Em caso de felicidade

Em caso de felicidade David Foenkinos




Resenhas - Em Caso de Felicidade


9 encontrados | exibindo 1 a 9


Rodrigo1001 25/09/2023

Seria a grama do vizinho mais verde mesmo? (Sem Spoilers)
Título: Em Caso de Felicidade
Título original: En Cas de Bonheur
Autor: David Foenkinos
Editora: Rocco
Número de páginas: 184

Terceiro livro que leio de David Foenkinos, "Em Caso de Felicidade" nos conta a história de um casal em plena crise conjugal.

Ele é Jean-Jacques, funcionário de uma grande empresa. Ela é Claire, empregada de uma perfumaria no aeroporto de Roissy.

Juntos, estes protagonistas formam a receita perfeita para a história mais ácida, cômica e irônica de Foenkinos.

É uma delícia de livro, gente!

E é uma delícia porque reúne tudo o que tanto gosto nesse autor – sutileza, senso de humor e pequenas doses de verdades escondidas em meio a ironia e sarcasmo, aquelas verdades inconvenientes que a gente, definitivamente, não quer pensar a respeito.

A psicologia dos personagens é de um primor irretocável, muito bem descrita. A história nos diverte tanto quanto nos perturba. Arquitetado quase que em formato de fábula, o livro mostra que ter uma vida realmente feliz, certamente rotineira, e talvez querer transformá-la em algo medíocre por um pouco de fogo e paixão não seja lá uma boa ideia.

Mergulhando na intimidade do casal de protagonistas, inevitavelmente o leitor encontra também uma certa ressonância com a sua própria vida, também repleta de dúvidas e frustrações - por vezes em desacordo com o que sonha ou com o que quer ou gostaria de alcançar - e talvez aí então se deixe levar, mesmo com muito pesar, a reconsiderar um pouco a sua vida, ouvir-se mais, desatar os nós que o prendem, enfrentar aquilo que muitas vezes procura ignorar. Soou como autoajuda? Não mesmo, está a anos luz disso! É só que nada é feito para o leitor pensar e tudo é feito para o leitor pensar, entendeu?

David Foenkinos coloca um casal em dificuldades e os transforma em heróis ridículos de uma história de adultério. O que se segue é uma miríade de mal-entendidos. O humor de Foenkinos não deve nada ao humor de Vaudeville! Ninguém é poupado neste quadro de família - a começar pelos sogros - ridículos e simpáticos. Foenkinos fica à vontade para escrever as situações mais absurdas e nos colocar, nós leitores, bem no meio delas. Sua inegável perspicácia confere a este romance um lado ácido e irônico que seduz pela sua fluidez. É, realmente, uma delícia (desculpe, mas preciso repetir!)

Tanto é que a única ressalva que faço caso você queira ler o livro, é esta: não leia se você estiver no meio de uma separação!

Fora isso, por favor entregue-se com toda a sua força. Delicie-se com o bom humor, ria da ironia, e, sobretudo, pense na sua vida. Nem sempre a grama do vizinho é mais verde. Na verdade, na maioria das vezes, é só um filtro do Instagram que deixa tudo assim, tão falsamente belo.

Leva 5 de 5 estrelas!

Como sempre acontece com os livros desse escritor genial, há centenas de frases interessantes. Aqui embaixo deixo você com algumas:

"Depois do amor, somos sempre um pouco o centro do mundo" (pg. 15)

"Há pessoas formidáveis que encontramos no momento errado da nossa vida. E há pessoas que são formidáveis justamente porque as encontramos no momento certo em nossa vida" (pg. 39)

"Não são os casais que se desfazem; é o resto do mundo e da humanidade que, lentamente, retoma o seu lugar; que, lentamente, avança no terreno que havia sido cedido momentaneamente para o amor" (pg. 47)

"A felicidade nos faz tolerantes; ou, melhor ainda, insensíveis à intolerância dos outros" (pg. 101)
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Toni 08/08/2020

Surpreendente!!
"Em caso de felicidade" tive a impressão de estar diante de um jogo de sedução provocado pelo narrador do qual saio vencido, enquanto o enredo vai se desenrolado, pois o que seria uma leitura cansativa e banal, o típico "déjà vu", se transforma numa história surpreendente, cheia de elementos novos e inesperados que constroem a trama num crescente até o final. David Foenkinos usa com desenvoltura natural o humor e ironia que dão o tempero necessário a uma história cheia de atrativos e que provocam riso - "Que apaixonante! - suspirou o chefe do departamento de neurologia. _ E o que se pode fazer pra impedir que esse neurônio viaje? Recolher o seu passaporte?"; reflexões - "Há pessoas formidáveis que encontrarmos no momento errado em nossa vida. E há pessoas que são formidáveis justamente porque as encontramos no momento certo em nossa vida."; e emoção - "Estava cheia de amargura , e, no entanto, uma alegria muito clara tomava conta dela. Renée tinha acabado de entender qual fora o erro de sua vida, (...) A compreensão daquilo que é lamentável é sempre melhor do que a permanência do lamentável. ", todas essas vivências num só tempo.
A leitura desta obra me fez lembrar de que preciso me 'esvaziar " de todas as amarras e preconceitos pra fazer uma leitura verdadeiramente producente.
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Julia 21/02/2020

Um encontro e desencontro de amantes
Na primeira parte do livro você já espera que seja a típica historia de um casamento caído na mesmice do cotidiano onde eles optam pela traição, mas o livro se mostrou tão além disso que o que era para ser uma leitura corriqueira que eu iria fazer apenas porque não conseguia engajar outra leitura se tornou uma experiência incrível.
O que mais me impressionou foi a forma como o autor aborda a vida desse casal juntos e depois separados, e como esses personagens crescem e apesar dos pesares eles ainda partilhavam uma Genebra.

Gostaria também de salientar como cada personagem secundário tem sua importância para como a historia se desenvolve e apesar deles não serem aqueles personagens que você ama, no fim você se vê apreciando sua contribuição para o livro.
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Valéria 01/09/2020

É impossível não lembrar Schopenhauer e sua visão realística da felicidade, para ele, o máximo de felicidade que podemos ter está em ser capaz de abrandar momentos de dor. Já para Foenkinos, a felicidade pura inexiste, mas há sim momentos de felicidade, no entanto, nós não sabemos o que fazer com eles. Ele tece então uma narrativa perspicaz, com um novo olhar sobre a busca intensa da felicidade e o não saber como lidar com ela.
Há ironia transbordante, há desencontros que intensificam a fragilidade das relações humanas, há descuido ou displicência com as miudezas da vida, miudezas que formam os tais momentos de felicidade.

As vezes é bom um livro assim, leve, despretensioso, com um romance de fundo, para entreter, para esquecer, para ler quando ela, a felicidade, está de folga de nós.
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Miranda 04/02/2014

Em caso de felicidade ou não, vale a pena a leitura
Quando iniciei a leitura não esperava muito do livro, apenas o comprei, pois tenho apreço pela coleção "Safra XXI" da editora Rocco.

Sinceramente este é um romance muito bom, divertido e até um tanto revoltante em algumas partes, mas essa variedade de emoções que ele nos traz é o seu charme. Além da tradução super bacana de Bernardo Ajzenberg.

O livro trata basicamente das infelicidades de pessoas felizes. Entretanto, não deixe que isso desanime ou diminua o seu olhar sobre a leitura. Pode parecer mesquinha a afirmação anterior sobre o livro, mas este tema e a forma como é abordado reflete muitas de nossas ações e problemas cotidianos.

Uma das coisas interessantes é que não existem pontas soltas no livro, aquela sensação de não sabermos o que aconteceu com determinado personagem não existe. Todos eles tomam seu rumo e você sai satisfeito com a leitura. Quer dizer, independente de gostar ou não do final (há controvérsias) ele é espetacular, pois 1. é improvavél; 2. é essa improbabilidade que torna o desfecho (gostando ou não) divertido e interessante.

A construção narrativa também é notável: não há segredos, sabemos o que vai acontecer (porque o narrador nos diz), mas ainda assim ansiamos por saber como vai acontecer. Essas idas e voltas no fluxo temporal da história em nada atrapalha, na verdade contribui para aumentar a vontade de ler a obra. Outro ponto estrutural divertidíssimo são as "notas de rodapé" com detalhes extras sobre os personagens ou antecipando eventos do texto.

Ainda existem algumas reflexões interessantes ao longo da obra, que justificam a sua entrada na coleção mencionada inicialmente, sobre o homem (e a mulher) do século XXI, uma delas, digna de nota, segue abaixo:

"Entramos numa nova época, em que a plenitude se torna condição de nossa condição. Não será necessariamente melhor; logo entraremos nos arrastando por outros terrenos da frustração humana." (p.147)


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Silvana (@delivroemlivro) 25/11/2012

Quer ler um trecho desse livro (selecionado pelos leitores aqui do SKOOB) antes de decidir levá-lo ou não para casa?
Então acesse o Blog do Grupo Coleção de Frases & Trechos Inesquecíveis: Seleção dos Leitores: http://colecaofrasestrechoselecaodosleitores.blogspot.com.br/2012/09/em-caso-de-felicidade-david-foenkinos.html

Gostou? Então também siga e curta:
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Tks!
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Nebens 14/10/2013

Impressões
“Depois do amor, sempre somos um pouco o centro do mundo” p.15

Quem ama se sente no direito de se “achar”, sabe-se lá Deus porque. Só porque tem alguém que declara que por todos os dias da sua vida quer viver ao lado do amado. Isso pode ser passageiro, pode ser verdade ou pode ser mentira. Se for passageiro serão bons momentos vividos, se for mentira já se sabe que não será legal, se for verdade poderá durar por toda a eternidade.

“...o amor era algo envolvido por uma longa história, e os curtas-metragens não a interessavam.” p.18

E ainda existe outra possibilidade de um lado achar que é simplesmente coisa de momento e estar perdendo a oportunidade de ser feliz ao lado de quem realmente o ama, mas em algum momento da vida esses dois amores se encontrarão. Porque pro amor não tem fim.

“Um futuro terrível se projetava diante dele, em sombras imprecisas. Ninguém sabia o que fazer em caso de felicidade. Havia seguro de vida, seguro para veículos, e para morte ocorrida dentro de algum veículo. Mas quem nos protegerá da felicidade? Ele acabava de perceber que essa felicidade, tão forte como se tornara, era a pior coisa que podia ter-lhe acontecido.” p.32

“Quando efêmeros, os grandes momentos de felicidade são piores do que os de infelicidade.” p.147

Jean-Jacques estava vivendo um momento que para ele era feliz, pra ele valia a pena abandonar a vida que ele havia construído, mesmo que isso magoasse pessoas. Mas o que ele podia fazer, ele estava vivendo algo muito grande aos seus olhos, ele estava irremediavelmente feliz. E agora qual era a decisão certa a tomar?

Depois de alguns anos, ele pode perceber que realmente era melhor ter abrido mão daquela felicidade.

“Há pessoas formidáveis que encontramos no momento errado em nossa vida. E há pessoas que são formidáveis justamente porque as encontramos no momento certo em nossa vida” p.39

“Quando se está feliz, ninguém liga para o que come”p.45

Nos momentos onde a nossa emoção é grandiosa, felizes demais. Encontramos verdadeiros anjos que só nos ajudam a ficarmos mais felizes, a multiplicar a nossa alegria. Em outros momentos, esses, mais dificéis, onde parece que realmente o nosso problema não tem solução. E exatamente agora que surge alguém pra doar alguns momentos, para compartilhar situações, e ajudam a transformar o que era choro em riso.

“Gostava de vê-la chegar. Venerava, acima de tudo, o momento em que ela o procurava com os olhos. O momento em que ele a via antes que ela pudesse vê-lo. É nessa hora que ficamos sabendo exatamente o que o outro pensa de nós.” p.97
“O milésimo de segundo em que não há mentiras” p.122

Uma das grandes verdades que o Foenkinos conseguiu traduzir que forma sutil nesse livro. Quando se está frente a frente, sabe-se que o outro espera algo, é simples fantasiar uma situação. Quando ninguém vê, é nesse momento que se expressa aquilo que realmente se sente.

“Pela primeira vez, os dois amigos se abraçaram; e este foi certamente o momento mais contundente de sua amizade.” p.136

Um abraço, num longo abraço, pode-se sentir tudo. As vezes somos até transportados aos céus porque estamos abraçando alguém que o próprio Deus nos deu a oportunidade de conhecer, um irmão que a vida nos deu.

“Ficaram assim, entrelaçados, emocionados, como em seus primeiros dias.” p.172

“Passamos o tempo amando recordações que, de sua parte, esquecem de nós. Cada grão de saudade representa um estreitamento do caminho que nos conduz à morte.” p.177

“Estragara a vida por causa de uma felicidade efêmera. (...) A compreensão daquilo que é lamentavél é sempre melhor do que a permanência do lamentavél” p.178
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 26/06/2014

A felicidade não vem acompanhada de garantias
David Foenkinos nos embala em uma trama repleta de reviravoltas sobre o amor, o conceito (e a percepção) de felicidade, o “eu” e o “outro”.

Tudo parecia ir às mil maravilhas entre Jean-Jacques e Claire. Casados há oito anos e pais de Louise, a união parecia perfeita aos olhos dos amigos do casal. Na realidade, o tédio e a mesmice haviam tomado conta da relação há tempos. Até que Jean-Jacques, influenciado por um amigo próximo, resolve que é hora de ter uma amante e se rende à beleza de Sonia, sua colega de trabalho.

Claire até desconfia, mas não dá muita importância no início. Um dia, decide contratar um detetive para seguir o marido e tirar essa história a limpo. O que Claire não imaginava é que acabaria se envolvendo com Igor, o detetive que contratara.

Retrato fiel de tantos casais por aí, Jean-Jacques e Claire se agarram à lembrança já desbotada de uma viagem a Genebra nos primórdios de seu relacionamento, uma espécie de justificativa para o que alegam ainda sentir um pelo outro, e que os faz acomodar-se num cotidiano sem muito sabor.

A separação, no entanto, lhes proporciona uma nova juventude; ao se envolverem com outras pessoas experimentam novamente os sentimentos à flor da pele, acham graça das coisas mais banais e beijam com a urgência dos adolescentes.

O autor acerta ao inserir em segundo plano a história dos pais de Claire, em especial a de sua mãe. O medo fez com que dissesse não para uma possível felicidade vislumbrada a partir de uma aventura amorosa na juventude. Os resquícios do sentimento de outrora e o arrependimento a acompanharão por toda a vida.

Afinal, é exatamente isso o que Foenkinos nos fala: é preciso ter a coragem de dizer vários não e basta para que se possa dizer outros tantos sim, de forma talvez mais acertada. E vice-versa.

Com humor, situações desengonçadas e uma pitadinha – só o suficiente – de sentimentalismo, a trama mostra que a felicidade não vem acompanhada de garantias e nem sempre o óbvio é a resposta certa. Às vezes, é preciso se permitir outras vivências, isentas de pré-julgamentos, atirar-se na imprevisibilidade do desconhecido para encontrar as respostas mais certeiras. Aquelas que por estarem tão próximas são as que se fazem mais difíceis de enxergar.

Talvez, a memória daquela viagem a Genebra só exista para lembrar Jean-Jacques e Claire do que eles já foram um dia – e não voltarão a ser. Ou, de repente, aqueles dias suíços estão mais vivos do que nunca, só aguardando por um replay.

LEIA PORQUE...
Com uma narrativa que dá gosto de ler, David Foenkinos pega o clichê e lhe dá uma nova vestimenta, convidando-o a dançar ritmos variados e trazendo uma mensagem capaz de tocar fundo sem exageros nem excesso de açúcar.

DA EXPERIÊNCIA...
Não tão encantador como As Lembranças e A Delicadeza; ainda assim, uma leitura adorável!

FEZ PENSAR EM...
Essa história, como na vida real, poderia ter mil e um finais possíveis e diferentes. E acho que todos eles me agradariam.


site: http://livrolab.blogspot.com
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cris.leal 22/07/2017

Romance delicioso sobre a fragilidade das relações humanas...
O livro conta a história de Jean-Jacques e Claire, um casal na iminência da separação por que não consegue suportar a entediante rotina de um casamento que já dura oito anos. Tentando reviver o frisson da paixão dos tempos de namoro e do início do casamento, eles vão em busca de aventuras extraconjugais, mas se deparam com situações inesperadas, encontros, desencontros e um turbilhão de emoções que os levará de volta na direção um do outro, mesmo que não percebam isso inicialmente.

"Em Caso de Felicidade" é um romance delicioso sobre a fragilidade das relações humanas. Confirma o pensamento de que às vezes buscamos incansavelmente a felicidade e não percebemos que ela estava ali, ao nosso lado, o tempo todo.

site: http://www.newsdacris.com.br/2012/11/eu-li-em-caso-de-felicidade.html
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