Resenhas - O Primo Basílio

anahelena.blasilemos 22/09/2023

O PRIMO BASÍLIO – de Eça de Queiroz
Eça de Queiroz gerou polêmicas e também unanimidade.
As polêmicas se referiam à apropriação de roteiros (plágios?) de romances famosos tais como ‘Eugénie Grandet’ (Honoré de Balzac, 1833), ‘Madame Bovary’ (Gustave Flaubert, 1856) estes dois relacionados a‘O Primo Basílio’ (1878), bem como o seu 'O Crime do Padre Amaro' (1875) que faz referência direta a‘O Crime do Padre Mouret’ (Émile Zola,1875), inclusive no título.
Além disso, a'O Primo Basílio a polêmica foi grande pela contundente crítica à sociedade portuguesa da época - principalmente a lisboeta - onde Eça espicaçava com muita elegância e sarcasmo as hipocrisias e falsos moralismos.
Consumidores de livros eram predominantemente da classe burguesa, justamente à quem Eça dirigia sua mordaz escrita, o que naturalmente gerou uma enxurrada de desprezo, muitas vezes em forma de respostas publicadas em jornais, do tipo ‘é uma bela obra de arte, mas um péssimo livro’.
Eça se defendia dizendo ser um dever, como advertência, desnudar e até acutilar aquele modelo grupal cheio de egoísmos que se contradizem, de formalismos oficiais, de literatura acéfala, de beatices parvas, de tédios nas profissões, de vaidades e desforras pessoais.
Nosso Machado de Assis com seu refinado senso estético foi um dos que se levantaram para questionar inúmeras peculiaridades do romance.
Publicou na revista O Cruzeiro, no dia 16/04/1878 um artigo com severas críticas ao livro, questionando prioritariamente a nova escola Realista que segundo ele, avolumava os acessórios até abafar o principal.
Devido à celeuma gerada pelos que não concordavam com seu ponto de vista, Machado foi levado a publicar um segundo artigo, no dia 30/04/1878.
Garantiu ser sua última opinião sobre o livro, repetiu suas análises e salientou a dúbia mensagem moralista. Disse que a protagonista Luisa não tinha remorsos, o que ela tinha era medo.
Em contrapartida, apontava sua admiração pelo grande escritor português dizendo que não se tratava de repelir o talento, menos ainda o homem, e sim a doutrina.
Polêmicas e unanimidade!
PERSONAGENS: Luisa, Basílio, Juliana
CITAÇÃO : “Que ferro! Podia ter trazido a Alphonsine!”

Tsuki 19/09/2023

Mais um clássico terminado!
Esse foi um dos clássicos de leitura mais fáceis que eu já peguei, diria que não é a melhor estória do mundo mas é um dos bons clássicos que valem a pena.

Luiz Rodrigo de 17/09/2023

Eu finalmente descobri que quem suspirou e beijou devotamente o papel
Eu finalmente descobri que quem suspirou e beijou devotamente o papel foi a Luísa. E a utilidade dos leques nos grandes teatros europeus eram paras que as senhoras fidalgas arrotarem discretamente em paz. Assim, li pela primeira vez o grande Eça de Queiroz, o Primo Basílio é um livro com os devaneios dos romances lido por Luísa e a dura realidade da vida.
Este é um livro que mostra a parte mais horripilante do ser humano. O descaso de todos que cercavam Luísa é muito chocante. O primo que só queria e descaminho dela, a amiga que queria ver este fogo arder, a vizinhança que queria motivos para falar mal, a chantagem da empregada, o descaso do marido que se importou quando já era tarde.
Dentre todas preciso fazer um destaque maior em um personagem é o próprio Primo Basílio, sim ele seduziu a prima, só por um motivo fútil, iniciativa teve sim de preparar o ninho de amor, chamado O Paraíso, na verdade um inferninho. E em suas conversas com o seu amigo já queria se livrar faz tempo dá Luísa. Ele achava lindo vê-la chorando. Sim, podemos dizer que esta é uma mentalidade do século 19, mas sabe o que é mais devastador é que esta mentalidade permanece até os dias de hoje. Triste, não?!?! Estava quase esquecendo fiquei novamente com vontade de ler Fausto , tanto do Goethe quanto do Tommas Mann, pois me aguçou a curiosidade na cena do teatro. Porque ele utilizou Fausto e não Romeu e Julieta? Provavelmente uma referência que eu não tenho.
Este foi o livro de número 27 em 8.487 páginas. Um livro totalmente fora dos meus planos de leitura, e de minha zona de conforto. Mas fiquei satisfeito pois apesar de algumas palavras eu não sabia , o Kindle ajudou muito. Mas o meu nível de compreensão foi muito além. Dou 4 🌟. por Luiz Rodrigo de Souza.

Maria.Lemes 14/09/2023

é...
Não achei bom, mas tampouco achei ruim. já li livros melhores e já li livros que gostei menos. o enredo até que é interessante e o ritmo da história se mantém constante - não é lento, de forma alguma, mas alguns acontecimentos são narrados de forma muito rápida, o que deixa as coisas um pouco inconsistentes.
de fato, ninguém ali se salva. tudo desvirtuoso, sim.
semana que vem espero compreender melhor o motivo de ser um clássico.

Lidiany.Mendes 10/09/2023

Profunda culpa
Mais uma história de Eça de Queiroz em que ele retrata a hipocrisia da sociedade portuguesa daquele tempo.
Retrata a vida burguesa de Luísa e seu marido Jorge. Uma vida vazia e sem grandes propósitos.
Na casa do jovem casal vive e trabalha a invejosa Juliana. Uma criada de má índole, que detesta o seu trabalho e tem ódio de quem serve.
Jorge parte para uma longa viagem a trabalho. Luísa fica sozinha e entediada. É neste momento que chega o primo Basílio que dá título à obra.
Basílio é primo de Luísa. Foram namorados no passado. Ela acreditou que se casariam. Ele foi para o Brasil e de lá escreveu dizendo que estava livre para casar com outro.
Ela resiste um tempo, mas casa. Quando Basílio retorna, Luísa já está casada a 3 anos com Jorge.
Basílio a seduz e a convencer a ser sua amante. Ela cede e acaba deixando provas da traição que são apossadas por Juliana.
Tem início a chantagem. Basílio escapa e deixa a prima com seu desassossego.
Luísa é uma moça fraca moralmente, mas não é má pessoa. Foi iludida por Basílio, pelos romances que lia, pela vida vazia que vivia e pela ausência do marido.
Marido esse que lá onde estava também lhe traia...
O resultado disso tudo é a morte por causas naturais de Juliana, a ignóbil chantagista e da pobre Luísa.
Jorge acaba por saber da traição e confronta Luísa. Ela, já fraca, tem uma febre nervosa e morre.
Basílio volta, procura Luísa com a intenção de reatar as relações espúrias. Ao sabê-la morta não se ressente, apenas lamenta não ter levado para Lisboa sua amante francesa.
Detestei o personagem Basílio, seus pensamentos e suas atitudes. Tive pena da Luísa, de sua crença nesse homem detestável, mesmo quando ele dava todas as provas de que era um ser desprezível.
Não lamento a perda de Jorge. Um homem mesquinho, que só enxergava o próprio umbigo. Sentiu-se traído, embora fosse ele um traidor dos caros sentimentos de Luísa.
Meu personagem favorito foi o Sebastião, embora reconheça sua covardia em vários momentos. Ele poderia ter sido uma companhia mais presente na ausência de Jorge para Luísa e assim, não haveria espaço para as knvestidas do pérfido Basílio.

Gabs 08/09/2023

Li uns 30% e o resto foi audiobook.

olha, foi pra escola e normalmente os livros que leio para a escola eu não gosto, e não foi diferente, tipo, entendi (por parte) a história, mas tinha necessidade de enrolar, de descrever um paco de coisa (q na mh opinião n tinha necessidade), de ter qse 350 paginas, nao, nao gostei, pessimo.

linguagem rebuscada e da epoca la tbm me ajuda a nao gostar do livro

Tati.Lima 30/08/2023

Eitaaaaaa...q o Eça de Queirós mandava muito bem...
Definitivamente, quando o assunto são os clássicos da literatura brasileira, Eça de Queirós, sem sombra de dúvidas se consagrou como meu escritor favorito. Os livros dele tem uma narrativa totalmente diferente de absolutamente todos q li até agora. Porq elas são extremamente atuais, isso q é mais incrível. VÉIO...um livro que foi lançado em plenos 1878, que fala sobre adultério, expõe a hipocrisia de uma sociedade conservadora, q armava casamentos por conveniência e gerava um monte de casais infelizes. O livro tb tem uma vilã de dar raiva na gente, até botar a patroa pra fazer faxina no lugar dela, ela botou, tipo Nina e Carminha. Devia ser UM ESCÂNDALO quando o Eça lançava uma obra. Nessa aqui, q teve uns poucos capítulos maçantes, porq no geral a história era bem intensa. O Eça gostava de falar sobre uma sacanagem, um romance proibido. Nesse caso o pobi do Jorge não passava nem na porta de tanto chifre, a Juliana uma peste chantagista, a Luísa q sempre amou o primo Basílio, e o Basílio q não tava nem aí pra 🤬 #$%!& nenhuma. Enfim, eu adoreeeei... mais um ótimo clássico do Eça.

Maharet Sys 19/08/2023

.
Minha segunda resenha porque eu sou burra e apaguei a primeira.

Vamos lá... Eu li faz um mês mais ou menos, então talvez eu não lembre de absolutamente tudo.
Sobre o livro em si, ele é um material muito bom. A Scipione fez um trabalho muito legal com essa série de "reencontro" para ter um primeiro contato com os clássicos. O Carlos Heitor Cony também fez um trabalho primoroso na adaptação, e as ilustrações são belíssimas.

Sobre a obra em si...
Eça de Queiroz trabalha os dilemas morais e emocionais da protagonista e apresenta críticas sobre a sociedade portuguesa de época.
Minha experiência foi lavada na raiva que senti do Basílio e da Luisa. Com certeza não leria de novo, porque quis bater neles a cada segundo.

Fiquei repleta de pena do Jorge... Ele é um marido primoroso. Não merecia sofrer tanto.

Bella :) 17/08/2023

Livro linear
Um clássico do realismo português que traz em sua história críticas acerca do romantismo & toda sua estética
com personagens interessantes & bem característicos da época, a história traz uma situação de uma vida sem floreios: traição.

começei a leitura já sabendo que iria ser levemente arrastado, há longas descrições & sem reviravoltas, mesmo assim a experiência de leitura é válida dado todo contexto da obra : )

Mile46 10/08/2023

Basílio é detestável
Luísa e Basílio são detestáveis, mas ele é muito mais. Luísa é tola, ingênua e se deixa levar, ele é egoísta, narcisista e a última frase dele no livro é de revirar os olhos mil vezes. A escrita de Eça é boa, envolvente, detalhista, o que em alguns momentos fica enfadonho.

Gabriela 06/08/2023

Coitado do Jorge
Eu sinto que as mulheres mereceram o destino que tiveram. A Luísa, com 25 anos, me parecia adolescente às vezes de tão bobinha.
Já o Jorge, é o grande sofredor da obra, que é protagonizada por Luísa.
E chegamos no Basílio; se o objetivo do Eça era espelhar o maior cafajeste e mal caráter da época, ele conseguiu esbanjar isso no primo.
E conseguiu tbm fazer com que todos tivessem repulsa da personagem; não sobra uma característica pra elogiar.

Enfim, era o que eu esperava; 3.5 pelas partes maçantes (principalmente no início).

Paloma 21/07/2023

Leituras obrigatórias da faculdade
Como curso letras, alguns clássicos são obrigatórios.
é um bom livro, apesar de a leitura ser muito cansativa por causa da escrita.
o objetivo de Eça nesse livro é fazer uma crítica ao romantismo, esse personificado na personagem da Luísa.

Manymony 20/07/2023

Refresh do Ensino médio
Releitura, que pode ser considerada uma primeira vez.
Repito, os professores deveriam mudar a forma de incentivo à essas leituras tidas como ?obrigatórias? para o vestibular.
Quando li no ensino médio foi totalmente sem vontade ou dedicação, não lembrava de quase nada, alguma coisa familiar por conta do filme que assisti uma vez (que inclusive quero rever agora).
A escrita da época deixa um tanto lenta a leitura, mas entendendo o enredo da para aproveitar.

Debora 18/07/2023

O a 100
Estou buscando livros para repertórios e simplesmente não esperava o que iria encontrar.
O final dramático que encontrou Luisa, me remeteu a nossa sociedade, acredito que porque venho de uma leitura de Byung-Chul Han.Vi nessa personagem o reflexo de uma sociedade doente emocionante por medo da verdade que bate as portas todos os dias nos instigando a errar e aprender com os erros.
Tenho certeza de que se Luisa fosse clara com o marido e admitisse o erro eles encontrariam um modo de passar pelo fato.

ste 16/07/2023

Que angústia...
Comecei essa leitura criando um ódio imenso da luísa, desejando tudo de ruim, mas acabei mudando de opinião..... no fim, ela foi quem mais sofreu - e injustamente, já que o jorge não teve as mesmas consequências pras suas traições