Os dragões não conhecem o paraíso

Os dragões não conhecem o paraíso Caio Fernando Abreu




Resenhas - Os Dragões Não Conhecem O Paraíso


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jade martins 05/02/2024

Os que mais gostei: "à beira do mar aberto"; "sem Ana, blues"; "dama da noite"; "mel e girassóis"; "pequeno monstro" e "os dragões não conhecem o paraíso"

"Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no prato"


- Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofe reço meu passado. Então e assim, somos presente, passado e futuro. Tempo infinito num só, esse é o eterno.
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clairdelunesz 15/11/2023

"Os dragões não permanecem. Os dragões são apenas a anunciação de si próprios. Eles se ensaiam eternamente, jamais estreiam. As cortinas não chegam a se abrir para que entrem em cena. Eles se esboçam e se esfumam no ar, não se definem [...] Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia."

não sei o que dizer, só gosto muito da escrita do caio fernando abreu, e gosto mais ainda de como começar a ler um conto dele é não saber quais caminhos aquilo vai tomar (talvez todos os possíveis) pra no fim evocar sentimentos que você nem sabia que estavam ali.
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Trovoada 14/10/2023

É um livro bem complexo...
Não é uma leitura que se faz em um dia ou em uma semana, é uma leitura que se arrasta por meses. Não por ser maçante ou ruim, sim por ser uma leitura que te leva a lugares que existem dentro de você e que você jamais soube que já estavam ali, mesmo que aquilo fosse parte de você.
É estranho como esse livro te faz sentir inúmeros sentimentos, te faz querer chorar de tristeza ao mesmo tempo que te faz chorar de alegria e até fazer xingamentos por uma extrema raiva que é despertada dentro de ti. Eu jamais li uma obra que me fizesse me perder nós meus pensamentos da forma que essa me fez.
Caio, é com certeza um dos melhores autores que já conheci. Mesmo não concordando com algumas questões pontuadas no livro, na verdade achei bizarro algumas coisas, mas é extremamente bom ler um livro que te despertar todo o senso crítico possível. Eu discordei, eu concordei, eu chorei e eu sorri. Obrigado, Caio!

Obs.: espero fazer uma releitura no futuro, esse livro com certeza merece ser lido outras vezes.
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Lorena 28/03/2023

Confesso que foi o primeiro trabalho do autor que eu li inteiro. Só conhecia Caio Fernando Abreu por citações soltas e pequenos trechos divulgados pela internet. E que arrependimento amargo não ter conhecido ele antes!!!!
Adorei o livro. Os contos são diferentes entre si, embora no começo o autor nos diga que da para correlacionar uma história com outra (e realmente dá). Foi uma experiência ritmada e interessante, e gostei bastante da maneira que ele conduz a escrita de cada um dos contos.
A abordagem sobre saúde mental, sexo, amor, homossexualidade, paixão, arrependimento, dor e até homicídio é muito crua e muito bem articulada. Gostei, gostei mesmo!
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Hellen 21/03/2023

Adorei esse livro, a maioria dos contos foram rápidos e interessantes de se ler. Outros, no entanto, não despertaram meu interesse.
A escrita do autor é bem diferente, a forma como fala sobre a solidão é muito profunda.
Quando se lê esse livro é possível sentir a melancolia e a solidão emanando das histórias. É triste, alguns contos tocam nas partes machucadas do nosso coração, mas é uma sensação boa. Adoro livros que me deixam triste, geralmente são os melhores.
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Jules 07/08/2022

Contos...
? O livro constituísse em contos, alguns desses contos são maravilhosos, fácies de ler, fazem você querer saber mais da história do personagem e te levam a refletir sobre a vida. Outros contos você só quer que acabem o mais rápido o possível, talvez seja a história, ora seja o personagem ou meu dia maçante. Enfim, falarei apenas do último conto, aquele que encerra o livro e que seu título é o nome do mesmo.
? O último conto nos leva a refletir sobre os prazeres da vida, as formas de amar, os vícios e os declínios da vida de uma pessoa. Há momentos de felicidade, anseio e preocupação, mas até onde devemos esperar ou tentar qualquer coisa para colorir ou realizar tal feito?! Dragões? Cheiros? Seus desejos? Como satisfazer a si mesmo e não ser viciado e uma relação?
Difícil, difícil!
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Larissa1313 14/07/2022

gostei
é um livro muito bom, alguns contos me prenderam bastante, mas outros me fizeram querer só fechar o livro
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Clio0 20/06/2022

Caio Fernando Abreu é o autor do amor, mas não desses dois tão em voga: o romântico impossivelmente doce da literatura jovem ou o desequilibradamente sexual dos romances eróticos atuais. Seu amor é uma mistura dos dois em que vários aspectos são contemplados, principalmente em suas facetas homossexual e bissexual.

Publicado primeiramente em 1988, o livro foi bem recebido pela crítica especializada e basicamente ignorado pelo resto da sociedade. O que foi bom ou hoje seria ainda mais difícil achar edições em sebos e nas quase extintas livrarias.

Contudo, não se deve tomar a obra de Abreu como uma levantadora de bandeira. Não era essa sua ideia. Seus dezesseis textos, carregados em experiência própria, falam mais sobre as dificuldades de aceitação e a solidão.

Também há o distinto Rio da década de oitenta... é algo que pode se identificar não apenas nos nomes citados, mas no estilo de vida retratado, nas companhias mencionadas.

É um ótimo trabalho que deveria figurar na lista de livros LGBT, normalmente dominadas por obras internacionais.
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Felipe 27/04/2022

Dragões
Os dragões de Caio, tão belos. Cada conto trazendo uma história que sempre está embalada e descrita com amor, sobre o amor. Fui tocado por cada palavra de inocência, saudade, paixão, sexo, vício e solidão.
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bianca 11/09/2021

"Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada."
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Giovana.rAdua 31/08/2021

?Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia.?
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Gabriela Sousa 28/08/2021

Gostei bastante do livro, são vários contos que abordam na maior parte de formas diferentes sobre o tema solidão. O Caio adentra nos conflitos, medos, desejos, raivas, invenções, amores dos personagens. Existe um fundo melancólico no livro, não tem como não sair afetado de alguma forma após ler, nos coloca para pensar sobre a nossa própria vida com as inquietações que os personagens trazem, consequentemente, também ficamos inquietos.

Trechos que eu gostei:

"Que esse era o melhor jeito de chegar ao fundo: pelos caminhos transversos, pelas perguntas banais"

"Não tenha medo, vai passar. Não tenha medo, menino. Você vai encontrar um jeito certo, embora não exista o jeito certo. Mas você vai encontrar o seu jeito, e é ele que importa. Se você souber segurar, pode até ser bonito"

"Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma como precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor, para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta, da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo"
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Leyd 11/06/2021

Os Dragões Não Conhecem o Paraíso é um livro de contos. Treze no total, e o conto homônimo ao título do livro vem a ser o último e é este que vou tentar resenhar para vocês, mesmo que pareça “𝗨𝗺 𝗿𝗲𝘁𝗿𝗮𝘁𝗼 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗶𝗼𝗿, 𝘁𝗶𝗿𝗮𝗱𝗼 𝗮 𝗯𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗱𝗼 𝗮𝗯𝗶𝘀𝗺𝗼.”

“𝗧𝗲𝗻𝗵𝗼 𝘂𝗺 𝗱𝗿𝗮𝗴𝗮𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗺𝗼𝗿𝗮 𝗰𝗼𝗺𝗶𝗴𝗼”, é assim que se inicia a confissão do nosso narrador. Mas logo em seguida ele desmente: Não, isso não é verdade. E assim o seguimos por entre seus devaneios metafóricos.

O fato é que ele realmente não possui e nem possuiu um dragão, ele só está usando esse animal místico como metáfora para: O fim de um relacionamento? Abuso de drogas? Um estado avançado de depressão?

É difícil saber ao certo, pois tantas são as representações que o leitor acaba se perdendo em meio as referencias. Existe apenas uma certeza, o narrador todo o tempo fala da solidão, da falta que o dragão faz.

“𝗦𝗼 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗷𝗮 𝘁𝗲𝘃𝗲 𝘂𝗺 𝗱𝗿𝗮𝗴𝗮𝗼 𝗲𝗺 𝗰𝗮𝘀𝗮 𝗽𝗼𝗱𝗲 𝘀𝗮𝗯𝗲𝗿 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗲𝘀𝘀𝗮 𝗰𝗮𝘀𝗮 𝗽𝗮𝗿𝗲𝗰𝗲 𝗱𝗲𝘀𝗲𝗿𝘁𝗮 𝗱𝗲𝗽𝗼𝗶𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝗹𝗲 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗲 … 𝗻𝘂𝗻𝗰𝗮 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗻𝗲𝗻𝗵𝘂𝗺𝗮 𝘃𝗼𝗻𝘁𝗮𝗱𝗲 𝗱𝗲 𝘀𝗲𝗿 𝗳𝗲𝗹𝗶𝘇 𝗱𝗲𝗻𝘁𝗿𝗼 𝗱𝗮 𝗴𝗲𝗻𝘁𝗲”

“𝗔𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗮𝗶𝗻𝗱𝗮, 𝗼 𝗽𝗿𝗲𝘀𝘀𝗲𝗻𝘁𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗲 𝘀𝘂𝗮 𝘃𝗶𝘀𝗶𝘁𝗮 𝘁𝗿𝗮𝘇𝗶𝗮 𝘂𝗻𝗶𝗰𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗮𝗻𝘀𝗶𝗲𝗱𝗮𝗱𝗲, 𝘁𝗮𝗾𝘂𝗶𝗰𝗮𝗱𝗶𝗮𝘀, 𝗮𝗳𝗹𝗶𝗰𝗮𝗼, 𝘂𝗻𝗵𝗮𝘀 𝗿𝗼𝗶𝗱𝗮𝘀. 𝗡𝗮𝗼 𝗲𝗿𝗮 𝗯𝗼𝗺.”

“𝗢𝘀 𝗱𝗿𝗮𝗴𝗼𝗲𝘀 𝗻𝗮𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗲𝗺 𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮𝗶𝘀𝗼, 𝗼𝗻𝗱𝗲 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗮𝗰𝗼𝗻𝘁𝗲𝗰𝗲 𝗽𝗲𝗿𝗳𝗲𝗶𝘁𝗼 𝗲 𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗼𝗶 𝗻𝗲𝗺 𝗰𝗶𝗻𝘁𝗶𝗹𝗮 𝗼𝘂 𝗼𝗳𝗲𝗴𝗮, 𝗻𝘂𝗺𝗮 𝗲𝘁𝗲𝗿𝗻𝗮 𝗺𝗼𝗻𝗼𝘁𝗼𝗻𝗶𝗮 𝗱𝗲 𝗽𝗮𝗰𝗶𝗳𝗶𝗰𝗮 𝗳𝗮𝗹𝘀𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲. 𝗦𝗲𝘂 𝗽𝗮𝗿𝗮𝗶𝘀𝗼 𝗲 𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗳𝗹𝗶𝘁𝗼, 𝗻𝘂𝗻𝗰𝗮 𝗮 𝗵𝗮𝗿𝗺𝗼𝗻𝗶𝗮.”

Trata-se de um conto curto de pura densidade intimista. Você acaba mergulhando no mais profundo da alma do narrador, e talvez isso não tenha volta e você acabe se perguntando: Eu tenho ou tive um dragão morando comigo?

site: https://www.instagram.com/p/CL5FmcYDieD/
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André Hausmann 30/04/2021

Nunca havia tido contato com o trabalho desse autor e como esse livro foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Contos e Crônicas em 1989 resolvi começar por aqui.
Essa obra é composta por 13 contos onde o tema principal seria o amor; mas não aquele em que tudo é perfeito, e sim aquele com todas as suas facetas boas e más. Cada conto toca profundamente num desses aspectos, morte, loucura, alegria, abandono, entre outros.
Em alguns momentos fortes, em outros suave, mas com um realismo profundo através da poética e do lirismo existente na sua linguagem particular.
Nem todos os contos me encantou, mas aconselho a sua leitura. Eu, já pretendo ler outros de seus trabalhos mais adiante.
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A.Jares 17/03/2021

Ele esse livro foi como ter um longa conversa sobre solidão, das mais diversas possíveis. Me arrependo de ter demorado tanto tempo para ler Caio. Esse livro me tirou o ar.
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