Cilmara Lopes 21/05/2016Um quadrinho excepcional!Dash Shaw tinha apenas 23 anos quando escreveu e desenhou esse épico familiar, moderno e cheio de reflexões.
Família, é uma temática que gosto muito, então tenho muito receio de pegar um filme ou literatura que me desagrade. Mas, fui plenamente surpreendida, comprei por curiosidade e estou muito contente de ter apreciado cada página.
Logo no início dá 2 advertências:
1 História em quadrinhos proibida para crianças;
2 Três partes- Faça uma pausa em cada uma;
Somos apresentados a família "Loony", 5 pessoas, após 40 anos casados, o Sr. e Sra. Loony decidem se separar, os 3 filhos já crescidos nao sabem muito bem como agir ou até mesmo como se sentir numa situação dessas. Os pais reúnem a família para contar a decisão do divórcio. E na antiga casa que cresceram, cada filho age de uma forma diferente, o mais velho, Dennis, nao aceita de forma alguma essa separação dos pais, a do meio, Calire se conforma, assimilando com o próprio divórcio ocorrido á pouco tempo e o mais novo Peter, bom...ele não sabe o que sente, ele representa o lado disfuncional da família, o caçula que sempre foi meio que deixado de lado, e todos dizem que não o entende, mas ninguém procura entendê-lo. E é nessa reunião familiar que o enredo se desenrola de forma muito humana e cativante. Dash Shaw consegue frisar ações que mostram as nuances do psicológico dos personagens, de forma intrigante e inteligente.
Lembre-se "Nos Lonny Buraco Negro, cada membro é uma entidade flutuante e separada dos outros membros. Uma não família." (e toda família no fundo não acaba sendo assim?)
Uma narrativa envolvente, verdadeira e bem dinâmica. Você termina 720 páginas rapidamente, pois a leitura é bem fluída e arte bem produzida.
Melhor quadrinho do ano (nessa temática), por enquanto!