Rafael.Gomes 13/06/2023
Fantástico
O subtítulo é péssimo e comecei o livro achando que ele poderia já estar ultrapassado por ser um livro mais antigo.
Que nada? o livro tem maturidade e profundidade suficiente para trazer um ponto de vista e também os seus próprios pontos fracos e alertas. Um livro que nos faz crescer e conhecer um pouco mais as nossas limitações e o que podemos fazer para tomar melhores decisões individualmente e também enquanto sociedade.
Tem uma linha que nos lembra ?rápido e devagar?, mas a leitura é muito mais fluida e envolvente, cheio de histórias que fascinam e esclarecem os pontos de vista defendidos.
Leitura não só recomendada, mas absolutamente necessária. Recomendo também ?fora de série? do mesmo incrível autor (os subtítulos são péssimos e passam uma ideia distorcida das obras, mas os livros são fantásticos).
Trechos:
(?) suspeitamos naturalmente deste tipo de cognição rápida. Vivemos em um mundo que assume que a qualidade de uma decisão está diretamente relacionada ao tempo e esforço dedicados à sua tomada. (?) Na realidade, nós confiamos somente na tomada consciente de decisões. Mas há momentos, particularmente os de estresse, em que a pressa não gera desperdício, quando nossos julgamentos rápidos e nossas primeiras impressões podem oferecer um meio muito melhor para entender o mundo. A primeira tarefa de Blink é convencê-lo de um fato simples: decisões tomadas muito depressa podem ser tão boas quanto decisões tomadas de forma cautelosa e deliberada.
Nosso inconsciente é muito poderoso, porém falível. Nosso computador interno nem sempre opera de forma brilhante, decodificando "a verdade" de toda e qualquer situação. Ele também pode estar distraído, equivocado ou desativado. Nossas reações instintivas são forçadas a competir com diversos interesses, emoções ou sentimentos conflitantes. De modo que resta o dilema: quando devemos confiar em nossos instintos e quando devemos nos precaver em relação às conclusões precipitadas?
Quando falamos a respeito de tomada de decisões analítica versus intuitiva, nenhuma das duas é boa ou má. Mau é usá-las em circunstâncias inadequadas.
Nossas reações inconscientes provêm de uma sala trancada e não podemos olhar dentro dela. Mas com experiência nós nos tornamos peritos em usar nosso comportamento e nosso treinamento para interpretar e decodificar o que reside por trás de nossos julgamentos rápidos e nossas primeiras impressões.
"Quando tomamos uma decisão numa fração de segundo", diz Payne, "estamos realmente vulneráveis a ser guiados por nossos estereótipos e preconceitos, até mesmo aqueles que não necessariamente apoiamos ou acreditamos". (?) Payne constatou que o único fator que fazia diferenca era desacelerar a projeção e forçar as pessoas a esperar um momento antes de identificar o objeto na tela. Nossos poderes de fatiar fino e fazer julgamentos rápidos são extraordinários. Mas até mesmo o gigantesco computador em nosso inconsciente necessita de um momento para fazer seu trabalho.
(?) somos, com frequência, descuidados com nossos poderes de cognição rápida. Não sabemos de onde vêm nossas primeiras impressões, nem o que elas significam exatamente; assim, nem sempre reconhecemos sua fragilidade.
Levar a sério nossos poderes de cognição rápida significa que precisamos reconhecer as sutis influências que podem alterar, prejudicar ou desviar os produtos do nosso inconsciente.