Resenhas - Simplicidades Insolúveis

Ton 25/09/2021

Debates filosóficos que se enquadrariam no dia-a-dia
"Simplicidades Insolúveis" é um livro gostoso e ao mesmo tempo reflexivo demais.
De forma simples somos apresentados a certos debates filosóficos que cairiam como uma luva em um bate papo em uma mesa de bar.
Gostei demais desse livro e, sem dúvidas irei ler novamente no futuro.
Os debates leves sobre lógica, certo e errado, "quem é você e o que define você?" e, claro, o maravilhoso abelhudo que chega para mostrar um novo ponto de vista sobre uma reflexão que já estava em linhas de conclusão.

Enfim... leia. Recomendo demais!!!

duda @seboprivado 21/03/2020

me fez pensar bastante, mas no final ficou enfadonho

Craotchky 21/02/2020

De uma certa aula de epistemologia
(Em virtude deste livro não possuir nenhuma resenha, minha proposta aqui é simplesmente dar uma noção do que o(a) possível leitor(a) pode esperar encontrar nesta obra.)

Em sua segunda aula no semestre passado, meu professor de Epistemologia (Teoria do Conhecimento) apresentou Simplicidades insolúveis para nossa turma ao ler na íntegra a primeira das 39 histórias que compõem este livro. Sua nítida intenção era provocar reflexões, despertar a curiosidade e desafiar os alunos quanto a solução do enigma proposto por Quarto 88, título deste primeiro texto. Não sei qual foi o efeito que Quarto 88 produziu nos meus colegas mas em mim provocou cócegas, curiosidade e bastante interesse em conferir as demais histórias. Assim, prometi a mim próprio que ainda iria adquirir um exemplar da obra.

Simplicidades insolúveis traz pequenas históricas, pequenas mesmo, de três a cinco páginas cada, que, a despeito do tamanho, podem provocar grandes reflexões em leitores(as) mais curiosos(as). A proposta da obra parece ser colocar uma pulga atrás da orelha do(a) leitor(a), e provocar comichão intelectual. Dificilmente um dos textos deixará de lograr êxito nesse objetivo.

Confira o plot de alguns dos textos:

📌 Por que um espelho inverte as imagens da direita para a esquerda mas não de cima para baixo? Exemplo: se você escrever num papel "pop" e colocar o papel em frente ao espelho a imagem refletida será "qoq". Todavia, por que não acontece a inversão vertical de tal modo a resultar "bob"?
📌 Imagine que um prisioneiro, por algum determinado motivo, perde a memória. Como seria então lidar, do ponto de vista moral, com o fato de continuar lhe punindo com o encarceramento mesmo sem ele ter sequer consciência do que fez de errado para merecer tal punição?
📌 Um escultor que lhe vendesse um bloco de granito dizendo que ali dentro, a quarenta centímetros da base, há uma réplica do Davi de Michelangelo deveria ser incluído entre os gênios das artes conceituais ou entre os maiores picaretas da Terra?
📌 Como seria uma loto do avesso? Ao invés de pagar um bilhete e conferir se ganhou, você recebe dinheiro para pegar um bilhete para ver se perdeu. Essa é a loto do avesso. As chances de tirar um bilhete e perder é a mesma que tirar um bilhete premiado na loto normal. Que tal? Em vez da possibilidade ínfima de ganhar (loto normal) na loto do avesso você tem chances mínimas de perder! "Entre desembolsar um euro com a quase certeza de não ganhar e embolsar um euro com a quase certeza de não perder, não há comparação".
📌 Imagine que domingo você encontra alguém que você conhece e esse(a) alguém promete lhe visitar na semana seguinte, porém não lhe diz o dia exato pois quer que seja surpresa. Dado esse contexto, por que será que, do ponto de vista conceitual, você pode concluir que essa visita jamais acontecerá?

Embora muitas vezes os textos tenham como plot coisas absurdas o foco nestes casos é trazer à tona reflexões acerca de conceitos e/ou noções que temos o costume de assumir como algo inquestionável no senso comum. Eu, como acadêmico de filosofia, adoro discutir conceitos e definições e o quanto elas se mostram frágeis quando investigadas com razoável profundidade. Neste sentido, este livro pode surpreender embora não seja nada extraordinário.