibéria). Mesmo sendo uma leitura bem pesada, não dá pra não se emocionar em partes como a peça de teatro que eles fazem durante o Natal, que me lembrou bastante a famosa cena do carrossel em Capitães da Areia. Enfim, com várias pitadas de humor e críticas ao sistema carcerário da época, esse livro acaba sendo uma das obras mais "íntimas" que temos do autor, por se tratar de um relato disfarçado de romance!
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Reginaldo Pereira 03/12/2023

E de quem é a culpa?
Este foi meu quinto Dostoiévski e admito que é também a quinta sensação diferente que o mestre me faz sentir ao terminar uma de suas obras. E a sensação da vez foi a reflexão?

Reflexão sobre tudo o que um gênio como ele vivenciou, passou, sofreu e observou ao longo dos quatros anos que passou como preso político na Sibéria. E só mesmo Dostoiévski para ?aproveitar? essa situação e conhecer - e admirar - ainda mais a sua maior devoção: o povo russo.

A escrita desta obra é suave e leve, mesmo considerando um tema tão pesado. Mas isso justamente pela maneira que Dostoiévski adota para narrar os locais, os personagens, os animais, as celebrações, e, principalmente, a privação de liberdade (aquilo que de fato representava a punição ao degredado).

O que o mestre tenta mostrar em sua obra pode ser resumida em um trecho de uma carta que ele mesmo escreveu ao sensor da época: ?Tente o senhor construir um palácio. Mande que tragam mármore, pinturas, aves do paraíso, jardins suspensos, toda sorte de coisas? Agora adentre-o. No fim das contas, talvez o senhor nunca mais queira sair dali. Talvez efetivamente não saia. Lá tem de tudo! ?Melhor não mexer no que está bom.? Mas de repente - um mero detalhe! - o palácio do senhor é bloqueado por uma cerca, e alguém chega e lhe diz: ?Tudo isto é teu! Aproveita! Mas não dês um passo daqui pra fora!? Pode ter certeza de que neste mesmo momento o senhor vai querer abandonar o paraíso e deixar a área cercada. E tem mais! Todo esse luxo, toda essa volúpia, servirão de inspiração para o seu sofrimento. O senhor chegará a ficar ofendido justamente com o luxo??

O livre arbítrio! A grande dádiva humana retirada em uma prisão! Eis a quem o mestre parece homenagear nesta história linda, humana e, sobretudo, real! Obrigado mestre! Mais uma vez, obrigado!
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Cris 18/11/2023

18.11.2023
O que dizer? Arrebatador! Gostei muito dessa obra que relata a vida de um prisioneiro que foi exilado na Sibéria a trabalhos forçados. Vivenciamos junto com o personagem a visão que ele tem do lugar, das pessoas, suas reflexões sobre a sociedade, o ser humano.
CPF1964 18/11/2023minha estante
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Vanessa.Castilhos 19/11/2023minha estante
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Tina 08/10/2023

Beleza extraída de dentro de um presídio siberiano
"Talvez eu me engane, mas parece que pelo riso pode-se conhecer um homem, e se ao primeiro encontro nos agrada o riso de alguém totalmente desconhecido, pode-se dizer, sem vacilar, que esse alguém é bom".

Conheci Dostoievski através de "Memórias do Subsolo", uma leitura que foi bastante arrastada para mim, e posteriormente fiz a leitura de "Crime e Castigo", que me surpreendeu demais (positivamente). "Escritos da Casa Morta" surgiu em minha meta de leitura através de uma disciplina da pós-graduação. Estamos fazendo a leitura conjunta da obra. Essa edição da Editora 34 é ideal, pois foi traduzida diretamente do russo pelo tradutor Paulo Bezerra. Alguns alunos estão lendo edições traduzidas do francês, que apresentam várias diferenças de sentido que causam grande impacto no entendimento da história. Aqui, Dostoievski escreve sobre suas experiências em um presídio da Sibéria, após praticar atos revolucionários durante o governo tsarista, através das lentes de um personagem chamado Aleksandr Pietróvitch. O que mais me surpreendeu foi a maneira sensível e até bela com que Dostoievski narra certos episódios que presenciou no presídio. A ele foi permitido manter um caderno de anotações, e as fazia principalmente quando passava alguns períodos no hospital da prisão. Foi a partir dessas anotações que "Escritos da Casa Morta" tomou forma. O dia-a-dia dos presidiários não era nada fácil, com trabalhos forçados e sopa de repolho que muitas vezes continha até baratas. O roubo era praticado livremente nas celas, pois aos presidiários era permitido trabalhar fora e ganhar alguns copeques para uso próprio, e esse uso geralmente era traduzido em muita vodka. São muitos personagens, cada um com suas particularidades e histórias pregressas e que muitas vezes surpreendem pela brutalidade de seus crimes. Junto a tudo isso, temos a alegria do teatro de Natal, a Páscoa, os feriados e momentos festivos em que os presos se divertiam. Eu esperava uma leitura densa, difícil e triste, mas me deparei com o contrário: consegui ler de maneira fluida, apreciando cada situação e cada personagem de forma a extrair sua beleza. Incrível como Dostoievski conseguiu essa proeza, de extrair a beleza de uma realidade tão dura.

"Um tratamento humano pode humanizar até mesmo aquele em quem há muito tempo se apagou a imagem divina".

"Em toda parte há gente ruim, e entre os ruins há gente boa".
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ciliane.ogg 18/09/2023

Achei que seria um leitura densa, difícil por conta do assunto abordado, mas é uma delícia. Agora consigo entender um pouco melhor por que Dostoiévski é chamado por muitos de gênio.
Recomendo a tradução da editora 34 por ser mais fluída e gostosa de ler.
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Juper14 15/09/2023

Uma vivência nebulosa!!!
"Recordações da Casa dos Mortos" é uma obra literária escrita por Fiódor Dostoiévski, publicada originalmente em 1862. Este livro é uma narrativa semi-autobiográfica baseada nas experiências do autor durante os anos em que esteve preso na Sibéria, após ser condenado por atividades políticas revolucionárias.

A história é contada em primeira pessoa por um narrador, que é um homem educado, intelectual e cético, chamado Aleksandr Pietróvitch Górki (nome fictício). Ele é condenado a trabalhos forçados na prisão da Sibéria por supostamente conspirar contra o governo czarista. Através dos olhos desse narrador, somos levados a conhecer o universo brutal e desumano da prisão.

O livro é uma análise profunda e sombria da natureza humana e da sociedade russa da época. Dostoiévski explora temas como o sofrimento, a liberdade, a redenção, a culpa e a esperança. Ele examina a psicologia dos prisioneiros e dos guardas, revelando as complexidades das relações humanas em um ambiente opressivo.

Ao longo da narrativa, o autor descreve vividamente as condições terríveis e desumanas enfrentadas pelos prisioneiros na casa dos mortos. Ele discute as diferentes personalidades e comportamentos dos detentos, a hierarquia social dentro da prisão e os métodos cruéis de punição e controle utilizados pelas autoridades. Além disso, Dostoiévski também aborda a transformação psicológica que ocorre no narrador à medida que ele enfrenta a brutalidade da vida na prisão.

"Recordações da Casa dos Mortos" é uma obra poderosa que oferece uma visão penetrante da natureza humana quando submetida a condições extremas. Dostoiévski utiliza sua experiência pessoal para criar uma narrativa emocionalmente impactante que continua a ressoar com os leitores, proporcionando uma reflexão profunda sobre a sociedade, a liberdade e a redenção.
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earlysunsetz 14/06/2023

Segundo livro do dostoievski que leio
Quando peguei este livro nem tinha tantas expectativas. sabia que dostoievski é um ótimo autor, claro, e inclusive estava lendo um de seus livros (noites brancas) online. já que quando fui procurar na biblioteca da escola e não o encontrei, peguei recordações da casa dos mortos. no começo não me prendeu muito, porém logo se tornou interessante.
sempre tive problemas em imaginar ambientes ao ler, e com recordações da casa dos mortos isso não aconteceu. tantos assuntos e personagens diferentes, relatados de forma tão bem feita!
enfim, quero engolir esse livro.
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Victor225 11/06/2023

Escritos da Casa Morta
Um verdadeiro tratado sobre liberdade, moral, justiça, etc. Tantos problemas e questões que são possíveis se ter ao ler, que nem consigo expressar o quão profundo esse livro realmente é.
Sabe-se que foi desta obra e da experiência do Dostô na prisão que surgiram muitos dos seus personagens futuros, como Raskólnikov, em Crime e Castigo, onde são explorados temas como a consciência, o crime, a natureza do mal e o cristianismo e o martírio como caminho para redenção.
Ainda assim, o que mais é ressaltado no livro é a importância da liberdade para o homem. Muitos a idealizando enquanto estão presos dentro das muralhas; outros, numa tentativa falha de sentirem-se livres, acumulando dinheiro e rapidamente o gastando, bebendo, fazendo de tudo para que pudessem sentir-se donos de si. Na carta ao censor, no apêndice, Dostoiévski ainda faz uma afirmação muito verdadeira, dizendo que mesmo que um homem construísse um palácio grande e ornamentado, bastaria dizer a esse homem que ele não mais poderia ir para fora, para que ele logo começasse a querer sair do lugar. No fim, a liberdade e o arbítrio são extremamente necessários para a personalidade e o espírito de um homem.
Temos ainda os exageros da lei, como no uso constante dos grilhões na época, mesmo para presos terrivelmente doentes. Para que serviam aqueles grilhões, senão para torturar de forma gradual a mente daquele preso? Lembrá-lo constantemente de que ele não é livre, de que ele é um condenado? Seria isso justo, visto que ele é um criminoso, ou apenas um constante rebaixamento moral sem função e motivo?
Mas de resto, minha parte favorita e a que me trouxe um verdadeiro sorriso foi o capítulo da peça, onde podemos ver que, mesmo entre os mais miseráveis, maldosos e imorais homens, a arte tem o poder de reunir todos em um momento de alívio, de risada e de companheirismo. Podemos ainda ver que, mesmo naqueles condenados, era possível encontrar talentos inimagináveis para a arte, que eram em muito desperdiçados dentro daquelas muralhas.
Podemos ver, enfim, que até mesmo em uma casa morta, há vida.
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