Flavio Assunção 17/01/2012James Herbert é um autor inglês bastante conceituado, comparado a mestres como Stephen King e Dean Koontz por suas tramas sombrias e personagens marcantes. No Brasil, não possui o devido respeito e por isso conta com pouquíssimas obras publicadas na nossa língua. A última, inclusive, foi lançada há 25 anos, justamente "Luar", que falo nesta resenha.
O livro conta a história de Jon Childes, um homem com um passado misterioso que possui um dom - ou um fardo, em sua própria concepção - de ver através dos olhos de assassinos. Embora tente lutar contra essa sensibilidade, ele acaba colocando a si próprio e as pessoas a sua volta em perigo a partir do momento em que o assassino em questão entra em sua mente e acaba descobrindo quem ele é.
O livro é poderoso em seu enredo e seus personagens. James Herbert conseguiu criar uma trama coesa e que se mantém constante do início ao fim, sem qualquer deslizes ou falhas. É tudo muito bem amarrado e o leitor apenas tem a tarefa de se entregar a leitura e acompanhar até onde tudo vai dar. Vale destacar que o autor não exagera em descrições nem tornou as coisas superficiais. A impressão que tive é que tudo foi feito na medida certa, uma dosagem bastante complicada de se preparar e que muitos autores - novos e até mesmo consagrados - acabam não tendo êxito.
Por essas e outras, ao terminar de ler "Luar", percebi que as comparações com King e Koontz não são balela como achava anteriormente. O cara escreve realmente bem e consegue criar um clima bastante tenso, ao mesmo tempo em que entrega personagens muito interessantes. No final das contas, o livro me surpreendeu positivamente e me fez lamentar ainda mais o fato de James Herbert ter apenas três obras publicadas em português. O que doi mais ainda é saber que provavelmente esse número nunca vai aumentar. O jeito é trabalhar com o que temos. Por isso, não vou perder e irei adquirir "Visitantes da Noite" e a "Invasão dos Ratos", que completam a "trilogia" brasileira deste excelente autor.