Um copo de cólera

Um copo de cólera Raduan Nassar




Resenhas - Um Copo de Cólera


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MBressan 09/03/2024

Um fragmento bonito da violência
Gatilho. Quem sabe que precisa ir, mas volta. O desejo e a violência assimilados. O clichê repetido de amor e abuso confundidos. Visceral.
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Krol.Veras 07/03/2024

Breve e intenso
Um copo de Cólera é o terceiro texto de Raduan Nassar que leio, e segue um padrão de qualidade altíssimo, sua forma de escrever é envolvente, tensa, explosiva e singular.
Acho incrível como o autor consegue fazer de um desentendimento amoroso uma narrativa muito mais profunda e elaborada, tornando o corriqueiro em algo maior.
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FlorbelaAli 14/02/2024

Uma história cheia de (des)amor
Eu sou fascinado pela obra-prima do Raduan Nassar, a Lavoura Arcaica. Fui embarcar nessa leitura com altas expectativas, já em mente que queria algo do mesmo nível de L.A, mas acabei me decepcionando um pouco. Achei a história aqui pouco cativante e difícil de se conectar, a escrita é fluida e muito boa, mas não salva muito, fiquei com aquela sensação de tédio lendo o livro, mas pretendo retornar algum dia para obra.

* gente, relacionamentos são exatamente assim.
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Marcelo.Alencar 12/02/2024

Esse livro é de um fôlego só?
Parece aquela sensação de vc - numa praia ou piscina - mergulha e nada até seu limite para novamente respirar.

Eis uma ilustração do banho de literatura que Raduan Nassar nos dá. Livro curtinho - 83 páginas ? - mas que demorei uma semana pra ler. Não encontrarás uma única frase na obra que não seja superlativa. Falta fôlego para lê-lo sem parar.
Aproveite cada lugar dessa obra.
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Val 11/02/2024

Um Vulgar Copo de Cólera.
Decepção. Isso, decepção foi o que encontrei ao ler Um Copo de Cólera de badalado escritor brasileiro Raduan Nassar. Como não conhecia seu trabalho e em função das críticas lidas sobre sua obra anterior Lavoura Arcaica, até então, esperava algo próximo de José Lins do Rego e até Graciliano ou Euclides.
Aqui, num curto texto machista, simplório e às vezes vulgar, duma temática vazia e cotidiana, ele escreve tentando o estilo Saramago, de uma só braçada, sem parágrafos ou raros pontos finais, misturando linguagem corriqueira com palavras rebuscadas – como se usasse o Google para auxiliá-lo na troca de repetições – e, como ele próprio descreve “toda essa agressão discursiva já beirava exaustivamente a monotonia” quando cheguei ao primeiro terço do livro. Um chato.
Como um “biscateiro graduado” – assim se intitula o protagonista – seu discurso segue prolixo e desinteressante, criticando e ridicularizando sua companheira (e seu casal de empregados), sem qualquer objetivo a não ser uma impactante potência verbal, seu único valor literário. Simplesmente um forte vomitar de palavras fortes, desinteressantes de leitura.
Parece-me um texto descarregado do intelecto de um ex-estudante de universidade pública, sem qualquer experiência de vida e parece que se inspira nos detritos televisivos e nos seus docentes militantes de alguma coisa da moda. Sim escreve bem e tem estilo, mas falta-lhe conteúdo para erigir uma obra literária. Tem um texto prolixo e vazio, rico em tentativas “estilosas” de contrações insípidas de palavras.
Seu discurso lembra, às vezes, elucubrações oriundas de quem está em estado contemplativo, sob o efeito de algo ingerido. Não produto de inspiração poética, sentimental ou algo puro que se desprende da alma, ou mesmo de devotamento histórico.
Claro que ele não tem que escrever como eu gosto. Ele é Raduan Nassar. Tem quem elogie e goste, e respeito. Tem até quem o considere “um clássico de nossos tempos”. Eu, particularmente, detestei.

Valdemir Martins
11.02.2024


site: https://contracapaladob.blogspot.com/
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3.0.3 02/02/2024

Unindo a emoção e a razão num incrível amálgama de ­alquimista
“[...] bestas paridas de um mesmíssimo ventre imundo, éramos todos portadores das mais escrotas contradições.”

Narrado em primeira pessoa, Um copo de cólera (1978), de Raduan Nassar (1935-), deflagra a vida cotidiana de um casal, oferecendo vislumbres da dinâmica comum, porém complexa, de seu relacionamento. A obra mergulha nos pensamentos, nas impressões e nas emoções do protagonista, pontuando uma noite apaixonada de amor – descrita com ricos detalhes – e a rotina matinal do casal – especificamente o café da manhã.

A narrativa abre focando na conexão emocional e sexual entre o narrador e a sua companheira. Por meio de descrições, o leitor tem um panorama da vida e da rotina do protagonista, apesar dos acontecimentos da história se desenrolarem em poucos dias. Inquieto e intenso, cada capítulo tem um único parágrafo, marcado por muitas vírgulas e um ponto final. Ainda que isso possa soar estranho, acrescenta um senso de urgência e intensidade à narrativa, preparando o cenário para os momentos culminantes da obra.

“[...] atrelado à cólera – eu cavalo só precisava naquele instante dum tiro de partida.”

O dia avança normalmente até chegar ao capítulo “Esporro” – ápice da trama, tiro de partida. Desencadeado por um incidente trivial, que se transforma em uma explosão de raiva, um cálice de ódio, desenvolve-se um confronto verbal, fervoroso e combativo entre os dois. No entanto, é fundamental ressaltar que o que acontece aqui não se trata de uma mera altercação entre casais. A forma como se desenrolam as trocas de provocações e de insultos entre o casal é eloquente, evocando uma sensação de orgasmo por meio de um texto arquitetado em fluxo musical. O domínio da linguagem e a maneira como as ideias são expressas são a verdadeira tônica da narrativa. A habilidade lexical de Raduan Nassar dimensiona a intimidade do casal de forma espantosa. As descrições expõem ao mesmo tempo detalhes provocativos e belos. Embora seja extenso, com mais de cinquenta páginas em único parágrafo, é praticamente impossível pausar a leitura, pois a prosa potente e o estilo da narrativa ditam o ritmo para a discussão frenética do casal. Transitando com velocidade entre diversos assuntos, a obra combina com maestria uma infinidade de ideias. O conflito que se segue é fabuloso, com insultos que vão do pessoal ao ideológico, onde colapsa da boca do protagonista a sua criação arquitetônica-metafórica.

Para compreender o livro e a profunda expressão artística que ele incorpora, é necessário aprofundar o problema da linguagem à própria obra. Não se trata do criador ou do destinatário, mas do seu poder para lançar a verdade. Embora aparentemente subjetiva, a voz narrativa serve como uma máscara que esconde o problema mais profundo do livro. Essa linguagem, que varia dependendo do meio, reflete metafisicamente o mundo, as emoções e as sensações humanas. Por meio da arquitetura da linguagem, a obra capta um momento da realidade que não difere de nenhuma outra experiência. A força da verdade exposta reside na capacidade da obra exteriorizar o seu eu interior, que a sociedade muitas vezes marginaliza, testemunhando assim o caráter irreconciliável da sua existência.

A obra não tem como finalidade a comunicação. Em vez disso, evolui por um meio de linguagem que rejeita a ideia de transmitir qualquer mensagem específica. Enquanto fenômeno de linguagem e obra de arte, Um copo de cólera é essencial e afirma a sua independência, primando por uma estrutura original que a diferencie das demais obras. Além disso, expõe um cenário inesquecível, ainda que esquecido por muitos escritores. Este cenário é a existência de uma linguagem distinta que estabelece uma ligação profunda entre a expressão poética no mundo e a linguagem da humanidade. O compromisso poético de Um copo de cólera para com essas duas linguagens não procura estabelecer um modelo ou equivalência, pois a linguagem poética não envolve diretamente finalidades práticas ou assuntos vivos. Em vez disso, simplesmente nomeia e capta a essência da sua própria existência.

Agarrando-nos às maravilhas que têm nomes, atravessamos Um copo de cólera como quem atravessa a névoa da existência, como quem atravessa o mundo à medida que as palavras partem. É um problema de linguagem. Em busca de alguma distração que nos proteja da compulsão da palavra, enredamo-nos na essência das folhas, inflamadas por corpos que declinam para o esquecimento, para o vazio, com destino a ninguém. Os ciclos dos corpos ganham forma e são revitalizados em línguas alternativas, adornadas com diferentes denominações. A tinta ressecada nos lábios da fera deixa um sabor acre. Ao ler Um copo de cólera – o sonho das águas –, transpiramos linguagem, arranjando a antologia da nossa raiva. Transborda, por fim, a palavra, ressoando a musicalidade silenciosa dos abismos.

A sua conclusão acena à imprevisibilidade. Um copo de cólera vai além de um simples delineamento prático de pontos geográficos para uma navegação segura. A expedição incorpora algo muito mais grandioso, e é preciso audácia e coragem para nos aventurarmos no território desconhecido da nossa existência. Para compreender a profundidade e a essência do seu rico vocabulário e para enfrentar a complexidade que acompanha a sua leitura, deve-se ler a obra lenta e atentamente, pois, embora breve, trata-se de um livro denso. É só por meio desse gesto que podemos compreender o profundo impacto de Um copo de cólera e prestar homenagem ao legado artístico de Raduan Nassar e às possibilidades incalculáveis ​​que se desenrolam sob a sua linguagem. É uma experiência literária verdadeiramente magnífica.

Durante a década de 1970, Raduan Nassar escreveu dois livros renomados. No entanto, a sua insatisfação com o mundo literário o levou a abandoná-lo. Após isso, mergulhou na vida rural, mudando-se para a sua fazenda. Depois de algum tempo, doou a sua propriedade para a universidade (UFSCAR). Aos 88 anos de vida, Raduan Nassar permanece avesso aos holofotes, nunca se acostumando com a atenção e com a popularidade que surgem em seu caminho.

“confesso que em certos momentos viro um fascista, viro e sei que virei, mas você também vira fascista, exatamente como eu, só que você vira e não sabe que virou; essa é a única diferença, apenas essa; e você só não sabe que virou porque – sem ser propriamente uma novidade – não há nada que esteja mais em moda hoje em dia do que ser fascista em nome da razão.”
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Poleto 22/01/2024

Uma dose de vida adulta e erotismo
Um livro sensacional, novela, romance, prosa poética, não-sei-quê-não-sei-quê-lá que é essa coisa que o Raduan Nassar escreveu, não sei definir, e tenho dificuldade imensa de compreender como um enredo simples tal como este é capaz de transcender qualquer coisa que eu já tenha lido por causa da linguagem.

leia e voz alta, discuta com você mesmo!
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Allan.Franck 13/01/2024

Narrativa intensa e áspera
Em "Um Copo de Cólera", Raduan Nassar descreve de forma exímia a briga de um casal. A novela se concentra em apenas dois dias e no acesso de fúria do protagonista em seu monólogo/diálogo com sua parceira. Tudo leva a crer que na "penumbra do quarto" e ao embalo das carícias e do sexo, logo mais a relação entre eles se desmoronará. O texto do autor é muito bem escrito, trazendo belas e não tão usuais palavras, para vociferar ofensas das mais diversas e desagradáveis. São expostos todos os "defeitos" que cada um enxerga no modo de pensar do outro, de forma categórica e ascendente, levando ao clímax. O primeiro e o último capítulo, trazem o mesmo título, mas com a narrativa do segundo pela visão feminina - o que sugere a cíclica funcionalidade desta relação. Um Copo de Cólera é uma leitura rápida e de tirar o fôlego, assim como permeada de ofensas viscerais, o que condiz com seu título.
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Books da Sue 26/12/2023

Sem fôlego
Uma leitura que te deixa sem fôlego do início ao fim. Primeiro por causa da linguagem rápida e escrita fluida, onde o autor não utiliza pontos parágrafos em seu texto.

A sensação de não respirar ao ler este livro é muito real, seja enquanto ele descreve o ato sexual, a experiência de um banho se sensual do casal ou até durante uma discussão ideológica.

Gostei da leitura e, só não li mais rápido, porque fiquei com pena que acabasse logo?
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Ronaldo Thomé 01/12/2023

"Reverend, reverend/Is this a conspiracy?(...)
Clássico absoluto da literatura, Um Copo de Cólera é talvez um daqueles livros mais simples e, ao mesmo tempo, complexos para explicar. O autor Raduan Nassar, nesta obra, cria todo seu texto em cima de um simples e trivial evento: uma discussão entre um casal, após uma noite de amor.

No entanto, ele consegue transformar isso em um épico impressionante, com apenas algumas decisões simples e com um foco muito poderoso no que quer fazer. O livro é todo
escrito como um grande monólogo, onde o narrador é um homem contando suas experiências no dia a dia.

De uma forma parecida com Saramago (ou seja, de acordo com seu pensamento e com pouca pontuação), o protagonista narra os acontecimentos a partir do momento que chega em casa, misturados às suas opiniões e pensamentos. Há aqui um fluxo de consciência desafiador e não linear, embora a cronologia seja respeitada e o vocabulário seja bem simples.

Não é, no entanto, um livro super complexo ou inacessível; a universalidade do tema faz com que qualquer pessoa possa se identificar com a história. Vale muito a pena a experiência, tanto pelos insights do autor como pela experiência narrativa, e com certeza por nos fazer pensar melhor em como agir na vida real em situações que realmente podemos viver no dia a dia. Definitivamente, não é à toa que esta pérola é um clássico!

Recomendado para: entender que uma palavra, na hora errada, faz toda a diferença na nossa vida - para o bem e para o mal.

Nota: 10 de 10,0.

Dica: leia ouvindo "Cemetery Gates", do Pantera!
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Clara3548 03/11/2023

Intenso e frustrante
Ficaria extremante triste caso eu tivesse comprado esse livro. Não consigo entender como demorei tanto pra ler algo tão curto. Insisti por diversas vezes para terminá-lo em uma sentada mas me sentia me forçando a comer uma comida muito amarga. Como de fato, um copo de cólera. Creio que é mais um caso de um livro bem escrito mas que não me apaguei pelo fato de ter adquirido um ranço absurdo pelo protagonista. Li outras resenhas por aqui que o definia como uma história ruim/simples porém bem escrita. Ou talvez, escrita com palavras bonitas e difíceis, concordo absurdamente. Entendo o peso do título e da obra, porém não consegui me conectar em momento algum e não consigo sequer dar mais do que uma estrela.
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Angelo 11/10/2023

Terminei de ler ele num dia e achei interessante a proposta de ser uma leitura contínua e corrida, mas ela não me ganhou em momento nenhum, além da história ser chata e desinteressante. Nota: dó
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Augusto Stürmer Caye 07/10/2023

Uma noite de sexo entre um ativista afastado do mundo e uma jornalista idealista, com uma dinâmica de poder e desejo estabelecido. Na manhã seguinte, a explosão colérica de um deles com uma banalidade da vida cotidiana expõe o casal a implosão de acusações e descréditos mútuas.

Novamente, Nassar navega pelo poético e cria uma obra linda de se ler, apesar de se distanciar da linguagem antiga e profética de Lavoura Arcaica. Aqui, estamos mais pertos de um diálogo moderno, raivoso, irado e progressivo.

Ótima obra, recomendo.
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Faluz 28/09/2023

Um copo de cólera. - Raduan Nassar
Um jorro de pensamento. Esse livro descreve um dia de um casal. Uma noite que passam juntos e uma discussão no café da manhã, entretanto a profundidade das palavras e da discussão se impõe de maneira forte.
Linguagem rascante que torna os diálogos intensos.
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Marina516 14/09/2023

Raduan Nassar
Após assistir a belissima obra áudio-visual brasileira "Lavoura Arcaica", em que vemos Selton Mello brilhantemente interpretando o personagem Andre, não pude me conter e fui pesquisar sobre o autor de tão tangente história.
Raduan Nassar.
Primeiramente, fiquei um pouco chocada com o fato de ele hoje (14-09-2023) ainda estar vivo, sargitariano de 87 anos. Mas chocada principalmente porque a novela "um copo de cólera" foi escrita em 1970 e foi um dos 3, únicos, livros que ele publicou em sua vida. Depois disso ele diz que "escrever não é pra mim" , largou a literatura e foi morar numa fazenda. (Deixarei de link de uma pseudo entrevista divertida com Raduan, onde ele fala um pouco de política.)
Mas sobre o livro em si
é bom, bem escrito, o homem é detestável. A história em resumo é sobre um casal que transa nas primeiras páginas e briga em 90% do livro, uma briga só, que ocupa pelo menos 60 páginas, por um motivo tosco. Assim como a maioria das brigas. Teria que reler mil vezes e ainda descobria coisas novas, assim como toda boa literatura.

site: https://www.quatrocincoum.com.br/br/entrevistas/literatura-brasileira/sabedoria-e-arte-de-viver#:~:text=O%20escritor%20paulista%20Raduan%20Nassar%2C%20por%20Renato%20Parada&text=Num%20s%C3%A1bado%2C%2031%20de%20outubro,Vila%20Madalena%2C%20em%20S%C3%A3o%2
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