História da sexualidade

História da sexualidade Michel Foucault




Resenhas - História da Sexualidade - Volume 3


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Gabriel Schorr 15/05/2022

Fechando a coleção da História da Sexualidade, Foucault aprofunda-se na temática dos sonhos, da relação com as mulheres e com os rapazes em períodos entre a época mais clássica grega e a idade média. Pode-se notar já traços que serão presentes na estética católica, com bastantes limitações e desaprovações pelos autores aos comportamentos sexuais dos indivíduos, além de um machismo intrínseco.
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Cato. 11/03/2022

Nesta continuação do volume 2 — o uso dos prazeres, Foucault começa falando de Artemidoro, filósofo grego do século II d.C. que desenvolveu um método para a interpretação de sonhos, e mostra como eram interpretados os sonhos sexuais — o que significavam, os valores atribuídos a determinados sonhos.
Em seguida, fala sobre a cultura de si e a ética dos prazeres sexuais: como eles eram de certa maneira perigosos para o indivíduo, se usados em excesso ou fora das normas. O casamento e o papel político do cidadão estavam associados ao seu controle de si: se ele sabia governar-se bem, consequentemente saberia governar os outros.
Posteriormente, Foucault traz os pensamentos do médico grego Galeno e outros médicos do século II d.C., que elaboraram prescrições para a saúde, através do cuidado com o uso dos prazeres sexuais, e a maneira pela qual eles deveriam ser usados no casamento, dependendo também de condições meteorológicas, entre outras.
Após, Foucault traz como a sociedade da época pensava o casamento, e como os filósofos defendiam-no ou o debatiam. Assim, a relação com a mulher ganhou mais atributos de reciprocidade, valorizando-se cada vez mais a fidelidade e a austeridade do marido, bem como sua preocupação com respeitar a dignidade da esposa, mais do que no passado.
Por fim, o autor fala sobre como o entendimento da relação com os rapazes começa a mudar: o que para os gregos do século IV a.C. era uma relação virtuosa e de amizade, um amor verdadeiro, passa a ser considerado como inferior, perdendo espaço para a valorização do casamento. Além disso, comenta-se um debate interessantíssimo da época entre os partidários do amor pelas mulheres e do amor pelos rapazes, e a hipocrisia que circundava esse último, porque os seus defensores sustentavam que não havia nenhum prazer sexual envolvido: as relações com os rapazes seriam sempre de uma amizade, uma admiração distante, olhos nos olhos, teoricamente — e na realidade, os prazeres sexuais estavam sempre envolvidos.
Finalmente, o livro termina dando pinceladas em como o cristianismo interpretaria o casamento, os prazeres sexuais, e a relação com os rapazes, mas infelizmente o autor faleceu antes de poder terminar o quarto e último livro da série, "As confissões da carne".

Assim termino a leitura dessa "trilogia" da sexualidade. O primeiro livro fala da modernidade, dos discursos sobre a sexualidade e a sua "repressão" nos séculos XVIII e XIX. No segundo livro, ele volta 2.000 anos no passado e fala dos gregos dos séculos IV a.C..No terceiro livro, são tratadas as mudanças desse pensamento grego entre os séculos II a.C. e 3 d.C.. Meu favorito dos três livros foi o segundo — O uso dos prazeres. O primeiro relaciona-se mais nitidamente com o pensamento da sociedade disciplinar, e fica um pouco à parte dos outros. Já o terceiro e último é basicamente uma continuação do segundo.
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