Reniel 19/10/2020
Sentimento pelo mundo
Classificado como ensaios literários esses textos são como uma espécie de viagem pela vida e pelo pensamento de Camus, aqui estão suas primeiras impressões sobre a morte, sobre o absurdo, sobre a condição da vida humana na terra, seu amor pelo mediterrâneo e pelo sol, entre outras inúmeras coisas.
Trata se de um Camus jovem e apaixonado pela vida e pelo coletivo (até mesmo quando este o impele à solidão), em nenhum de seus outros livros eu pude sentir um clamor tão exposto pela humildade, pelo simples, pela indiferença e pelo amor como nesses textos.
Ler Camus é sempre um deleite, a prática seu pensamento, porém nunca será uma tarefa simples, adotar a indiferença, a contradição, a ironia como motores da consciência exige tratar as coisas como elas realmente são, ou seja, vida e morte. Viver exige consciência e aí está todo o trabalho; manter se na corda bamba sem saber o que esperar do outro lado.
Não trata se de uma apologia ao hedonismo puro, um "viver como se não houvesse amanhã". Nem de desertar de sentido a realidade, mas de compreender o limite de cada coisa sem falsas ilusõe e parafraseando o próprio autor, "somente o amor não tem limites"