Onde Andará Dulce Veiga?

Onde Andará Dulce Veiga? Caio Fernando Abreu




Resenhas - Onde andará Dulce Veiga?


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Luciano 19/03/2021

Excelente.
O livro emula a linguagem cinematográfica de uma maneira bem interessante. E a própria narrativa em si é bastante fílmica. É muito bacana de acompanhar tudo e todos que vão surgindo durante a investigação do narrador e até onde isso tudo o leva.
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Clareana Arôxa 06/09/2010

Onde andará Dulce Veiga?
Apenas se deveriam ler os livros que nos
picam e que nos mordem.
Se o livro que lemos não nos desperta como
um murro no crânio, para que lê-lo?
[ Franz Kafka]



Onde andará Dulce Veiga? é o segundo romance, de Caio Fernando Abreu. Publicado nos anos 90, o livro tem um quê de filme e impõe ao leitor uma busca de vários sentidos e caminhos, ao longo das páginas. Não se sabe se a perseguição a Dulce é mero faro jornalístico do personagem ou se é uma a necessidade de algo que faça sentido e contenha respostas - a grande ferida dos considerados pós-modernos.

O livro conta a história de um jornalista fracassado, cuja vida é recheada de contradições e lacunas. De repente, ele se vê mergulhado no mistério do desaparecimento da cantora Dulce Veiga e a partir disso entra em contato com tudo o que o atormenta. Caracterizando uma geração dos anos 80, cheia de mazelas herdadas da época repressiva da ditadura, Caio veste os personagens com o excesso dos que sentem demais e dos que não sabem lidar com si mesmos. Tudo é real, tocável e pede pressa, inclusive o leitor.

A perseguição por respostas é contínua ao longo do livro. Sejam elas no âmbito do medo, da sexualidade, da falta de sentido. Tudo corrói aos poucos. Adepto dos que vivem realmente e não apenas mudam o dia no calendário, Caio descreve um homem repleto de paranoias e que de tão típico, assusta. A cada página um aviso: olha o que você pode ser. Ler Onde andará Dulce Veiga? é a certeza que dali não se sai mais o mesmo.

Na verdade, eu deveria cantar.



*Na edição da Agir, ainda há cartas do autor endereçadas a amigos que relatam como foi escrever Onde andará Dulce Veiga?, “Então fica assim: Onde andará Dulce Veiga? foi o livro que mais me doeu. Veja só: em nenhum momento ele fluiu. Foi escrito gota -a- gota, palavra por palavra”, relata Caio em uma das cartas.


Dilva 02/06/2021

Magnífico
Que livro arrebatador é esse? Caio mais uma vez me deixando extasiada. Enredo envolvente que te leva pra dentro da trama, nos faz indagar sobre o que é realmente importante na vida
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bianca 16/09/2021

Eu não tenho nem palavras que descrevam esse livro, estou passando por um momento de grande fascínio pelo Caio Fernando Abreu e criei altas expectativas com esse romance, expectativas que foram todas superadas com muita emoção e paixão, vai levar muito tempo para algum outro livro me impactar tanto quanto esse, Caio segue sendo o primeiro em meu coração.
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yas 21/07/2021

No segundo que comecei a ler esta obra sabia que seria muito difícil escrever sobre ela. Ter concluído a leitura me trouxe uma sensação enorme de melancolia e, ao mesmo tempo, uma fascinação intensa por tudo que acabara de absorver.

Sem dúvidas esse é um livro favoritado e que com prazer irei reler em diferentes momentos da vida para novos olhares.

A escrita de Caio certamente é uma das mais impactantes e belas que tive a chance de conhecer. Me viciei na história e a leitura teve que ser feita por doses homeopáticas, pois sabia que terminaria no mesmo dia se seguisse lendo.

Foram incontáveis os suspiros e os momentos que tive que fechar o livro para assimilar o universo tão complexo e poético que me era apresentado a cada linha. Um clima noir e místico com um quê de cinematografia ronda todos os ambientes e acontecimentos descritos pelo narrador e nos prende ao enredo e aos personagens tão burlescos e multifacetados.

Dulce Veiga se tornou uma das minhas personagens favoritas da literatura brasileira. Enigmática, ela se faz onipresente por todo o livro nos instigando a encontrá-la nos mais minuciosos detalhes.

Onde andará Dulce Veiga? é um livro essencial da literatura contemporânea e espero que todos possam algum dia ter a chance de conhecê-la.
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Vanessa Isis 26/07/2010

Fascinante! O termo mais adequado para se utilizar ao referir-se a esta história maravilhosa do Caio Fernando Abreu. O livro consegue, do começo ao fim, prender a atenção do leitor de uma forma singular. Cabe perfeitamente dentro do seleto grupo que quando você termina tem vontade de voltar ao começo e ler tudo de novo. Fantástico, um dos meus favoritos.
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Denise.Marreiros 08/02/2020

Não gostei.
Gostaria de ter gostado mais do livro, essa foi minha primeira experiência com o autor,estava com altas expectativas mas acabei me frustrando.
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Andressa 27/12/2011

Caio F. Abreu - Onde Andará Dulce Veiga? Um Romance B.
Onde Andará Dulce Veiga? Um Romance B é um romance de Caio Fernando Abreu. Conta a história de um jornalista que, depois de muito tempo desempregado, consegue um “trabalhinho de repórter no Diário da Cidade, talvez o pior jornal do mundo”. Sua tarefa é fazer uma entrevista com a banda feminina de rock “Márcia Felácio e as Vaginas Dentatas” Quando ele consegue marcar a tal da entrevista com a vocalista Márcia, descobre que ela é filha de Dulce Veiga, cantora que desapareceu misteriosamente há vinte anos. Ao comentar esse curioso fato com seu chefe Castilhos, este lhe incumbe de escrever uma crônica sobre a cantora desaparecida. Retornando à Dulce Veiga, a narrativa se desenvolve numa fusão de recordações (do narrador, das fontes que são ouvidas, de informações coletadas na mídia, de outros textos literários, de mitos da tradição e de ícones da indústria cultural). Depois de publicada, a crônica comove o público de tal forma que o dono do jornal, Rafic, promove o jornalista a “detetive” para que este tente encontrar o paradeiro de Dulce. No meio de sua procura, vários mistérios surgem, várias mentiras se confundem com verdades e muitas versões da mesma história são contadas. As personagens são bem características de Caio e bem variadas: prostitutas, macumbeiros, velhos, bêbados, mendigos, ricos, pobres, etc. A trama vai ficando cada vez mais confusa.
Caio F. morreu em 25 de fevereiro de 1996, em Porto Alegre, aos 47 anos, no auge da carreira literária internacional, vítima de HIV. A presença do vírus foi confirmada em 94, mas Caio desconfiava desde os anos 80, dúvida que assombrou e deixou marcas profundas em sua obra, inclusive em Dulce Veiga: a “contaminação” está presente em diferentes situações, mas pode ser sintetizada nos versos da banda Vaginas Dentatas, liderada pela filha de Dulce, a roqueira Márcia: “o passado é uma cilada,/ não há presente nem nada,/ o futuro está demente: estamos todos contaminados” (ABREU, 1990, p. 79).
No romance há quatro personagens soropositivos: dois ausentes. O primeiro é Pedro, que desapareceu após o caso de amor com o repórter-narrador. O segundo leva o nome de Ícaro, que morreu vitimado pelo HIV, ex-namorado de Márcia. Ela é a terceira vítima. O quarto personagem é o narrador jornalista. Contudo, a palavra Aids só aparece uma vez ao longo de toda a narrativa e surge na voz da roqueira Márcia. Em todas as outras situações, Caio F. usa o recurso da elipse.
Dotado da linguagem baixo-astral bem comum nas histórias de Caio, o romance vai se desenrolado de maneira surpreendentemente agradável e simples. As personagens se conectam e alguns terminam por mostrar várias facetas de sua personalidade no decorrer das 213 páginas do livro.
Narrado em primeira pessoa, a leitura é simples e rápida. A maneira como o autor nos conta a história é instigante e faz com que o leitor devore o livro para tentar descobrir onde andará Dulce Veiga.
E por que B? A referência remete ao cinema e às classificações que buscam categorizar hierarquicamente a qualidade dos produtos culturais para seu público. Filmes B eram aqueles que originariamente possuíam baixos orçamentos e por isso tinham menos condições de representar, com o mesmo poder de ilusão, a realidade que os filmes A, considerados até então como melhores. Ao se apropriar do termo para o vasto terreno da literatura, Caio não só questiona essa categorização, como lança um alerta para a questão da precariedade material em que vive o escritor no Brasil, o baixo orçamento, o lugar que ocupa a literatura no país, o escritor, suas condições materiais e seu relevo.

ABREU, Caio Fernando. Onde andará Dulce Veiga? Um romance B. São Paulo: Companhia das Letras, 1990
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fer 28/01/2021

eu amo o caio.
inteiramente.

ah cara..

cenas hollywoodianas rolaram soltas na minha cabeça nessas descrições perfeitas:

"como se navegasse no espaço, como se pilotasse uma nave espacial. perdido em galáxias, a cabeça jogada para trás, as pálpebras azuis semicerradas, longe de nós e de tudo, sozinho no volante de sua loucura."

"ela espiou o relógio de mergulhador submarino:
- já devíamos estar no Hiroshima.
mas nós estamos lá, pensei, no meio do cogumelo atômico, no segundo da explosão, cegos e mudos com a luz horrível."

"galáxias, buracos negros, supernovas, anãs brancas, pulsares, quasares, constelações, asteroides, cometas, planetas, satélites, anéis, pontos de sombra e de luz. minha cabeça girava, acompanhando o movimento determinante das estrelas sobre meus ombros que suportavam o mundo.
(...) céu tão habitado que, a qualquer ponto escuro que eu fixasse mais tempo, imediatamente se enchia também de estrelas.
para não me perder, abri a boca e os olhos, me enchi de estrelas feito ele."

e trouxe emoção nessas linhas curtas:

"no silêncio incômodo, parecia perfeitamente calma. ou exausta demais para espantar-se."

"- eu mudei muito, como você lembra?
- eu mudei também, quem sabe por isso lembro."

a moral do livro é tão banal, e é por isso que ele é bom.
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Ghiza Rocha 21/02/2011

"- São tudo histórias, menino. A historia que está sendo contada, cada um a transforma em outra, na história que quiser. Escolha, entre todas elas, aquela que seu coração mais gostar, e persiga-a até o fim do mundo. Mesmo que ninguém compreenda, como se fosse um combate. Um bom combate, o melhor de todos, o único que vale a pena. O resto é engano, meu filho, é perdição."

Este livro me fez repensar o outro. Repensar a mim mesma... A gente acha que tem tudo já pronto na mente. O Caio me fez olhar sob uma nova ótica...
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Mari 10/09/2020

Livro lindo, chorei muito!
Um jornalista experiente consegue um emprego num jornal decadente de São Paulo, após um tempo em depressão. Depois de entrevistar uma banda de rock feminina em ascensão, cuja líder é filha de Dulce Veiga (uma cantora que desapareceu 20 anos antes, no mesmo dia em que faria o show que a tornaria uma estrela), ele é encarregado de investigar o que aconteceu com ela. Apesar de desaparecida, Dulce Veiga está constantemente presente, em visões do protagonista que muitas vezes começa a perseguí-la pela rua. Ela é um fantasma, um desejo.

Pode parecer uma simples história de detetive, mas é muito mais. Caio Fernando de Abreu consegue usar Dulce Veiga como plano de fundo para abordar temas como a Ditadura Militar, questões de sexualidade (já que o personagem nem sabe direito sua própria sexualidade), de transexualidade, religião afro-brasileira e relacionamento abusivo (acho estranho não ver comentários sobre o quanto o relacionamento entre a Márcia e a Patrícia é abusivo). Por isso, não é difícil imaginar o quanto o Caio foi censurado na época da Ditadura. Mas, o principal tema é o autoconhecimento, a busca da felicidade e aprender a cantar. Quando o protagonista procura por Dulce Veiga, ele procura por ele mesmo. Enquanto acompanhamos sua busca, vamos conhecendo aos poucos seu passado, principalmente, sobre seu relacionamento com um rapaz chamado Pedro. Eu, particularmente, estava mais curiosa para saber o que houve com o Pedro do que com a Dulce, até porque o que aconteceu com ela não é muito surpreendente, o que não é um problema, já que o objetivo da história não é esse. E todos os personagens são excelentes. Uma pena o filme ter falhado tanto em adaptar essa obra (pelo menos pra mim), porque é uma obra muito cinematográfica.

Nossa, e o final é lindo demais! Mesmo que não saibamos cantar, devemos cantar, ninguém é feliz sem cantar.
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marcuswco 09/02/2020

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Foi uma leitura divertida. Como amante da cultura pop, me entreti em meio à tantas referências. O uso de elementos cinematográficos do autor na narração me arrancou várias risadas.
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Carla 17/07/2014

Fascinante.
Sou suspeita pra falar de Caio, mas esse livro é fascinante, te prende do começo ao fim,uma viagem maravilhosa de se fazer.
Caio descreve São Paulo e os personagens de uma forma tão mágica que é impossível não montar mentalmente a cena exatamente como ela é.
Devorei esse livro em exatamente 4 dias e quando eu acabei eu queria mais do Caio, queria recomeçar o livro, anotar os melhores trechos, estudar cada frase, aliás, pra mim TUDO que Caio escreve é doce, é esplêndido, e como eu sempre digo pra todo mundo que me conhece, Caio deveria ser eterno.

Enfim, leiam e se entreguem.
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mrsdalloway0 11/05/2021

o melhor livro que li este ano e se tornou um dos meus favoritos da vida. o caio é o caio, não à toa. o mistério que amarra dulce veiga é de tirar o fôlego, um constante frio na barriga, uma ansiedade imensa. um mistério que não é chato, que não desanima, que não fica preso em um ponto. é genial meeeesmo, e não podia ser diferente vindo da mente do caio.

ps: também retrata vivências invisíveis e marginalizadas.
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