Aline R. 30/06/2013psicológico com animaisO tema do Desafio Literário esse mês foi "romance psicológico". Primeira coisa a fazer: descobrir o que raios é isso. Sim, disseram-me que é o romance em que a história é narrada em fluxos mentais, em que predomina o tempo interior e eu continuei com interrogações na cabeça. Comecei a ler Miss Dalloway e entendi. A história se passa no interior da personagem. Deve ser, porque no meu interior não passou nada. Leitora crua ainda, ou mal-passada, troquei o.livro por O Livro das feras. Aí sim, eu virei camelo, tive pena do rato, não confiei em momento algum no furão e achei a barata gente boa.
O livro é composto de 13 contos. Na maioria deles o enredo é o mesmo: animal acuado por ser humano se defende. Os bichos podem nos machucar bastante com suas presas e garras e até mesmo com seu peso. O ser humano exerce o domínio pela astúcia ou pela maldade. Patricia contruiu personagens bem convincentes. O comportamento dos bichos não é humanizado, eles não entendem 100% do que as pessoas falam ou fazem. Parecem ingênuos e agem por instinto de preservação. O primeiro conto, "o último espetáculo de Vedete" é narrado em primeira pessoa pela elefanta, usando o tal do fluxo de consciência. Em outras histórias, a narração é feita em 3a. pessoa, mas sempre respeitando o limite de compreensão dos bichos.
Em algumas histórias eles são vítimas, em outras, são violentos. Animais selvagens são só instinto. Quanto aos humanos, há os que amam os bichos, os cruéis e algumas inversões interessantes, como humanos estúpidos na história das galinhas e humanos abjetos apresentados por uma barata enojada.
Patricia Highsmith foi uma escritora americana conhecida pelas adaptações cinematográficas de seus livros, todos com tramas de crimes e suspense.
Fechei o livro determinada a jamais ter um furão nem um porquinho da índia e aborrecida, de novo, com baratas kafkanianas.