Miriam 10/08/2011Encerrando com chave de ouro. Eu gosto muito da série de livros Poderosa. Joana Dalva é uma garota que se assemelha comigo em alguns aspectos - e acredito que cada menina encontra um pouco de si nesta personagem. Estas semelhanças nos levam a imaginar: como seria nossa vida se tivéssemos o poder de transformar nossas palavras em realidade?
Muit@s diriam que acabariam com a guerra, a fome, enfim, tornariam o mundo um lugar melhor de se viver. Será? Me lembro de quando comecei a trabalhar; disse que ia fazer isso e aquilo, e já com o dinheiro em mãos, a coisa toda mudou.
Por não saber os efeitos que grandes atos como este poderiam causar, Joana Dalva fica na sua, se atrevendo a mudar o mundo com pequenos detalhes. Ela não tem lá um critério para escrever com sua mão esquerda: simplesmente o faz quando acha que precisa. Esta espontaneidade conduz o livro de maneira leve, como se uma brisa soprasse os rumos da história.
Neste volume - o último publicado, uma vez que Sérgio Klein faleceu - Joana começa um dia normal, mas, ah, nada pode ser normal quando se pode mudar um pouquinho o rumo das coisas. No caminho para a escola, ela acaba salvando uma garota que queria se matar; ao chegar na sala de aula, é surpreendida por um aluno novato, que rouba todas as atenções da sala - inclusive dos meninos!
Não que ela estivesse interessada, pois já tinha seu namorado, João. O problema era que já estavam espalhando boatos... de que o tal garoto estava interessado nela!
"Poderosa" é um exemplo de série que poderia ser seguido por mais autores: as histórias tem relação entre si, mas também tem seu Q de independência. Quem quiser começar pelo livro 5 poderá ler sem problemas - apenas em alguns momentos tramas antigas são citadas. Assim, a morte do autor não nos deixou com um mistério na mão, sem chance de ser solucionado; claro que alguns ganchos foram deixados, mas isto é para garantir que, se outro livro fosse publicado, ele pudesse se entrelaçar com os demais.
Um outro detalhe interessante é que a protagonista é feminina, mas escrita pelas mãos de um homem. Sérgio tinha filhas, e pôde dar veracidade ao texto, mas não se prendeu à picuinhas, detalhezinhos que pudessem tornar Joana numa garotinha fútil. Mesmo nos momentos mais femininos, como a ida ao salão de beleza, ela não nos chateia. Provavelmente foi por isto que ela e cativou.
A única crítica que eu tenho pro livro é que ele tem alguns momentos descrevendo a atual tecnologia, o que pode fazê-lo ficar defasado. Ou seja, meus filhos podem encontrar uma certa dificuldade na leitura! :D
Vou sentir saudades de novas histórias de Joana Dalva... ;D