Isa
21/01/2021Nem incrível, nem tão horrível assimUma das razões pra eu ler esse livro foi o amor que a autora claramente tem por Shakespeare (eu também tenho). Eu me surpreendi bastante com alguns diálogos (em especial do capítulo da Campina) que conseguiam reproduzir o romance e a tragédia Shakesperiana. E uma coisa tem que ser dada a Stephenie Meyer: ela sabe escrever adolescentes. Todo o drama exagerado e as descrições/ações abobadas se autojustificaram pra mim, pelo fato de o tempo todo existir essa construção de que eles são jovens demais pra se relacionar. É fácil se identificar com o silêncio, as piadinhas pseudo-inteligentes e o exagero de tudo se tentar lembrar de como sua cabeça funcionava no ensino médio.
E até aí tudo bem...
Mas a coisa morreu pra mim quando eles disseram que se amavam. Não só porque soou precipitado, mas porque a partir daí essa era a única motivação de todos os personagens. Uma avalanche de diálogos expositivos correu solta depois do encontro com James (o "show, don't tell" foi pro espaço e ficou bem ruim). Os Cullen não defenderam a Bella por responsabilidade, por ser o certo a fazer, mas sim porque o Edward ama ela. E então a romantização do amor trágico e altamente dependente dominou o resto do livro e as coisas no geral passaram a fazer menos sentido. A maior consistência no meio disso tudo vem de Edward, que aparentou ser o "sensato" da situação.
Foi meio triste, porque a narrativa estava sendo bem construída e a partir do "eu te amo" as coisas se intensificaram de forma desproporcional e ficaram corridas, quando o alicerce pra uma história mais coerente era até que bem forte.
Dito isso, não foi um livro incrível e tampouco foi horrível, mas eu não indicaria, a menos que tu queira muito saber o conteúdo que essas páginas guardam.
Eu só fiquei com uma dúvida: por que a Bella não é imune aos poderes do Jasper?