Middlesex

Middlesex Jeffrey Eugenides




Resenhas - Middlesex


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vick 13/06/2023

Amei demais, uma trama geracional muito bem escrita. Eu gosto de todas as histórias que o Jeffrey Eugenides conta, e com essa aqui não foi diferente. Aqui ele vai desde guerras gregas no começo do século xx até a Detroit dos anos 70, pra contar a história de como o cal descobriu que era intersexual. Um livro que se pergunta o que significa ser socializado como homem ou como mulher.
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edzlke 27/03/2023

Sublime! Apolíneo!
Incrível, em cada pedacinho!
O livro começa com uma pegada mais realismo fantástico, me lembrou muito Gabriel García Márquez e eu amei na mesma medida, tanto que arrastei a leitura pra durar aquela sensação de Cem Anos de Solidão pelo máximo de tempo que eu pudesse.
Os personagens eram caricatos, a prosa era bem humorada, o enredo era surpreendente? e eu uso ?era? porque deixou de ser assim um pouco antes da metade. As novas gerações da família Stephanides acabaram com essa aura mitológica, e talvez tenha sido proposital, porque estamos falando de uma nova realidade: capitalismo, fast food, American way of life, entre outras diversas modas estadunidenses que povoaram o século XX.
Isso, no entanto, não torna o livro pior ou melhor, apenas acrescenta uma nova nuance fácil de compreender e cuja narrativa é cativante na mesma medida que a do primeiro terço do livro.
Esse livro me ensinou de fato o que é uma pessoa hermafrodita, já que na escola eu ouvi umas explicações que no fim não tiveram nada a ver com o que eu li ? ou eu que entendi tudo errado enquanto estudava, enfim, outras épocas da vida, né, kkkkk
Por fim, o enredo é bem redondinho, não tem pontas soltas. Temos em momentos da narrativa essa criança que entende tudo, de repente esse adolescente que vive um dilema e não compreende absolutamente nada e experimenta diferentes realidades e, no fim, um adulto que se importa em explicar a si mesmo, pois se encontrou e encontrou a compreensão em alguém do que ele verdadeiramente é.
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Leila 28/01/2023

Eita que esse janeiro tá sendo bom de leituras. Pelo menos isso na minha vida tá dando certo! Mais um livro sensacional, um pequeno tijolinho, mas que valeu cada página investida. Uma pena esse livro ser tão pouco comentado e lido por aqui, do autor o famosinho é As virgens suicidas, muito provavelmente por conta do filme da Sophie Coppola (outro bom livro também). Em Middlesex temos uma saga familiar, contada pela caçula da família que nasceu hermafrodita, foi criada como menina e na adolescência as coisas começaram a complicar e se descobriu menino. Fisiologicamente era um menino. Mas a história é muito mais do que isso, remonta desde os bisavós e toda a trajetória dessa família grega que vem parar nos Estados Unidos e fincar raízes nas Américas. Os relatos vai passando personagem por personagem com uma riqueza de detalhes e emoções que é muito difícil não se envolver na história. Ao longo da narrativa além de acompanharmos a trajetória dessa família, também percorremos muitos fatos históricos sobre os EUA em paralelo, sem contar as várias referências à cultura grega, que é sempre muito interessante. Enfim, gostei muito da leitura e recomendo.
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LUNII 27/11/2022

Uma das melhores leituras desse ano.

Comecei a ler por ser do mesmo escritor de As Virgens Suicidas e queria me aprofundar mais no trabalho dele. E posso dizer que gostei muito igualmente.

O livro conta a história de uma pessoa hermafrodita, isso já é bem diferente. Eu pensei que seria focado mais no momento do descobrimento e etc, mas é quase uma biografia sobre ele e sua família. O que não é um fator ruim, é muito interessante na verdade.

Eu gostei dessa narrativa de aprofundar na vida dos avós, depois dos pais e por fim, os filhos. Mas eu queria que algumas coisas tivessem tido de menos. O livro relata muito sobre a cidade de Detroid e seus momentos históricos, eu achei isso muito legal, mas as vezes queria saber de alguma outra coisa da história e o escritor ficava focado em algum plot familiar não tão interessante.
Mas isso não deixa a história ruim e cansativa. Alem disso,ele discute muito sobre relações familiares, sobre responsabilidade afetiva de pai e mãe, sobre relações humanas no geral. Eu recomendo bastante pra quem quer ler algo com personagens diferentes e reais.

Apesar de tudo, eu queria mais aprofundamento no personagem principal.
E fiquei muito curiosa pra saber sobre a base de pesquisa do escritor, esse assunto é muito complicado e pouco abordado.
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VinAcius49 30/06/2022

Eu apenas estava ocupado, não (me) preparando (para) algo grandioso ?
Se você leu a sinopse, inicialmente, você vai ficar, sim, revoltado do porquê o Cal pouquíssimo aparecer como protagonista da história e além da conta como narrador para a de duas gerações passadas. Esse fator, provavelmente, dará a sensação de um enredo que se estendeu demais, mas não tão breve você perceberá que houve um cuidado todo especial com o roteiro.
E quando entrar em sintonia com o desenvolvimento, você vai querer saber de Desdemona até o fim (terá uma pegadinha aqui ?), fazer um carinho na Tessie (?), saber o nome de Um-Sete-Um (?), vai detestar o Milt, achar a prima Lina e a tia Zo o máximo, e sempre saber que o Mike é um ***** ** ****... Você vai sentir muito, muitas coisas, a respeito de muitos, muitas vezes.
Afinal, são gerações de histórias em uma história.
DANILÃO1505 30/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Rafa,ela 04/02/2022

Middlesex
"A realidade é isso. Um sonho que todo mundo sonha junto. ",
Middlesex trás a narrativa sobre o processo de socialização e criação do Cal, um homem trans, a historia perpassa desde da sua infância onde Cal ainda vivia em um corpo “ feminino” passando pela sua adolescência ate chega a sua idade adulta;
O Cal e um protagonista extremamente cativante, que conquista o leitor, e esse e o motivo da minha maior decepção com essa leitura, o livro se alongava muito na historia das guerras, na narrativa dos avos como imigrantes e na relação dos pais do Cal, em inúmeros momentos o errando do protagonista fica muito em paralelo a historia que esta sendo contada. O grande erro desse livro foi tirar o protagonismo do Cal, a historia dele sozinha era suficiente para prender completamente o leitor, mas ele foi deixado de lado e quase sempre enquanto eu lia o livro era apenas para apreciar as migalhas que eram as aparições do protagonista.
Não digo que a historia paralela que é foi contatada e ruim, na verdade e muito boa, principalmente o inicio onde e retrata como a população civil lida com uma guerra e ainda sobre as dificuldades de ser imigrante, as criticas sobre o imperialismo cultural foram ótimas e a narrativa foi clara sobre a questão do apagamento étnico.
Essa narrativa e vendida como a historia de Cal, mas na verdade e sobre a historia de todo o seu conjunto familiar.
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Gigi 11/12/2021

sensível, envolvente, mas longo demais
gostei de acompanhar a história dos avós e dos pais até a de Cal. é um livro com detalhes ao máximo, mas que não me pareceram completamente inúteis. deixaram o livro enorme, mas enriqueceram um enredo complexo e bem desenvolvido.

pensava que minha experiência com middlesex seria diferente. não foi melhor nem pior do que imaginava. valeu a pena o desafio!
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Yago 09/10/2021

Precioso
Não se deixe enganar pelo ritmo do livro (que é um tanto lento). Temos um diamante aqui. Não é à toa que venceu o prêmio Pulitzer.
O livro retrata a realidade de um homem trans, mas esse não é o único ponto alto.
A construção e desenvolvimento de TODOS os personagens, a ambientação, a cronologia (passando por três gerações com muito detalhamento)... é inacreditável!
Só não ganhou cinco estrelas pois usa de muitos nomes estrangeiros (em sua maioria alemães), e deixa a leitura menos acessível.
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Lauraa Machado 03/07/2021

Bom, mas desnecessário em algumas partes
Essa foi uma das leituras mais difíceis da minha vida. Não que a escrita de Jeffrey Eugenides seja super complexa, que sua trama seja complicada ou qualquer coisa assim. Foi difícil, porque eu não conseguia mais me importar com os milhares de detalhes inúteis e redundantes e fiquei cada vez mais irritada quando percebi que a parte mais importante, a mais interessante, não seria abordada como merecia.

Eu não sei vocês, mas o que eu queria de Middlesex era ler sobre Cal. Não sua avó, não seu avô, não a guerra em Smyrna, não a depressão, não seus pais, não seu irmão, nada disso. Não sou completamente contra um livro estilo saga familiar, acho até interessante, mas a parte do Cal foi tão rápida comparada às outras, que acabei ficando revoltada. A história da avó dele, Desdemona, por exemplo, era interessante, mas depois de se arrastar por umas trezentas páginas e engatar na dos pais dele, minhas esperanças de saber mais sobre Cal foram diminuindo.

Eu gostei da escrita do autor, gostei de como ele descrevia os acontecimentos, de verdade. Gostei bastante da Desdemona, por exemplo. Só acho que faltou equilíbrio entre todas as partes da história e, se era para uma delas ter mais foco, preferia que fosse a do Cal. Afinal, achei que a dele foi a menor de todas, a mais corrida, apesar de ser o que realmente carrega o resto da história.

Entendo que a parte dele foi a mais pesquisada, enquanto o resto era mais inspirado na vida da família do próprio autor, então ele tinha mesmo mais material para o resto. Mas ainda acredito que isso, apesar de ter facilitado sua escrita e diminuído bastante o risco de criar uma história para Cal para além de sua família, vai contra a expectativa que a sinopse e o livro criam.

O livro é bom, quem sou eu para falar que não é, e gostei mesmo da prosa do autor, mas foi uma leitura chata, cheia de detalhes irrelevantes e demorados que transformaram toda a experiência em um incômodo absurdo para mim, infelizmente. Não sei dizer se recomendo, mas acho que, se você tiver se interessado pelo livro, saiba que é mais saga familiar do que a história de Cal. Ele só é uma parte bem pequena de todo o enredo.
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Lauraa Machado 03/07/2021

Bom, mas desnecessário em algumas partes
Essa foi uma das leituras mais difíceis da minha vida. Não que a escrita de Jeffrey Eugenides seja super complexa, que sua trama seja complicada ou qualquer coisa assim. Foi difícil, porque eu não conseguia mais me importar com os milhares de detalhes inúteis e redundantes e fiquei cada vez mais irritada quando percebi que a parte mais importante, a mais interessante, não seria abordada como merecia.

Eu não sei vocês, mas o que eu queria de Middlesex era ler sobre Cal. Não sua avó, não seu avô, não a guerra em Smyrna, não a depressão, não seus pais, não seu irmão, nada disso. Não sou completamente contra um livro estilo saga familiar, acho até interessante, mas a parte do Cal foi tão rápida comparada às outras, que acabei ficando revoltada. A história da avó dele, Desdemona, por exemplo, era interessante, mas depois de se arrastar por umas trezentas páginas e engatar na dos pais dele, minhas esperanças de saber mais sobre Cal foram diminuindo.

Eu gostei da escrita do autor, gostei de como ele descrevia os acontecimentos, de verdade. Gostei bastante da Desdemona, por exemplo. Só acho que faltou equilíbrio entre todas as partes da história e, se era para uma delas ter mais foco, preferia que fosse a do Cal. Afinal, achei que a dele foi a menor de todas, a mais corrida, apesar de ser o que realmente carrega o resto da história.

Entendo que a parte dele foi a mais pesquisada, enquanto o resto era mais inspirado na vida da família do próprio autor, então ele tinha mesmo mais material para o resto. Mas ainda acredito que isso, apesar de ter facilitado sua escrita e diminuído bastante o risco de criar uma história para Cal para além de sua família, vai contra a expectativa que a sinopse e o livro criam.

O livro é bom, quem sou eu para falar que não é, e gostei mesmo da prosa do autor, mas foi uma leitura chata, cheia de detalhes irrelevantes e demorados que transformaram toda a experiência em um incômodo absurdo para mim, infelizmente. Não sei dizer se recomendo, mas acho que, se você tiver se interessado pelo livro, saiba que é mais saga familiar do que a história de Cal. Ele só é uma parte bem pequena de todo o enredo.
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RobertaToussaint 24/06/2021

"A realidade é isso. Um sonho que todo mundo sonha junto. "
"Algumas pessoas herdam casas; outras quadros ou arcos de violino segurados por altas somas. Outros, ainda, têm como legado uma comoda em estilo japonês ou um nome famoso. Ao que me coube foram um gene recessivo em meu quinto cromossomo e algumas joias de família muito raras, de fato."

Deixe-me dizer primeiro que Jeffrey Eugenides é um contador de histórias extraordinário! Por que esperei tanto para ler um de seus livros está além da minha compreensão.

" A normalidade não era normal. Não podia ser. Se a normalidade fosse normal, ninguem se importaria com ela. todo mundo ficaria numa boa e deixaria que a normalidade se manifestasse por conta própria."

Middlesex é uma saga épica de várias gerações de uma família grega com uma das vozes narrativas mais envolventes que já vi na vida. É também a história do dito narrador, Cal, e o que pode ser considerado um tópico pouco convencional - o do hermafroditismo.

"Eu nasci duas vezes: primeiro, como uma menina, em um dia incrivelmente sem fumaça em Detroit, em janeiro de 1960; e depois, novamente, como um adolescente, em um pronto-socorro perto de Petoskey, Michigan, em agosto de 1974."

Tenho que admitir que peguei este livro há muito tempo e o coloquei de lado. Na época achei que não havia como estabelecer qualquer tipo de conexão com o personagem principal, dado o fato de nunca ter tido qualquer tipo de exposição a pessoas com essa condição. Existe um elemento incestuoso que me fez correr na outra direção também. 

É claro que amadureci um pouco desde aquela época e percebi que há uma infinidade de maneiras de se conectar a qualquer ser humano. A habilidosa caneta de Eugenides também ajudou um pouco, é claro. Desta vez, fui fisgada desde o início e simplesmente não pude deixar de ficar encantado com Cal. O autor nos leva a alguns lugares que são desconfortáveis ??- aqueles lugares sombrios que podem ficar bem escuros se forem tratados de maneira diferente.

Não vou entrar em maiores detalhes sobre este livro - há milhares de outras análises e meu objetivo é colocar através das minhas palavras o meu AMOR por essa obra de arte. Esqueci de mencionar que este livro também é rico em detalhes históricos, e eu sou um cadelinha de ficção histórica. Eugenides consegue tecer uma história longa, cheia de detalhes e o faz perfeitamente. Motor City, os motins raciais de Detroit, conflitos na Ásia Menor, questões de imigração e dinâmica familiar são todos explorados. Mas Middlesex é muito mais do que isso. É também um drama sobre a condição humana que é tão convincente que você sentirá uma ligação com Cal, mesmo que nunca tenha pensado que seria possível! 

Se você puder deixar de lado qualquer sentimento de inquietação e apenas se deixar levar pela história de Cal, então você terá um verdadeiro presente.

Foi emocionante ler essa história Foi triste. foi divertido. foi sofrido. Foi magnífico. Queria entra nela e vivencia-la de perto.

Um livro que se eu pudesse davaria mil estrelas. Recomendo fortemente.
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Higor 19/06/2021

'20 melhores livros do século 21': Livro 12
É impossível não se sentir aguçado por Middlesex, seja pelo título curioso e sugestivo, mas que descobrimos depois se tratar de algo totalmente diferente; a capa com um misto equilibrado e clássico e moderno, ou até mesmo o assunto, sobre a vida de uma pessoa hermafrodita.

Para impulsionar mais o interesse pelo livro, temos ainda sua vitória em alguns prêmios literários importantes, sendo o maior deles o Pulitzer de 2003, e, por fim, uma menção em uma posição confortável na lista de 20 melhores livros do século 21.

Apesar de tantas láureas e aclamações, Middlesex é um livro frustrante em diversos pontos técnicos, ainda que suas honrarias se sobressaiam, afinal, muito da história é, de fato, empolgante e interessante.

Sendo uma versão moderna e europeia e romances como Cem anos de Solidão e A casa dos espíritos, em que o fio condutor de três gerações de famílias e suas histórias são contadas, temos aqui a família Eleutherios Stephanides, um jovem órfão que mora com sua irmã, Desdêmona na Grécia, onde mantém uma fazenda e produção de seda. Quando os turcos invadem a Grécia, ambos fogem para a Turquia, em Esmirna, onde dias depois ocorre o fatídico Incêndio de Esmirna, em que cerca de 100.000 gregos morreram.

Para fugir da Turquia, os Stephanides fingem ser parisienses para entrar em um navio, e depois embarcam rumo à América, onde uma prima distante os ajudará a ter um novo começo. É quando declaram seu amor ao outro e iniciam aí uma relação incestuosa. Só quando do nascimento de Zoe que Desdêmona descobre que frutos de relações incestuosas costumam nascer com doenças, então se reprime sexualmente, dando a luz, por fim, a Milton.

Milton, depois de suas próprias desventuras e problemáticas de segunda geração, se casa com Tessie, sua prima de primeiro grau, dando a luz, assim, a nossa protagonista onisciente, Callíope, uma moça que, já na primeira linha do livro sabemos ser hermafrodita, por ter nascido com uma mutação conhecida como deficiência de 5α-redutase, em que, de maneira resumida, causa ambiguidade genital.

Middlesex é um livro bastante amarrado e que o leitor tem a história em suas mãos, afinal, trata-se de um livro de 600 páginas; além disso, o próprio Eugenides não tem pressa em nos contar a história dos Stephanides, logo, descrições são contadas sem pressa, assim como o incêndio em Esmirna, ou o modo de vida de Desdêmona e seu irmão e suas produções de seda; muito menos ainda a descoberta da sexualidade e as reprimendas de Callíope.

São fatos incontestáveis que, apesar de tornar o livro um tanto cansativo, a leitura inicialmente pesada e, por que não dizer?, até mesmo prolixa, apenas nos mostram como o autor queria contar uma história sem furos, condizentes com dados históricos e extensas pesquisas feitas, mas é justamente nesse cuidado com os furos que os mesmos se sobressaíram em diversos momentos. A narração onipresente de Cal beira o desconforto, pois a mesma narra com riqueza de detalhes coisas que sequer seriam possíveis, como o pensamento da avó quando jovem, sozinha em casa, enquanto o irmão estava bebendo em outro canto da cidade, ou quando o próprio pai sofre um acidente de carro e é narrado por Cal, que está há milhares de quilômetros de distância.

São fatos que me deixaram desconfortável com a leitura, e até mesmo um tanto distante de Cal e de tudo o que estava acontecendo naquelas páginas. Não que eu senti apatia pelo que lia, mas, ao mesmo tempo, não me vi empolgado com os acontecimentos e nem esperava ansiosamente pelo desfecho.

Um pouco mais enxuto e ágil, Middlesex seria um livro ainda mais poderoso sobre identidade de gênero, interssexualidade, relações raciais, étnicas e culturais, pois seus temas abordados são, por si só, incríveis e instigantes, e embora tenha falado sobre de maneira eficiente, Eugenides talvez tenha pesado a mão e deixado tudo um pouco enfadonho.

Um pouco menos épico que o esperado, como são de fato as histórias de origem grega, Middlesex cumpre com ressalvas seu papel de contar a história da geração de uma família atípica. Um livro memorável para o século, ainda assim, apesar de pouco lapidado.

'20 melhores livros do século 21' é uma lista encomendada pelo site de cultura da BBC, em que diferentes especialistas foram responsáveis por eleger os melhores livros do mais recente século. Conheça os demais livros, todos já resenhados:

13. Americanah, Chimamanda Ngozi Adichie
14. Austerlitz, W.G. Sebald.
15. A amiga genial, Elena Ferrante.
16. A linha da beleza, Alan Hollinghurst.
17. A estrada, Cormac McCarthy.
18. NW, de Zadie Smith.
19. 2666, Roberto Bolaño.
20. O grande incêndio, Shirley Hazzard.

site: leiturasedesafios.blogspot.com
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Marcela Bianchini 28/03/2021

Despretensiosamente entrou pra minha lista de favoritos da vida. A eloquência do narrador é uma coisa única na literatura.
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Lucas 16/02/2021

se a história fosse somente focada na callie ia ser muito melhor... pareceu muito arrastado na parte dos avós e do objeto.
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