Esta Valsa é Minha

Esta Valsa é Minha Zelda Fitzgerald
Zelda Fitzgerald




Resenhas - Esta Valsa é Minha


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Arsenio Meira 12/10/2015

ZELDA
Zelda Sayre Fitzgerald nasceu nos EUA, em Montgomery, no estado de Alabama, em 24 de julho de 1900; quando menina, frequentava aulas de balé, incentivada por uma das suas irmãs mais velhas. Em 1918, ela conheceu, no Country Club da cidade, ninguém menos do que Francis Scott Key Fitzgerald, com quem se casou em 1921 e teve uma filha de nome Scottie.

Fato público e notório foi a relação conflituosa do casal Fitzgerald, a infidelidade de ambos, as constantes bebedeiras de ambos, e as internações de Zelda em diversas clínicas psiquiátricas e, de modo especial, as investidas de Zelda na literatura, na pintura e
no balé. No prefácio da obra "Esta valsa é minha", o nosso grande Caio Fernando Abreu afirma que a "autobiografia é nítida, de certa forma, parece a versão original de Zelda a tudo que Scott contaria em "Suave é a Noite",onde ela própria aparece com o nome de Nicole."

A obra foi o único romance de Zelda Fitzgerald,e foi escrito em condições penosas: em um hospital psiquiátrico,num exíguo período de seis semanas,no qual a autora morreu aciden-talmente em 1948. Caio Fernando Abreu sempre lúcido arrematou: "Zelda escrevia para se justificar, para se compreender, para se salvar. Para orientar a si própria dentro daquele poço onde tinha caído e que, até hoje, por falta de outra palavra mais adequada chamamos de 'loucura'." Ainda seguindo a trilha do Caio F. no prefácio, o romancista gaúcho recorda ainda sobre as escritoras Sylvia Plath e Ana Cristina Cesar - são "garotas que ousaram ir muito além do mediocremente permitido."

Em "Esta valsa é minha" a protagonista Alabama é a caçula das três filhas do casal Austin e Millie, moradores do Sul dos Estados Unidos, em uma cidadezinha que possui o mesmo nome da protagonista, lugar no qual Alabama passou a infância e a adolescência. O romance se passa no período entre guerras; época na qual a personagem conhece o aspirante David Knight, com quem se casa e tem uma filha. O casal muda-se para Conneticut, e depois, para a França; e retorna à cidade natal quando o pai de Alabama está prestes a morrer.

Zelda Fitzgerald foi um paradigma do glamour dos anos 20, e em vários romances e histórias seu nome cintila; na verdade tanto ela como o marido tinha se tornado emblemas da juventude dourada da época. Era talentosa, e conforme tudo o que já li sobre a época da geração perdida e os seus personagens , parece-me que não conseguia desenvolver o seu talento, de onde que sempre caía nas malhas da frustração. Começou a estudar balé quando já havia passado da idade para realizar qualquer coisa de importância nesse campo, e só foi escrever pouco antes de morrer.

Lá pras tantas, teve de ser internada para um tratamento de esquizofrenia. O que não a impediu de escrever um romance de alta densidade literária. O período de sua primeira internação,precede ou parece um esboço de "Esta valsa é minha", mas o romance não deixa de ser uma biografia quase literal. Zelda tinha uma vida errática e glamorosa, bebia doidamente junto com Scott ou sem ele, e acabava sempre internada em sanatórios. Pois bem, ela morreu em um incêndio no segundo andar de uma clínica, cujas janelas eram gradeadas para, justamente, evitar atos suicidas. Segundo F. Scott Fitzgerald, Gatsby, o mítico personagem homônimo do seu mais famoso romance, pagou um preço muito alto por viver tempo demais com um único sonho.

Zelda, que nunca se submeteu às convenções sociais e matrimoniais, sabia bem disso, e deixou sua versão, definitiva e bem fincada através, tão-somente, de um único livro. Apenas um sonho... Só um: custou muito, muito caro porque foi muito pouco pra que ela pudesse exercer a sua nítida vocação literária.
Daniel1784 12/10/2015minha estante
acabei de te enviar um email. Abraços


Arsenio Meira 12/10/2015minha estante
vou checar!!




Debora 10/03/2022

Uma autobiografia com partes bem confusas e outras bem banais (ou coisa de rico)
O início do livro é muito interessante. A jovem Alabama (alter ego de Zelda) fala da relação do pai com as 3 filhas e a esposa. De como aquele grande juiz, homem correto e eminente, é alheio à família, muito embora seja admirado e seu esteio.
Contudo esta temática só volta um pouco ao final. No resto de livro vemos uma jovem menina rica vivendo a vida da burguesia na década de 1920.
Com escrita confusa e temática meio banal, não valeu a pena a leitura pra mim.
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Zeka.Sixx 04/10/2020

O legítimo legado artístico de uma das mulheres mais interessantes do século XX
Resolvi ler este livro após ter assistido à excelente série "Z: The Beggining of Everything", da Amazon Prime, estrelada pela sempre competente Christina Ricci.

A lenda diz que este romance, publicado em 1932, foi escrito em apenas seis semanas, em um rompante criativo enquanto Zelda estava internada em uma instituição psiquiátrica, após ser diagnosticada com esquizofrenia. Diz a lenda, ainda, que Scott Fitzgerald teria ficado furioso com dois fatos: que o manuscrito foi encaminhado para o editor antes de ser encaminhado ao próprio Scott, e que muito do material usado como base no livro de Zelda também pretendia ser utilizado por Scott em "Suave É a Noite", romance que ele já estava há sete anos lutando para escrever, e que finalmente seria publicado em 1934 - dois anos depois de "Esta Valsa É Minha", portanto.

Claramente semibiográfico, o livro conta a história de Alabama, uma socialite sulista que se casa com David Knight, um homem que logo em seguida faz estrondoso sucesso com seu trabalho como pintor. A história aborda o relacionamento deles, sua vida de festas de luxo em Connecticut e posteriormente como expatriados na Riviera Francesa e em Paris, enquanto David luta para se manter relevante como artista e Alabama, inconformada em ser mera coadjuvante do marido famoso, busca obsessivamente ser reconhecida por um talento próprio. Desiludida com o casamento, Alabama decide se tornar uma bailarina de sucesso, mesmo ciente de já ter ultrapassado a idade para iniciar tal carreira do zero.

Quem conhece um pouco da história do casal Fitzgerald vai facilmente reconhecer diversos elementos da trama: uma garota sulista, filha de um juiz (tal qual Zelda na vida real), casa-se com um artista de sucesso (no livro, um pintor; na vida real, um escritor), passa a viver uma vida de luxos e excessos, vai à Europa, onde o casamento se desmancha e a carreira do marido entra em declínio... está tudo ali.

Zelda também, na vida real, criou a obsessão de se tornar dançarina, submetendo-se a torturantes treinamentos de até 8 horas diárias, muito embora já tivesse 27 anos quando tomou tal decisão. Obviamente, nunca conseguiu seu objetivo, tendo se aventurado também na pintura e por fim na escrita, com este único livro que acabou por ser o seu maior legado artístico.

Ignorado por público e crítica na época do seu lançamento - quando ela e Scott já haviam caído em desgraça -, o romance, merecidamente, ganhou o devido reconhecimento décadas mais tarde, passando a ser visto não mais como um mero contraponto a "Suave É a Noite", mas também como o poderoso registro literário de uma das mulheres mais fascinantes do seu tempo, digna de ser reconhecida por seu próprio e exclusivo talento.
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João Henrique 22/11/2015

Save me the Waltz
Alabama é uma personagem universal. Seria impossível de certa forma não se encontrar um pouco naquela menina impetuosa, incandescente. Sua vida foi essa busca eterna e urgente por um je ne sais quois para os seus dias, uma luz a mais no entardecer que dissesse "há uma saída", um norte a se seguir, a fuga constante do tédio, da mesmice, da piedade dos outros, do suicídio dos dias. Alabama acima de tudo me é especial, pois é o tipo de personagem que não dirigiu sua vida sentada no banco de trás, entre trancos e barrancos , foi a personagem principal de sua tragédia.
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Carolina Corrêa 05/01/2022

Romance autobiográfico
O único romance escrito por Zelda Fitzgerald é considerado uma autobiografia da autora e seu casamento.
A prosa, de início, é pouco atraente, mas vai ganhando ritmo e seu texto denso exige atenção.
Retrata o papel feminino da época (anos 1920, 1930), secundário e traz histórias reveladoras sobre a família e a intimidade do casal.
Não consideraria obra-prima, mas, como único romance, resta claro, no mínimo, um talento para a escrita.
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CooltureNews 22/07/2014

CooltureNews
Todos nós ouvimos falar de Scott Fitzgerald (se você ainda não leu nada dele, corra para uma livraria). De sua esposa Zelda, a maioria não ouviu nada ou, no mínimo, soube que ela era doidinha. Zelda era descrita por seu marido como melindrosa, fazia o que bem entendia, aproveitava a vida e tudo que fez ou pensava colocou em Esta Valsa é Minha, sua única obra.

Utilizando nomes fictícios, Zelda conta sua história partindo do momento em que sua irmã mais velha sai de casa. Ela era ainda uma menina, mas adora observar as pessoas e ouvir suas conversas. Os relatos começam em casa e sob a ótica de como ela e as irmãs são criadas. A medida que cresce conheceremos uma jovem ousada e que ao se importa com o que pensam ou fala dela.

A personagem principal é Alabana, uma menina que amadurece observando as decisões de suas irmãs. Diante disso toma a decisão de ser livre e fazer o que desejar. Quando a guerra chega aos EUA, a jovem começa a participar de bailes e a sair com vários soldados, um deles é David, que sonha em se tornar um pintor famoso. Alabana se casa com David e vão morar em Nova York. O sucesso das obras de David é instantânea e a vida que o casal tem é repleta de festas, bebidas e diversão. Eles se tornam o casal do momento, todos os adoram e desejam estar com eles. Mesmo após a chegada do primeiro filho eles não param, se mudam para a França, onde Alabana começa a se sentir triste por não ter uma carreira e começa a estudar exaustivamente para o balé.

A escrita de Zelda é bem diferente de Scott. Ela não se preocupa em esmiuçar cada conversa, mas conta sua história em um ritmo poético, seu foco está os acontecimentos, não no que foi dito. Sem perceber lemos páginas e mais páginas do livro e nem percebemos. Com o passar dos anos, percebemos o que Zelda procurava e suas tristezas. Zelda não tinha ainda 30 anos quando foi internada em uma clinica psiquiátrica, local onde viveu até a morte. Mas ao ler o livro ela não conta essa parte, uma das visitas é trocada por um outro cenário, o que ela gostaria que tivesse acontecido, o outro é ignorado, o livro termina antes dele.

Enquanto lia fiquei buscando os motivos para que ela enlouquecesse, ela foi diagnosticada com esquizofrenia, me questione se essa foi seu real problema. Pela sua obra, pude perceber uma Zelda que buscava independência e sucesso. Ela queria ter seu talento reconhecido. Infelizmente ninguém o fez enquanto ela ainda vivia (algo normal para a maioria dos artistas, Van Gogh e Kafka passaram pela mesma situação).

Entendo muito bem o que ela passou, dói saber que todo esforço que fazemos parece ser em vão, não saber o que precisamos fazer para agradar as pessoas. E acredito que ter um marido bem sucedido e que “furta” suas ideias a deixou ainda mais triste (ela acusou Scott de ter roubado ideias e até textos de seus diários). Não consigo acreditar que ela era esquizofrênica, acho que ela simplesmente não suportou tanta decepção por não conseguir chegar aonde desejava.

Independente de seu fim, ela possuía talento. Ela sabe escrever, cativar os leitores. Infelizmente a sociedade de sua época não soube ver isso (ou era machista a ponto de ignorar, isso ainda acontece). Esta Valsa e minha mostra não só que ela sabe escrever, mas passar sua alegria, audácia e tristeza através das palavras.

site: www.coolturenews.com.br
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Chiara.Geia 01/07/2020

Bizarro de como é lindo esse prefácio do Caio. Muito gostosa a leitura, em alguns momentos pode ser um texto confuso, mas, para mim, fica bastante pessoal.
Agora quero pegar para ler o "Suave é a noite" e entender o ponto de vista do Scott.
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Jeniffer 25/03/2017

Esta Valsa é Minha
Confesso que não estava muito animada para a leitura desse livro, justamente por desconhecê-lo completamente. Ao identificar o sobrenome da autora logo associei ao seu marido, Scott, porém desconheço a obra dele também e assim embarquei nessa leitura nova e desconhecida.

Essa obra foi escrita em apenas seis semanas durante a estadia de Zelda num hospital psiquiátrico. O enredo não é de grandes ações e reviravoltas, porém é de uma escrita singular e sensível. A história, considerada autobiográfica, relata a trajetória de Alabama, jovem namoradeira e de pensamentos divergentes dos da sua família, que casa com Francis, um artista que a compreende em suas "loucuras" e ideais. O romance não é o foco principal da narrativa e sim a mente de Alabama e suas relações com as pessoas ao seu redor. Ao obcecar-se pela ideia de ser uma bailarina de sucesso, não tão jovem mais, adentra-se em sua tarefa teoricamente impossível aos olhos dos demais.

Em Essa Valsa é Minha adentramos na época dos grandes bailes, dos encontros entre artistas, das conversas poéticas e profundas entre eles e principalmente na mente de Alabama. As cenas do cotidiano do casal e da família da protagonista são comuns, mas carregadas de sentido próprio. A narrativa como autobiografia ou como relato de época não decepciona. A escrita de Zelda impressiona pela técnica e pelo lirismo presente nas páginas da obra. Infelizmente, a autora parece ser um tanto apagada em relação à produção de seu marido, mas esta é uma leitura a ser recomendada a todos que apreciam uma boa narrativa do universo de uma figura feminina importante no cenário artístico e literário.

site: https://monautrecote.blogspot.com.br/2017/03/resenha-esta-valsa-e-minha.html
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Sergio.Aquino 25/01/2018

Enfadonho.
Se não fosse minha curiosidade sobre os escritores desta época, especialmente a fama do casal Fitzgerald, seguramente teria abandonado está leitura. Não me agradou.
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Tatiane 23/04/2021

Uma boa história
É uma boa leitura. Faz você mergulhar em um tempo vivido por pessoas fora do comum.
É uma história que traz reflexão sobre a força de vontade de uma mulher em mudar sua vida...
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Mariana 18/12/2023

Cansativo
O livro conta a história de Alabama, personagem que Zelda utilizou-se para se colocar no papel. É uma autobiografia, diz muito sobre a época em que se passou, sobre a sociedade, relacionamentos, papel da mulher, mas de forma pouco profunda, meio superficial, sem muita crítica. Alabama nasceu em uma família tradicional, seu pai tinha grande relevância em sua formação, e quando conheceu David e casou-se com ele, Alabama passou a viver em cidades diferentes, e a querer encontrar um papel diferente para si também, não só aquele tradicional destinado à mulher. Ela tentou carreira como bailarina, inclusive, abdicou de tempo com a filha, com o marido e com a casa, mudou-se de cidade, tentou se desconstruir, e me pareceu que tal desconstrução foi tão difícil, insuportável, que ela vem a adoecer. No meio de toda essa trama, muitos detalhes da época eram mostrados, artistas, detalhes das cidades, e para mim, foi muito cansativo e pouco interessante.
O prefácio de Caio Fernando Abreu deixou tudo melhor no final.
Ainda assim, não leria novamente, não impactou em mim como achei que iria.
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