A vontade de poder

A vontade de poder Friedrich Nietzsche




Resenhas - A Vontade de Poder


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Lauro Edison 18/02/2016

Tradução absolutamente horrorosa. Praticamente me arrependi de comprar o (caro) ebook da Contraponto. Essa edição só me servirá como vaga referência de comparação, ao ler a edição clássica em inglês, de Walter Kaufmann e R. J. Hollingdale.
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Paulo Silas 08/04/2016

"Este mundo é a vontade de poder - e nada além disso! E também vós mesmo sois essa vontade de poder - e nada além disso!"
Extenso e magnífico livro de Nietzsche, o qual, em verdade, não foi um livro de Nietzsche. Explica-se: todo o escrito é de sua autoria, mas a reunião dos textos e aforismos foi realizada postumamente, assim como o lançamento da obra. Superada a deturpação em partes que teria sido realizada pela irmã do filósofo (a qual, segundo consta na apresentação desta edição, foi corrigida posteriormente), já que foi também a responsável pela reunião de escritos para o lançamento deste livro, a obra é excelente. Nietzsche, com todo o seu espírito impetuoso, derrubando paradigmas, vociferando contra a religião e contra a moral, refletindo profundamente sobre os engodos da filosofia e martelando sobre seus conceitos é o que pode ser observado nesta grandiosa obra.

Considerando a particularidade do lançamento desta obra, os textos, aforismos e digressões do filósofo foram reunidos e divididos em quatro livros que compõe a obra toda, cada qual se ramificando ainda em capítulos e subcapítulos.

O primeiro livro: "O Niilismo Europeu". Aqui Nietzsche expõe o niilismo como "consequência da interpretação de valor da existência até hoje", demonstrando suas causas, a conceituação num modo próprio, tal movimento como "expressão da décadence" e suas várias nuances quando evidenciado de modo concreto. O termo ganha corpo e o autor dá o sustentáculo necessário para compreender o niilismo na visão nietzschiana.
"Que significa niilismo? - Que os valores supremos desvalorizam-se. Falta o fim; falta a resposta ao "Por que?""

O segundo livro: "Crítica dos Mais Altos Valores Até Hoje". Religião, moral e filosofia são duramente criticados. Aqui o filosofar com o martelo pode ser muito bem observado e consumido. Nietzsche expõe a origem de todos estes temas já com um olhar crítico, evidenciando desde a base onde se encontram os pontos falhos que ou não foram observados ou foram simplesmente ignorados no decorrer dos séculos. O idealismo, a ideia de rebanho, o moralismo universal, os erros da filosofia e dos filósofos, enfim, muito do que diz respeitos à moral, à religião e à filosofia, recebe duros golpes da filosofia nietzschiana, de modo que de maneira acurada há o dissecar dos tropeços de tais questões presentes na história e no pensar, expondo-se as vísceras de tais celeumas.
"A moral é tão "imoral" como qualquer outra coisa sobre a Terra; a moralidade, ela mesma, é uma forma de imoralidade.
O entendimento disso traz uma grande libertação, a oposição é afastada das coisas, salva-se a integridade em todo acontecimento - -"

O terceiro livro: "Princípio de Uma Nova Valoração". O conceito de 'vontade de poder' de Nietzsche aqui recebe um vasto tratamento. Vontade de poder como vida, pois o impulso de dominação, de alargamento do domínio, do poder em si, é inerente à vida. Os capítulos são divididos de acordo com as formas de manifestação da vontade de poder: como conhecimento, na natureza, como sociedade e indivíduo, como arte. Há digressões mais profundas e difíceis nesta parte da obra, abordando e criticando questões como juízo, causalismo, ciência, metafísica e outras questões mais pontuais. Entre erros e acertos, Nietzsche mantém sua postura filosófica de maneira digna.
"Uma "coisa em si" é tão absurda quanto um "sentido em si", um "significado em si". Não há nenhum "fato em si", mas antes um sentido há de sempre ser primeiramente intrometido para que um fato possa haver."

O quarto livro: "Cultura e Cultivo". Os homens enquanto senhores da terra, enquanto nobres, enquanto divididos entre fortes e fracos, enfim, a hierarquia cultural de acordo com a moral combatida e a visão proposta de acordo com a nova valoração realizada. O eterno retorno e seus contornos sob tal ponto de vista.
"As mesmas condições que fazem progredir o desenvolvimento do animal de rebanho fazem também progredir o desenvolvimento do animal dirigente"

Uma obra robusta, pesada, profunda. Nietzsche perfeitamente como o filósofo do martelo. Um grito contra a moral arraigada que precisa ser ouvido. Duro, mas reflexivo. Ácido, mas que faz pensar. Sem titubeações, direto ao seu modo (sem perder, jamais, a profundidade).
Uma obra, reitera-se, excelente!
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Gabrieli 12/05/2020

Bom livro.
Apesar de às vezes Nietzsche se monstrar sexista, o livro faz várias críticas à religião, aos valores e a moral, sendo no geral um bom livro.
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