O Livro das Feras

O Livro das Feras Patricia Highsmith




Resenhas - O Livro das Feras


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Bruno 18/05/2013

Domesticado e dócil nem sempre são sinônimos...
Não conhecia a autora e fiquei boquiaberto com o que li.

Nesta obra os protagonistas não são seres humanos mas sim animais, das mais variadas espécies, que figuram em diversas histórias de um modo distinto do usualmente retratado pelos livros...

Maus tratos, sadismo e abusos contra os bichanos são por eles retrucados com sangue e vingança (aliás, a palavra de ordem comum a quase todos os contos é justamente a vingança).

É estranho ver os animais como peças-chave nas histórias, analisar seu ponto de vista sobre nós humanos e muitas vezes torcer por eles (em detrimento daqueles de nossa própria espécie!!!).

Destaque para os contos: "O rato mais corajoso de Veneza", "A vingança de Djemal" e "Cavalo-motor".

Recomendo!


Aline R. 30/06/2013

psicológico com animais
O tema do Desafio Literário esse mês foi "romance psicológico". Primeira coisa a fazer: descobrir o que raios é isso. Sim, disseram-me que é o romance em que a história é narrada em fluxos mentais, em que predomina o tempo interior e eu continuei com interrogações na cabeça. Comecei a ler Miss Dalloway e entendi. A história se passa no interior da personagem. Deve ser, porque no meu interior não passou nada. Leitora crua ainda, ou mal-passada, troquei o.livro por O Livro das feras. Aí sim, eu virei camelo, tive pena do rato, não confiei em momento algum no furão e achei a barata gente boa.

O livro é composto de 13 contos. Na maioria deles o enredo é o mesmo: animal acuado por ser humano se defende. Os bichos podem nos machucar bastante com suas presas e garras e até mesmo com seu peso. O ser humano exerce o domínio pela astúcia ou pela maldade. Patricia contruiu personagens bem convincentes. O comportamento dos bichos não é humanizado, eles não entendem 100% do que as pessoas falam ou fazem. Parecem ingênuos e agem por instinto de preservação. O primeiro conto, "o último espetáculo de Vedete" é narrado em primeira pessoa pela elefanta, usando o tal do fluxo de consciência. Em outras histórias, a narração é feita em 3a. pessoa, mas sempre respeitando o limite de compreensão dos bichos.

Em algumas histórias eles são vítimas, em outras, são violentos. Animais selvagens são só instinto. Quanto aos humanos, há os que amam os bichos, os cruéis e algumas inversões interessantes, como humanos estúpidos na história das galinhas e humanos abjetos apresentados por uma barata enojada.

Patricia Highsmith foi uma escritora americana conhecida pelas adaptações cinematográficas de seus livros, todos com tramas de crimes e suspense.

Fechei o livro determinada a jamais ter um furão nem um porquinho da índia e aborrecida, de novo, com baratas kafkanianas.


Morningstar 03/05/2021

Mega interessante. A autora humaniza personagens animais, não perdendo suas características fundamentais.
Te faz vibrar pelos personagens em uns momentos e ficar chocada em outros.
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Zeli Giovana 01/09/2023

Um livro muito bom. São vários contos com todo tipo de situações envolvendo animais. Cada conto pontua alguma relação entre homens e animais, muitas vezes com algum embate. São histórias que nós levam a repensar nossa relação com a natureza.
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Marselle Urman 29/05/2015

Um enfoque muito interessante do mundo visto pelos olhos dos animais, que tem tanto direito à existência pacífica na terra quanto os seres humanos...mas foram subjugados ao longo do tempo pela dita "supremacia" de inteligência uso de artefatos pela raça humana.
A natureza sempre encontra seu equilíbrio... e, neste livro, as coisas não acabam bem para as pessoas desrespeitosas e abusadoras.
O primeiro conto é o melhor de todos para mim; também gostei muito da estória da égua e da gatinha.
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z..... 24/04/2019

Nos 13 contos dessa obra os animais são protagonistas, necessariamente interagindo com os homens, em histórias em que evidenciam-se melancolia, fator inusitado ou, no que é a parte mais impactante do livro, situações que caminham para o esdrúxulo, transformando-se numa narrativa surreal de pavor. A impressão que fica é que são apenas reflexo e ilustração para comportamentos humanos, seja nas neuras ou peculiaridades descritas.

Cabe referências para "O último espetáculo de Vedete" (o mais melancólico, e de certa maneira poético, em um retrato sobre desilusões e injustiça na história de uma elefanta) e "No final da estação das trufas" (sobre um porco de muita personalidade, tendo no traquejo sobre isso diferencial marcante para sua vida).

Em relação a "O rato mais corajoso de Veneza", "O dia do acerto de contas", "As macaquices criminosas de Eddie", "Hamsters versus Websters" e "Harry: o furão" deixo parecer geral como os contos que desenrolam-se de maneira sinistra transformando-se numa narrativa de terror, sobretudo pelo elemento humano em suas escolhas e posicionamentos. Destes, o mais impactante foi o do rato (não pela história em si, mas pela forma envolvente na leitura, que cativa a atenção). Os desfechos são sinistros principalmente pelas escolhas humanas.

Findo com uma frase que costumam ostentar e particularmente percebo-a derrotista e soberba. Veio-me a mente ao final: "Quanto mais conheço o ser humano, mais amo os animais". Tenhamos cuidado com as escolhas e posicionamentos, onde o que há de pior pode estar em nós mesmos, não só em quem julgamos.
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