Kizzy 04/10/2013
Manual de bolso para a vida
Tenho esse livro em casa há mais de 10 anos. Era do meu pai, e acabou ficando comigo, mas até hoje, não sei por qual motivo, ainda não o tinha lido.
Hoje, depois de terminada a leitura, a pergunta que me faço é, como não tinha lido isso até hoje? A segunda indagação é: Como o Rubem Alves consegue ser TÃO atual com um texto de quase 20 anos atrás?
"Conversas com quem gosta de ensinar", é daquelas filosofias que a gente não devia ter que parar para ler, a gente devia viver isso, pensar nisso, refletir sobre tudo isso naturalmente. Devia ser um exercício natural e praticamente automático, mas com o nível de superficialidade com que todos nós temos convivido e do qual participamos ativamente, ele parece profundo e absolutamente filosófico.
Rubem Alves promove de forma simples e singela, uma discussão extremamente profunda e atual sobre o significado dos rumos pedagógicos e educacionais, provocando uma reflexão mais essencial do que nunca, sobre o caminho da ciência e da pesquisa no mundo, e sobre o verdadeiro papel da educação e do educador na sociedade.
Assim mesmo, o livro está longe de ser uma obra para educadores e professores, pelo contrário, é um manual que todos deveriam ter como prática, de como a perda da humanização, a perda dos sentidos do corpo humano, a perda da natureza em todas as suas facetas, estão nos destituindo do prazer do ser pela obsessão do simplesmente fazer.
"Cientistas são como remadores, no porão de uma galeria. Todos estão suados de tanto remar e se congratulam uns com os outros pela velocidade que conseguem imprimir ao barco. Há apenas um problema: ninguém sabe para onde vai o barco, e muitos evitam a pergunta alegando que este problema está fora da alçada de sua competência."