Missão do bibliotecário

Missão do bibliotecário José Ortega y Gasset




Resenhas - Missão do bibliotecário


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bibliotecadajordana 17/07/2021

[RESENHA: Missão do Bibliotecário]
Este livro é fruto do discurso escrito por José Ortega y Gasset, proferido no Congresso Internacional de Bibliotecários em 20 de maio de 1935. O autor discorre inicialmente sobre o significado de missão e coloca como aquilo que o homem precisa fazer em sua vida, como um propósito que buscamos para dá sentido à existência. Já a missão profissional, ocupa um lugar social, é uma atividade humana que a sociedade necessita.

Para o autor a missão do bibliotecário está ligada a evolução da sociedade, o que leva a profissão de bibliotecário está sempre em constante transformação, pois é influenciada pela necessidade social que o livro representa na sociedade.

Uma vez que inicialmente o livro era uma necessidade social, pois existiam poucos, o bibliotecário tinha o papel de guardião desse conhecimento.

Com o passar do tempo, o que ocorreu foi a existência de muito material bibliográfico, surgindo assim a necessidade de se catalogar, organizar e orientar o uso desse material.

Assim a profissão do bibliotecário para o autor surgiu de maneira social e espontânea, e só se torna oficial quando o Estado admitiu a sua importância.

Segundo o autor o bibliotecário teve um papel no século XIX como um “domador” do livro, pois este começou a ser sentido como um peso, e ao mesmo tempo que existiam muitos livros, existia a escassez de livros que eram necessários, caberia ao bibliotecário regular essa produção.

Por fim o autor conclui que o livro possibilitou a materialização da memória, pois o livro é um dizer escrito que surge de uma necessidade individual ou social, tais conhecimentos que antes ficavam apenas guardados na memória dos anciões, se materializou na escrita para ser disponível a todos.

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Flávinha 01/04/2020

A missão do Bibliotecário
Este livro é fruto do discurso escrito por José Ortega y Gasset, proferido no Congresso Internacional de Bibliotecários em 20 de maio de 1935, e faz parte da bibliografia básica de muitos cursos de Biblioteconomia, eu li no primeiro ano da graduação e a revisitei agora, pensando no dia 12 de março, dia em que se comemora o dia do Bibliotecário, data instituída pelo Decreto nº 84.631, de 9 de abril de 1980, em homenagem a data do nascimento de Manuel Bastos Tigre, que se formou em engenharia, mas após conhecer Melvil Dewey, durante uma viagem, ficou encantado com a Bibiblioteconomia e ao retornar ao Brasil se dedicou a estudá-la e a exercer a profissão, além disso, também era escritor e poeta.

Isto posto, voltemos a José Ortega y Gasset e seu discurso, que inicia com o questionamento, o que é missão? etimologicamente é "aquilo que um homem deve fazer em sua vida", e citando Descartes acrescenta "Quod vitae sectabor iter?" Qual caminho de vida escolherei?".

"Missão é isto: a consciência que cada homem tem de seu mais autêntico ser, daquilo que está chamado a realizar. A idéia de missão é, pois, um ingrediente constitutivo da condição humana [...] Sem homem não há missão [...] Sem missão não há homem."

Ortega y Gasset descorre ao longo do seu discurso sobre o que ele acredita ser a missão do Bibliotecário, e como essa missão está diretamente relacionada com a evolução da sociedade, o que faz com que a profissão esteja sempre se reinventado, dado que está atrelada a necessidade social que o livro representa para esta sociedade.

Discorre ainda sobre a facilidade de acesso ao livro, que em outras épocas não existia, e como estão sendo produzidos sem critérios, em série e como esse fenômeno é prejudicial até mesmo para o "homem de ciência" que está com dificuldades em "orientar-se na bibliografia de seu tema", fazendo referência a torrente informacional que segundo o autor aflinge a humanidade.

Explana acerca da nova missão do bibliotecário, que segundo o autor é o papel de higienista, de abrir caminho em meio ao surgimento de tantos livros, que estão se tornando um perigo para o homem, já que "muitos deles são inúteis ou estúpidos, e sua existência e conservação constituem um lastro a mais para a humanidade, que já anda exclusivamente curvada sob o peso de outras cargas", em contrapartida outros de extrema importância estão escassos.

E finaliza seu discurso expondo a construção da memória que era guardada por meio da memória dos anciãos, ou seja, pela oralidade, e que a invenção da escrita os libertou e as materializou, colocando o conhecimento a disposição de todos; e ressaltando que somente a escrita e a leitura não bastam, é necessário revisitar o contexto em que o livro foi escrito, se aproximar do autor, fazer o mesmo caminho que ele, demonstrar que "antes de ler o livro pensou por conta própria sobre o tema e conhece suas trilhas". E encerra com uma fala de Platão:

"Confiando os homens no escrito, acreditarão compreender as ideias, e assim as tomam por sua aparência, graças a indícios exteriores, e não a partir de dentro, por si mesmos [...] Abarrotados de supostos conhecimentos, que não adquiriram de verdade, julgar-se-ão aptos para julgar tudo, quando, a rigor, nada sabem e, ademais, ficarão insuportáveis porque, ao invés de sábios, como se imaginam, serão apenas carregamentos de frases".

No posfácio consta a circunstância política e social em que o discurso "Missão do bibliotecário" foi escrito e recebido pelos leitores da época.
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Jackie 22/07/2016

“Este chamado que ouvimos rumo a um tipo de vida, esta voz ou grito imperativo que se eleva de nosso íntimo mais radical, é a vocação.”
“Está em nossas mãos querer ou não realizá-lo, ser fiéis ou infiéis à nossa vocação.”
“A sociedade democrática é filha do livro.”
“Fazer livros, porém, tão logo se converteu em interesse social passou a ser uma atividade econômica ou de prestígio, começou a fabricação do falso livro, de objetos impressos que se aproveitam do fato de terem uma aparência que se parece com a do verdadeiro livro.”
“A invenção da escrita, porém, ao criar o livro libertou da memória o saber e acabou com a autoridade dos anciãos.”
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Gislaine 12/07/2018

Nossa missão...
Ultimamente tenho voltado as origens como profissional e mergulhado em leituras dentro da Biblioteconomia. Tem sido uma ótima maneira de reciclar meu conhecimento, e por que não os utilizar em outras áreas?
Comecei pela “Missão do Bibliotecário” de José Ortega y Gasset, e acredito ter sido um ótimo início para elucidar o nosso papel como profissionais da informação.
O livro trata-se da transcrição do discurso proferido em francês por Gasset na inauguração do 2º Congresso Mundial de Bibliotecas e Bibliografia em Madrid, no dia 20 de maio de 1935. Mas, somente em 2006 a obra foi publicada em português, trabalho realizado por Antônio Agenor Briquet de Lemos, que viu a importância da disseminação das informações contidas naquelas palavras.
Gasset inicia o seu discurso diferenciando a missão pessoal da profissional, e a importância de não as confundir. Cada uma é uma, e tem o seu propósito na vida do indivíduo.
Dentro desse contexto, o filósofo elucida o sentido de vocação, que está intrínseca a missão pessoal, cuja sua função não tem caráter imperativo, cabendo a nós decidir se queremos ou não a seguir. Em contraponto temos o ofício, intrínseco a missão profissional, cuja finalidade é a de se cumprir um dever. E isso coloca o profissional na posição de ser julgado pela sociedade através do seu feito, já que se constitui num caráter coletivo e não individual.
Gasset resgata um breve histórico do surgimento do bibliotecário por volta do século XV, no começo do Renascentismo, período em que o livro deixa de ser apenas um objeto a ser guardado (geralmente livros religiosos e legislação) onde apenas poucas pessoas tinham acesso, para se tornar algo público, ou seja, livros que são escritos por pessoas comuns, escritores. A partir desse momento que o livro é visto como necessidade, nasce o bibliotecário.
O autor faz uma reflexão do profissional já no século XIX, enfatizando que a sua ascensão ocorre conforme o livro se torna algo cada vez mais importante para a sociedade. Nesse período não existe mais a urgência de se adquirir livros, mas sim a necessidade de organizá-los para promoção da leitura. Nesse contexto o aparecimento de bibliotecas e bibliotecários torna-se crescente.
José Gasset em seu discurso critica a criação desenfreada de livros, e ressalta que deve haver um controle, devido à falta de qualidade que começa a haver. Ressalta que muitos são inúteis, e apenas dispendem trabalho por terem de ser conservados. Além disso, esse contexto traz a nova missão do bibliotecário que é orientar o seu leitor não especializado dentro desse mar de livros.
Em finalização do discurso, o filósofo traz palavras acerca do que é o livro. E critica o fato de darmos por “certo e sabido” o que é um livro, a partir do substantivo, mas não considerar a fundo a sua essência.
Nesse contexto, Gasset divide o conceito de livro entre verdadeiro, sendo aquele que tem a autêntica função vivente, que esta sempre dizendo o que é preciso dizer. E o falso, cuja sua fabricação se dá apenas com o interesse econômico ou social. De forma filosófica, o autor enaltece a função vital do livro, mas faz duras críticas a banalização da escrita.

Sinceramente, eu adorei a leitura desse livro, que me trouxe questionamentos e reflexões acerca da minha atuação profissional, mas muito da nossa atuação coletiva como bibliotecários.
Crescemos muito na otimização dos serviços com o uso das tecnologias existentes, mas considerando as palavras que foram proferidas há anos atrás será que realmente entendemos qual a essência vital do livro? Será que isso é sinal de que ainda valorizamos demais a mera administração da coisa chamada livro? Talvez os dados estatísticos sobre a quantidade de leitores no Brasil possam nos dar uma ideia disso.

site: http://leiacomagente.com.br/missaodobibliotecario/
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Lety 15/09/2020

O livro e os seus cuidados
Ortega y Gasset traz a missão do bibliotecário através da história do livro e suas peculiaridades. Sendo assim, traz o livro sobre a ótica de uma revolução, como um registro do dizer, da memória, como uma forma de manter vivo um pensamento através do tempo. Outra ótica que este filósofo espanhol traz para o livro, é do ponto de vista do problema em que se tem em ler tudo o que é produzido. A partir daí ele fala sobre a missão do bibliotecário e o coloca como um profissional essencial para permitir que o leitor encontre o livro que procura. Embora pareça um pouco distante da nossa sociedade algumas falas dele, tendo em vista que atualmente existem outros meios de disseminação informacional, não apenas só o livro, os seus argumentos são importantes para entender a relevância do bibliotecário no contexto de grande volume de informação existente e de como o seu papel deve ser desempenhado com afinco.
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Caebri 22/01/2021

Por sua brevidade e concisão, é um texto básico para aqueles que estão começando a se envolver com a Biblioteconomia. Para aqueles já envolvidos, ele pode não apresentar novidades, mas promove uma o outra abertura para discussões - como a questão da automação, cabível, e a atuação bibliotecária na edição de livros, com certa polêmica. No mais, há também um breve e delimitado, panorama sobre a profissão e os livros. Vale a leitura.
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MarcosQz 09/11/2022

O discurso de José Ortega é único e sem igual.
Ortega nos fala desde os primórdios, onde não existia a função do bibliotecário, até mesmo quando nem existiam os livros, mesmo que já existissem os papiros, que eram cuidados, armazenados por simples cuidadores, que é sim a origem da profissão, que é por sua vez uma profissão variável migratória, evolutiva e história, segundo Ortega.
É durante o renascimento que a função do livro muda, é também nessa época que surge a imprensa e a necessidade do livro, surgindo assim a necessidade do bibliotecário, já que surge a necessidade de catalogá-los. O livro mudou o mundo, criou a democracia e triunfou sobre as leis divinas, sobre a autocracia. O mundo é o que é por causa dos livros, após sua invenção a evolução se deu de forma mais rápida, mas o que é benéfico também é maléfico de certo ponto de vista, já que o livro tornou o homem mais livre, deu o poder do pensar por si mesmo, desde que ele seja capaz de se apropriar do que se leu.
Ortega fala sobre um controle sobre os livros, sobre dificultar a edição de livros inúteis ou tolos, um erro de sua parte, pois o papel do bibliotecário, e também do livro, não é o da censura, o papel do bibliotecário deve ser o de cuidar, de administrar, de ajustar a função do livro às necessidades individuais e coletivas, atuando como um filtro necessário entre quem escreve e quem lê.
Da invenção da escrita até a criação do livro, a memória foi liberta, já que o livro colocou os saberes através dos séculos livre e à disposição de todo o mundo.
O bibliotecário nada mais é do que o administrador, o agente dos saberes dentro das folhas.
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Maura15 28/02/2023

Um livro curto e ótimo para expandir a mente em relação do papel do bibliotecário hoje em dia. Esplêndido!
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JinhoColucci 18/03/2024

É realmente uma visão impressionante sobre o que é a biblioteca e o ser bibliotecário. Isso irá me ajudar muito na minha profissão.
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