A conjura

A conjura José Eduardo Agualusa




Resenhas - A conjura


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Val Alves 01/03/2021

A sensação que tive é que o livro era uma adaptação pela metade da estória completa de algum clássico. Isso porque há uma profusão de personagens, todos interrelacionados em núcleos soltos, e há tão poucos detalhes ou descrições que ficou difícil criar mentalmente a imagem geral de cada um deles. Como se tivessem pegado um livro de quatrocentas páginas e resumido em cento e cinquenta. Sinto que se fosse mais desenvolvida a estória seria bem mais interessante. 
Ela tem como pano de fundo uma tentativa de rebelião dos habitantes de uma cidade de Angola para se emancipar dos domínios de Portugal. 
É um livro interessante porém poderia ter sido bem mais.
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Inês Carreira 08/11/2018

Crítica: 'A Conjura' de José Eduardo Agualusa
'A Conjura’, pela mão da pena estreante de José Eduardo Agualusa, conduz-nos com maestria ao longo do caminho turbulento das estórias e da História de Angola, em finais do século XIX e inícios do século XXI. Personagens oriundas de uma ascendente burguesia mestiça compõem o núcleo central do enredo, que se constrói num encadeamento de acontecimentos interligados e temperados pelo misticismo popular do encontro das culturas europeia e africana.

O autor pincela a narrativa de paixões, traições, fraternidades e desejos de liberdade, para sublimemente nos dar conta do passado do seu país, que bem antes de se tornar independente de Portugal, deu lugar a um plano perfeito de conquista pela tão desejada autonomia. Estamos ainda em 1880 e de repente vemo-nos misteriosamente envolvidos por essa Luanda fantástica de brancos degredados, uma elite europeia exploradora, trabalhadores negros, índigenas nativos revoltados e uma burguesia mestiça ascendente, que protagonizará 31 anos de conjura contra a exploração da coroa portuguesa.

Agualusa faz-nos um retrato preciso do período que antecedeu imediatamente a Conferência de Berlim e se estendeu até 1911, logo após a proclamação da república em Portugal, cenário que motivou o crescente descontentamento dos angolanos para com a soberania do país europeu colonizador, a par da simpatia pelos ideais republicanos que se impunham cada vez mais no mundo moderno.

Apesar do ambiente com vocação cinematográfica, talvez a abundância de personagens com pequenas aparições e tantos nomes compostos dificulte ao leitor acompanhar a narrativa com pormenor. Ainda assim, trata-se aqui de uma obra prima da literatura contemporânea, que envolve, seduz e enriquece o conhecimento de quem se disponha a viajar por suas páginas.
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