No Palácio do Rei Minos

No Palácio do Rei Minos Nikos Kazantzakis




Resenhas - No Palácio do Rei Minos


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Vitor Dilly 12/02/2024

O fim de um mundo antigo
Creta sempre fora uma potência marítima invencível. Mas agora, suas colônias rebelam-se, o povo está cansado, o Rei velho não tem herdeiros, os bárbaros dóricos estão descendo do norte e um jovem vagabundo vem de uma pobre aldeia para derrubar os alicerces que sustentam o Palácio: o Labirinto do monstro Minotauro, sedento por vítimas sacrificiais....

Nesse contexto, conhecemos as histórias de Dédalus e Ícaro, do fio de Ariadne, e do herói grego Teseu.

Mais do que aniquilar o mundo antigo, ele cria o mundo novo.
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Natália(Giants) 16/09/2020

Cativante
Me lembro de quando pequena sentar e me delícia com mitologías gregas e esse livro me fez relembrar o que a muito tempo não via, aquele amor que sentia ao ler uma história da mitologia grega, de me perder em seus fatos e inúmeras histórias interligadas na qual você fica louco pra entender mas ainda assim ama.
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Sally.Rosalin 20/11/2019

No palácio do rei Minos
A civilização de Creta era chamada de minoica por causa do rei Minos (apesar que muitos afirmam que ele nunca existiu). A existência de uma estrutura complexa acabou sendo base de muitos para elaborar o mito do Minotauro. Nenhum momento transparece ser mitologia, então não tem a origem do touro no livro. O que podemos analisar na leitura é a presença de classes sociais diferenciadas: escravos, servos e camponeses para o trabalho diário de manutenção da cidade. No palácio há a citação da sua beleza e riqueza. Confirmando a religião dos cretenses antigos, a religião dos residentes minoicos era dedicada à deusas femininas:

"Ó mãe dos homens, dos animais e das plantas, eu, Creta, te chamo".

Várias cidades gregas pagavam tributos a Creta e o ponto chave é o ferro. No livro, o reino que conhecesse a técnica de manusear o ferro seria superior às demais. Estamos falando da Idade do Bronze. Com o sequestro de Aristides, o ferreiro de Creta, Minos, o rei, decide ordenar que o sequestrador, Teseu, seja sacrificado a Minotauro. Todo ano, catorze jovens eram sacrificados para aplacar a fúria da fera. Teseu, filho de Egeu (rei de Atenas) e sequestrador de Aristides, acata a ordem.

O leitor vai reconhecer a presença de muitos personagens mitológicos (Dédalo, Ícaro, Ariadne, ...), mas alguns tens desfechos segundo a vontade do autor. No final, a invasão dos dórios com Teseu finaliza a o reinado de Minos e ascende Atenas como potência grega:

"Como Creta é um mundo diferente do nosso! São ao mesmo tempo, civilizados e bárbaros, possuem riquezas inimagináveis, seus celeiros estão abarrotados, seus navios sulcam todos os mares, seus exércitos conquistam o mundo inteiro. Nossa Atenas é ainda uma jovem camponesa pobre, simples e pudica, mas ainda é a ela que prefiro. Eles deixaram para trás a sua glória e já estão esgotados. Nós temos ainda toda a história à nossa frente..." (p.28)

Sobre os dórios:
"São bárbaros, falam uma língua rude, comem e bem muito,embriagam-se e brigam, não sabem se comportar. Mas seus filhos serão melhores, e os filhos de seus filhos já serão gregos". (p.212)

Também cita Clio, a musa do meu curso:
"Então quem é? Sou uma musa, uma das nove musas. Clio, a musa da história" (p. 248).


Leitura leve, descompromissada com muitas referências para quem curte mitologia e conciliar ficção com fatos históricos.

Sobre o autor, também indico, Zorba, o grego.

site: http://sallybarroso.blogspot.com/2019/11/no-palacio-do-rei-minos.html
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Rub.88 07/02/2017

Mitologia Infanto-juvenil
A literatura infanto-juvenil alivia temas que tendem, ate merecem, a ter um tratamento mais serio e profundo. A leveza excessiva pode passar a ser vista como leviandade e o tratamento da estória fica prejudicado por isso.
O livro No Palácio do Rei Minos escrito grego Nikos Kazantzaki conta da Creta que durante a idade do bronze era o centro cultural e econômico do mediterrâneo. A opulência do palácio de Cnossos com seus nobres gordos e entediados contrastando com os escravos e demais povos servis da Grécia.
O mítico rei Minos está velho e o poder esta lhe fugindo das mãos. As velhas tradições e cerimonias não têm mais a força de ludibriar a população cansada de tanto trabalhar e nada ter. O trono esta sem herdeiros masculinos. Duas princesas com pouco conhecimento do mundo, Fedra e Ariadne, é tudo que sobra da linhagem dos deuses. A rebelião interna e externa vai ganhando corpo. O sacrifício dando ao Minotauro, que vivia no labirinto impossível de voltar, falha e dá força a revolta crescente.
Várias figuras da mitologia gregas passeiam pelo romance. Entre os já citados conta-se com Dédalo mestre inventor e criador do labirinto lar e prisão do Minotauro. Ícaro e o seu desastroso voo inaugural. Uma rápida aparição de Héracles. E claro, o herói Teseu de Atenas.
Outros personagens com suas pequenas aventuras e desavenças servem para amarar o enredo raso. Muitos conflitos são iniciados e resolvidos quase instantaneamente. Outros nem conclusão têm.
A necessidade de suavizar diálogos e cenas torna tudo falso e levemente irritante. Capítulos muito curtos. Houve uma confusão entre inocência e ingenuidade nesta estória.
O autor de Zorba, o grego e O Cristo Recrucificado não parece ser o mesmo escritor de No Palácio do Rei Minos.
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Adriana 02/10/2012

Para a Grécia
Um bom livro infanto juvenil, que nos da um panorama sobre a Grécia antiga e seus mitos e lendas.
Leitura facíl.
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TSBovaris 24/03/2012

Nikos conta neste livro um pouco da vida no mundo helênico.
O autor nos leva até Creta, poucos dias antes da morte do Minotauro e da fuga de Dédalo e Ícaro com as assas fabricadas com penas e cera. A intenção do autor fica claro já nas primeiras páginas: contar um pouco da história e dos costumes do povo grego no início da Era Helênica.

Em uma linguagem infanto-juvenil que lembra em muito a Coleção Vagalume, Nikos foca a história na amizade entre o jovem príncipe de Atenas, Teseu, um garoto escravo do palácio cretense, Cirino, e o jovem Ícaro.

Teseu chega à ilha em uma missão de reconhecimento para preparar a morte do Minotauro que vive no labirinto que existe sob o palácio do rei e símbolo do domínio de Creta sobre a Grécia. Nesta viagem conhece a filha do rei, a princesa Ariane, que o auxilia em sua empreita.

Mesmo dirigindo-se neste livro a um público jovem, Nikos mantêm sua crítica à exploração do homem pelo homem, e dos gregos por outros povos. Cabe lembrar que o autor viveu em um tempo em que a Grécia estava sob o julgo estrangeiro, e suas obras no geral transmitem sua inquietação de maneira muito forte, e graças à sua fantástica capacidade de análise do ser humano consegue criar personagens complexos e fortes, mas que não conseguem vencer os obstáculos impostos pela ocupação estrangeira, pela exploração humana das desigualdades sociais.

Poucos são os trechos fortes desta história, pois não foi esta idéia do autor, mas destaco:

“Pobres camponeses – diz Ícaro -, trabalham, zangam-se por um instante, revoltam-se e querem levar um pouco de trigo para casa. Mas guardas brutais vêm com sua lança em riste e os camponeses se encolhem. Depois são os escravos espertalhões que vêm lhes distribuir um pouco de vinho para embriagá-los; e eis que todos correm em fila, cantando. Quando é que eles fabricarão assas para se libertar?”

O autor tem esta capacidade: o fato, real na época do nascimento da civilização, também se repetia na contemporaneidade do escritor, onde seus conterrâneos se curvavam placidamente ao dominador turco, e em troco de migalhas jogadas não se revoltavam, e podemos trazer para nosso cotidiano e veremos que todos nós, passados milênios, ainda não conseguimos fabricar nossas assas.
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