Um Copo de Cólera

Um Copo de Cólera Raduan Nassar




Resenhas - Um Copo de Cólera


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Rony 04/01/2023

Um dia qualquer
Os personagens principais não tem nome, somente o cachorro, a caseira e seu marido. Os primeiros capítulos são curtos e vão relatando coisas banais desse casal, até que na manhã seguinte o personagem principal se zanga porque as formigas abriram um buraco na cerca viva e começa a reclamar com os empregados, até que sua companheira interrompe e começa uma briga entre o casal que vai se aflorando e ficando cada vez mais acalorada chegando á violência física. Me incomodou muito essa banalidade da violência, de como a mulher parece ter gostado daquilo e de como o homem usa esse momento para xingar ainda mais sua companheira, praticamente a expulsando de casa e como ela regressa no final do livro, com seu companheiro deitado na cama como um filho, quase que esperando cuidados. Esperava muito mais desse livro pelo peso que esse título carrega, mas fiquei muito descontente e foi difícil acompanhar a briga pela forma como o auto escreve.
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Fabi 30/12/2022

Um texto intenso, narrado em primeira pessoa em um fluxo contínuo que te transporta diretamente para a discussão de um casal. Em uma manhã aparentemente normal, os ânimos explodem após um incidente banal. A catarse violenta de ambos expõe o quão complexa uma relação pode ser, envolvendo diversas emoções, inclusive antagônicas. Primeira obra do Raduan Nassar que leio e gostei muito das sutilezas do texto em contraponto aos paradoxos que o autor utiliza para demonstrar essa complexidade do ser humano. Obs: gostar do livro não significa entender tudo que aconteceu ali.
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Italo 27/12/2022

Um copo de cólera
Como já esperava, é muito bem escrito. Contudo, pela segunda vez neste ano, fui extremamente desejoso para algo que, por motivo ou outro, não conversava comigo: fui querendo Lavoura Arcaica e recebi uma coisa que não sei bem definir, mas que não me agradou. O título faz jus à obra: há-se um copo de cólera, e decides se o tomas ou não.
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Gabalis 18/11/2022

Um copo de corpos
A razão que vir num copo é para que o leitor decida se bebe ou não. O título é bastante claro em sua oferta e cabe ao leitor aceitar ou ir pra casa. Trata-se mesmo de apenas um copo, são cerca de 100 páginas que se passam numa sentada. A prosa possui o contorno de corpos. Tem todas as sinuosidades das curvas de joelhos, veias e tendões que transparecem por baixo das peles dos personagens. E então acontece um caso: Saúvas, formigas cortadeiras.

Estas formigas são a gota d'água; elas bastam para que a prosa afunde mais um pouco, passando dos tendões e nervos e chegue à panela do estômago. Os amantes brigam como se brigassem coros gregos, um enorme esculacho moído e desesperado, intenso de destemperamento infantil. Os amantes se liquidam mutuamente numa versão da cantiga de roda O Cravo e a Rosa por Raduan Nassar.

Nesse processo catártico, surge, ou ressurge, a volúpia dos amantes; a primeira e última gota do copo de cólera.
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Bruno Henrique 28/09/2022

Muito bom
Minha primeira experiência com o autor. Achei a forma muito bonita, a escolha de palavras, o jeito de narrar, quase como se desse gosto aos estados de espírito e sentimentos. Subtexto bastante interessante e atemporal. Único ponto (totalmente pessoal) que não me agrada é a falta de ponto final e as muitas vírgulas. Me perdi algumas vezes no ritmo. Mas tá longe de ser algo que compromete a experiência do livro. Gostei bastante.
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arthur966 20/08/2022

alguém tinha de pagar, alguém sempre tem de pagar queira ou não, era esse um dos axiomas da vida, era esse o suporte espontâneo da cólera (quando não fosse o melhor alívio da culpa).
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Lucas1429 15/06/2022

Duas doses de esporrada (metafísicas)
Metafísicos são ambos os protagonistas desta novela intensa e cruenta. Num subtexto político e social, Raduan não disfarça sua logra em engendrar um personagem masculino arbitrário, machista e direitista; a musa, seu enrosco atual, atenta ao enquadramento dado ao seu gênero, mas da inferioridade ela é pertinaz e bem resolvida ao tal papel institucional, ferroa com palavras, acerta com a esquerda, qual sua ideologia, na figura onipresente em que ele é abençoado nos pormenores descritivos dos quatro primeiros mini capítulos, ou partes, num fluxo de consciência exímio de um gênio passageiro como Nassar, obra curta, impressão no espectador, vasta.

Escritos de poucas páginas, gabarita no prenúncio em atar e desatar dois [*****]mplices amorosos, ele e ela, sem nomes, verbalizam indiretamente seus gozos, no enlace erótico que a trama delineia até seu estouro encolerizado – o ato capitular “O Esporro”. A metáfora titular ainda guarda mistérios, não é clara para muitos leitores, a mim, bambeia em dúvidas. O casal, ou rivais, os metafísicos, são categorizados desta forma pela transação de sua guerra particular, uma simples cerca agredida por formigas é o estopim dele em transbordar seu copo empastado do líquido raivoso que ressoará sobre ela, vítima, ouvinte, observadora, reles objeto de cena. Mas esse copo se preenche de que para tamanha explosão? Parece mesmo que precisamos adivinhar, junto da sofreguidão causal, o simbolismo da reação dele, adiantado no café da manhã ao bebericar o recipiente cilíndrico composto de pessimismo.

Sem descrições situacionais em delongas, ou mesmo um desenvolvimento do que é despejado de um sobre o outro, Nassar vai no subtexto para cumprir seu objetivo, ferir uma fera já ferida que renuncia afeto acalorado (a visão dela no epílogo finaliza essa recusa), fruto de um contexto chumbado (lançado em plena ditadura) e solapado nas entranhas dos relacionamentos amorosos. Literalmente um amor nos tempos da cólera. A cólera racional, sentimental.











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maria 10/05/2022

é muito clichê falar do domínio das palavras de raduan, mas é impossível não se impressionar como ele consegue manter umas 60 páginas de um único diálogo sem nenhuma letra fora do lugar. uma obra prima de nossa língua.
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Matheus 02/05/2022

Rebuscado demais...
Curto e denso, "um copo de cólera" é um dos poucos trabalhos da curta e celebrada carreira do escritor brasileiro Raduan Nassar.

A curiosidade para conhecer o trabalho deste elogiado autor me fez aventurar a leitura desta novela.

Confesso que inicialmente fui fisgado pela prosa quase poética do Nassar, em especial por suas descrições intrigantes, tanto das cenas quanto de seus personagens.

Aqui Nassar nos apresenta a dois amantes e à relação violenta que estabelecem entre si. Dominação e poder são as armas com que buscam dominar um ao outro, tanto física quanto intelectualmente.

Numa manhã aparentemente pacata, uma banalidade rompe a harmonia do casal e degringola numa briga horrenda. Uma pequena faísca acende a cólera oculta das personagens e é sobre essa transformação que o autor lança sua lente de aumento.

Para mim, o livro tinha tudo pra funcionar. Entretanto, é justamente no momento que a prosa do Raduan Nassar mais deveria brilhar que esta se torna enfadonha e desinteressante.

A cólera pouco relacionável do protagonista soa tão vazia no fim das contas... esperava algo mais profundo, tocante.

A atmosfera que vinha sendo montada é destroçada por uma sequência de diálogos rebuscados. A narrativa perde ritmo, a imersão acaba e, de repente, você se vê diante dum amontoado de frases que ninguém diria numa discussão.

A queda foi tão vertiginosa que não pude sair da leitura com outro gosto que não o da decepção inesperada.

Terminei sem saber porque li.
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Daniel Teles 16/03/2022

Gostei da escrita
Confesso que me perdi um pouco nesta história. Achei confuso, não que seja ruim, eu que não estava no momento. O livro é curto, então você lê rápido.Vale para conhecer o autor.
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Olgashion 01/03/2022

No começo fiquei sentindo um ar de Uma aprendizagem, da Clarice. Depois descambou numa verborragia do personagem que começou quando este viu sua planta admirada destruída por saúvas.
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Sarah 27/01/2022

"(...) Não tive o bastante, mas o suficiente"

Criminosamente curto. Devorado em instantes... Estupendo, vibrante, intenso.
Alê | @alexandrejjr 03/02/2022minha estante
Sarah, tu não sabe o quanto eu curti o "criminosamente curto". Que definição precisa!




Thaís 23/01/2022

Crônica da cólera
Uma pequena crônica das relações afetivas que cerceiam nossos dias. Confesso que pela propaganda esperava mais. A narrativa é trabalhada e para alguns até complexa, considerando os devaneios da personagem. Não dá tempo de enjoar, nem de cansar. Por este lado a leitura rápida compensa. Mas também não dá tempo de conquistar o leitor. É um belo candidato ao esquecimento.
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