Igor13 16/05/2022
Abandonei logo no início e não teria nem condição de avaliar a qualidade técnica do livro, mas vale uma obsevação...
que percebi logo na introdução que demonstra um certo descasamento da realidade de certos grupos, nesse caso, religiosos da Igreja Católica.
Sim, o cristianismo, tanto instituições católicas, que são diversas e não se restrigem ao Vaticano, tiveram papel central na manutenção do conhecimento acumulado após a queda de Roma, além de ajudarem, e muito no, desenvolvimento da cultural Ocidental. Como disse, de várias instituições, como monastérios, universidades etc.
Após as divisões 'protestantes', a coisa ficou mais plural e da flexibilização da censura, a ciência e possibilidade de discussão de novas ideias nos trouxeram para o mundo atual. Nem sempre por caminhos tranquilos, mas é inegável que estamos em outro nível tecnológico e intelectal superior. Quem discorda, não sabe como era a vida há 500, 1000 anos atrás.
Nesse ponto é que me chamou a atenção a introdução desta obra. Um desabafo até agressivo contra o 'secularismo', sistema de ensino e organização estatal modernos. Bem, dá pra escrever livros sobre problemas na educação em massa modernos, sistema estatal e hipocrisias, modismos, vitimismos e assim por diante. Porém, esperava muito mais de um material que se propõe a trazer as melhores técnicas de lógica, gramática e oratória.
Não, as críticas são mais desabafos de esquina, de papo de buteco, amadores, e não de professores, doutores. Como disse, há espaço, e muito, para críticas, e posso indicar alguns materiais sobre isso. Mas da forma de entrada desse livro, não dá. Falam da "verdade" do evangêlio, mas vejo recalque e doutrinação.
Sim, nossa sociedade atual está muito longe da ideal - seja lá o que seja isso -, mas a medieval estava mais ainda. Até porque não era costume aceitar críticas ou se procurar a verdade física, factual, mas doutrinária de interesse do grupo no poder. Afinal de contas, não se contesta a autoridade da 'Bíblia' e a interepretação exclusiva da Igreja Católica. Contra a 'autoridade' de Simão, 'a Pedra' - então Pedro -, não há argumentos, lógica, ou fatos contrários. A verdade é argumento de autoridade e ponto.
Bem, se o leitor gosta desse 'estilo', e gostaria de viver numa sociedade assim - desde que no topo - é claro, intocável -, então desconsidere minhas palavras e viva na ilusão da 'verdade'.
Confesso que até gostaria de ler um livro mais sério sobre a evolução do sistema educacional ocidental na era medieval. Sim, muitas, muitas coisas são dignas de respeito e admiração. Doutrinação, não.