Onde Andará Dulce Veiga?

Onde Andará Dulce Veiga? Caio Fernando Abreu




Resenhas - Onde andará Dulce Veiga?


40 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


spoiler visualizar
comentários(0)comente



Pedro Matias 03/02/2023

Onde andará Caio F.?
O livro conta a história de um jornalista que, lembrando-se de uma antiga cantora, que sumiu há 20 anos, acaba tentando encontrá-la! É bem interessante e tem umas frases muito boas. Tem diversas partes angustiantes e bonitas
comentários(0)comente



Manu 21/08/2022

Sem expectativas, tornou-se confuso e excitante.
A história começa a se desenrolar de maneira melancólica, onde nem todos podem se identificar com a leitura; e termina de maneira fascinante, onde se agradece por ter persistido no livro. É um encontro do personagem consigo mesmo, não com Dulce.

É o encontro de Caio Fernando Abreu consigo mesmo, este livro é um espelho do self. A sujeira interposta na casa do jornalista como metáfora inconsciente da consciência do HIV em seu corpo, a dúvida da sexualidade, o desprazer em sentir prazer.

O personagem jornalista, sem nome, vive nas sombras das ausências, reprime as memórias do passado (Pedro, Lídia, e para além dos 20 anos atrás) no período da ditadura militar, quando no início de sua carreira como jornalista pressionado pelos órgãos da repressão, ele entrega Saul, companheiro de Dulce, aos órgãos de repressão. São experiências de queda do personagem, que levam à repressão de memórias e sepultamento de sentimentos e fé. A volta ao jornalismo, investigativo deste vez, demonstra uma busca interior para entender o que se está reprimido.

O que sustenta a posição de gozo e de elaboração das memórias reprimidas é a música que funciona como um fio condutor para dentro de si e para, também, lidar com o exterior-perverso-mundo. Uma trilha sonora da memória. Uma canção de sentido existencial.
comentários(0)comente



Jamyle Dionísio 02/03/2022

Bom, mas?
Soube de ?Onde Andará Dulce Veiga?? Nas ?Cartas?, de Caio Fernando Abreu. É desse livro, construído em pelo menos cinco anos, que Caio fala com mais entusiasmo. Já conhecia os contos dele, mas não esse romance de mais de duzentas páginas.

O narrador, jornalista recém contratado por um jornal menor, é incumbido de fazer uma matéria com as Vaginas Dentadas. Descobre que a vocalista do grupo, Márcia Felácio (Márcia F.), é filha de uma cantora das antigas, Dulce Veiga, que desapareceu sem deixar rastros.

Como o próprio título adianta, o jornalista parte em busca de Dulce Veiga, que lhe faz súbitas e delirantes aparições no meio de São Paulo. Percebe-se, daí, que a mulher é mais do que uma cantora do passado, e que os personagens e a ação do livro são um simulacro de questões internas do próprio Caio.

Em suas cartas, ele revela que se trata de um homem em busca de sua anima (ou seu lado feminino, explicando porcamente o conceito de Jung). Encontramos ali outros espelhos de Caio: o narrador dilacerado pelo sumiço de Pedro, o misterioso Saul (sal que contrasta com o doce de Dulce). Encontramos a dificuldade de definição da própria sexualidade, o pavor da aids, a sensação de constante sujeira, desconforto e claustrofobia da São Paulo dos anos 1980. E também certos preconceitos e estereótipos comuns na época, pretos e nordestinos que servem de pano de fundo para a ação de outros personagens com vivências no exterior (mas fatalmente brasileiros, coitados!) e que, hoje, soam esnobes e limitados. Tudo envelhece. Até os livros.
comentários(0)comente



Sam 04/10/2021

Achei o jornalista super chato
Fiquei extremamente intediada ao ler porque esse jornalista que está a procura de Dulce é chato pra caramba, confesso que esperava mais desse livro.
comentários(0)comente



bianca 16/09/2021

Eu não tenho nem palavras que descrevam esse livro, estou passando por um momento de grande fascínio pelo Caio Fernando Abreu e criei altas expectativas com esse romance, expectativas que foram todas superadas com muita emoção e paixão, vai levar muito tempo para algum outro livro me impactar tanto quanto esse, Caio segue sendo o primeiro em meu coração.
comentários(0)comente



yas 21/07/2021

No segundo que comecei a ler esta obra sabia que seria muito difícil escrever sobre ela. Ter concluído a leitura me trouxe uma sensação enorme de melancolia e, ao mesmo tempo, uma fascinação intensa por tudo que acabara de absorver.

Sem dúvidas esse é um livro favoritado e que com prazer irei reler em diferentes momentos da vida para novos olhares.

A escrita de Caio certamente é uma das mais impactantes e belas que tive a chance de conhecer. Me viciei na história e a leitura teve que ser feita por doses homeopáticas, pois sabia que terminaria no mesmo dia se seguisse lendo.

Foram incontáveis os suspiros e os momentos que tive que fechar o livro para assimilar o universo tão complexo e poético que me era apresentado a cada linha. Um clima noir e místico com um quê de cinematografia ronda todos os ambientes e acontecimentos descritos pelo narrador e nos prende ao enredo e aos personagens tão burlescos e multifacetados.

Dulce Veiga se tornou uma das minhas personagens favoritas da literatura brasileira. Enigmática, ela se faz onipresente por todo o livro nos instigando a encontrá-la nos mais minuciosos detalhes.

Onde andará Dulce Veiga? é um livro essencial da literatura contemporânea e espero que todos possam algum dia ter a chance de conhecê-la.
comentários(0)comente



Dilva 02/06/2021

Magnífico
Que livro arrebatador é esse? Caio mais uma vez me deixando extasiada. Enredo envolvente que te leva pra dentro da trama, nos faz indagar sobre o que é realmente importante na vida
comentários(0)comente



mrsdalloway0 11/05/2021

o melhor livro que li este ano e se tornou um dos meus favoritos da vida. o caio é o caio, não à toa. o mistério que amarra dulce veiga é de tirar o fôlego, um constante frio na barriga, uma ansiedade imensa. um mistério que não é chato, que não desanima, que não fica preso em um ponto. é genial meeeesmo, e não podia ser diferente vindo da mente do caio.

ps: também retrata vivências invisíveis e marginalizadas.
comentários(0)comente



Luciano 19/03/2021

Excelente.
O livro emula a linguagem cinematográfica de uma maneira bem interessante. E a própria narrativa em si é bastante fílmica. É muito bacana de acompanhar tudo e todos que vão surgindo durante a investigação do narrador e até onde isso tudo o leva.
comentários(0)comente



João Henrique 14/03/2021

Vaga Estrela do Norte
Alguns livros te esperam
Há tantos anos na prateleira
O olhar resabiado... ?Ainda não?.
Sei porque me esperou. Sei porque agora.
(Minha) Vaga Estrela do Norte.

Primeiros pensamentos sobre
Onde Andará Dulce Veiga? (1990)
de Caio F. Abreu

14/3/21
comentários(0)comente



fer 28/01/2021

eu amo o caio.
inteiramente.

ah cara..

cenas hollywoodianas rolaram soltas na minha cabeça nessas descrições perfeitas:

"como se navegasse no espaço, como se pilotasse uma nave espacial. perdido em galáxias, a cabeça jogada para trás, as pálpebras azuis semicerradas, longe de nós e de tudo, sozinho no volante de sua loucura."

"ela espiou o relógio de mergulhador submarino:
- já devíamos estar no Hiroshima.
mas nós estamos lá, pensei, no meio do cogumelo atômico, no segundo da explosão, cegos e mudos com a luz horrível."

"galáxias, buracos negros, supernovas, anãs brancas, pulsares, quasares, constelações, asteroides, cometas, planetas, satélites, anéis, pontos de sombra e de luz. minha cabeça girava, acompanhando o movimento determinante das estrelas sobre meus ombros que suportavam o mundo.
(...) céu tão habitado que, a qualquer ponto escuro que eu fixasse mais tempo, imediatamente se enchia também de estrelas.
para não me perder, abri a boca e os olhos, me enchi de estrelas feito ele."

e trouxe emoção nessas linhas curtas:

"no silêncio incômodo, parecia perfeitamente calma. ou exausta demais para espantar-se."

"- eu mudei muito, como você lembra?
- eu mudei também, quem sabe por isso lembro."

a moral do livro é tão banal, e é por isso que ele é bom.
comentários(0)comente



Thais645 21/11/2020

Quero encontrar outra coisa.
O segundo e último romance de Caio Fernando Abreu é um retrato da sociedade paulista da década de 80: assombrada pelos resquícios da ditadura pelo fantasma da AIDS, a solidão gritante, em meio a concrete jungle, e a busca por algo.

O romance policial narra a vida de um jornalista gaúcho, na casa dos 40 anos de idade (alguma semelhança?), que vai se apresentando enquanto nos conta o dia-a-dia no seu novo emprego, a redação de uma jornal paulista. Lá a nossa personagem principal, que também é o narrador, se vê envolto pelo desaparecimento da cantora Dulce Veiga, que não é vista há mais de 20 anos. Dulce, em um dia de show de estreia, simplesmente sumiu. Evaporou. Ninguém nunca mais viu: só restaram as canções, uma filha tresloucada, um ex-marido teatral e lembranças nebulosas.

A busca por Dulce (e a busca de Dulce), para mim, representa a nossa jornada pelo autoconhecimento, pela felicidade, tão comuns nos textos de Caio Fernando Abreu, sempre de escrita crua, intensa, inquieta, doida, real.

O livro - assim como nos adianta o prefácio de José Geraldo Couto - nos revela as referências artísticas, principalmente cinematográficas, do autor. Caio escreve e descreve cenas sob o olhar de quem registra com as lentes, o texto está cheio de jogos de câmeras e de menções à grandes películas. Foi uma alegria descobrir que “Onde Andará Dulce Veiga?” virou filme depois, pelas mãos de um grande amigo de Caio, Guilherme de Almeida Prado.

Quando terminei a leitura, cheguei a escrever que não conseguia para de pensar em Dulce. E no narrador. E no Caio. Sinais de ressaca literária? Talvez. Típica pós-leitura Caianesca

“Quero encontrar outra coisa.”, eu também, Dulce. Quero tanto.
comentários(0)comente



Mari 10/09/2020

Livro lindo, chorei muito!
Um jornalista experiente consegue um emprego num jornal decadente de São Paulo, após um tempo em depressão. Depois de entrevistar uma banda de rock feminina em ascensão, cuja líder é filha de Dulce Veiga (uma cantora que desapareceu 20 anos antes, no mesmo dia em que faria o show que a tornaria uma estrela), ele é encarregado de investigar o que aconteceu com ela. Apesar de desaparecida, Dulce Veiga está constantemente presente, em visões do protagonista que muitas vezes começa a perseguí-la pela rua. Ela é um fantasma, um desejo.

Pode parecer uma simples história de detetive, mas é muito mais. Caio Fernando de Abreu consegue usar Dulce Veiga como plano de fundo para abordar temas como a Ditadura Militar, questões de sexualidade (já que o personagem nem sabe direito sua própria sexualidade), de transexualidade, religião afro-brasileira e relacionamento abusivo (acho estranho não ver comentários sobre o quanto o relacionamento entre a Márcia e a Patrícia é abusivo). Por isso, não é difícil imaginar o quanto o Caio foi censurado na época da Ditadura. Mas, o principal tema é o autoconhecimento, a busca da felicidade e aprender a cantar. Quando o protagonista procura por Dulce Veiga, ele procura por ele mesmo. Enquanto acompanhamos sua busca, vamos conhecendo aos poucos seu passado, principalmente, sobre seu relacionamento com um rapaz chamado Pedro. Eu, particularmente, estava mais curiosa para saber o que houve com o Pedro do que com a Dulce, até porque o que aconteceu com ela não é muito surpreendente, o que não é um problema, já que o objetivo da história não é esse. E todos os personagens são excelentes. Uma pena o filme ter falhado tanto em adaptar essa obra (pelo menos pra mim), porque é uma obra muito cinematográfica.

Nossa, e o final é lindo demais! Mesmo que não saibamos cantar, devemos cantar, ninguém é feliz sem cantar.
comentários(0)comente



40 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR