Quebrando o encanto

Quebrando o encanto Daniel Dennett




Resenhas - Quebrando o encanto


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victor meloni 06/03/2010

Quebra mesmo
Quantas vezes você já reservou um momento para pensar racionalmente nas suas crenças? Quantas foram as indagações sobre aquele asptecto da crença que lhe causava certo desconforto? E sobre aquele outro? E mais aquele? Quantas vezes se viu em conflito entre o ser-humano racional que há em você e aquele que necessita acreditar à todo custo? Quantas perguntas! E elas não acabam aqui. Ao ler Dennett, encontramos um sem número de provocações saudáveis à fé, à crença. Uma avenida de questões que insistimos evitar. A religião é um fenomeno natural? Aliás, você sabe o que é um? Caso não saiba, deveria começar a investigar, pois pode estar sendo vítima de uma confusão perigosa. Em respeito à verdade (sem relativismos), a chances de sua crença e/ou de sua religião estarem turvando seus julgamentos sobre questões fundamentais, são enormes. E se você não sabe quais questões são essas e tem certeza que o mais fundamental de tudo é aquilo que sua crença enseja, talvez deva considerar seriamente a "presença" do véu a embaçar-lhe a visão.
Dennett propõe algo simples e, por isso, assustador à todos os credos, à todas as religiões. Vamos usar o método científico para estudarmos este fenômeno. Vamos deixar de lado os argumentos de "magistérios independentes" e todas as suas variações na tentativa de isolar este aspecto da vida humana da investigação científica. Uma idéia simples, não é? Eu acho. Surpreendentemente simples e necessária.
Bem, se você está inconformado, indignado, com a pretensão reducionista desta proposta, exorto-lhe: leia "Quebrando o encanto". Certamente Dennett fará melhor.
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JPHoppe 16/01/2013

Afinal, qual é o encanto que Dennett tenciona quebrar, dado o título desse livro? A religião em si? A crença, fé, no sobrenatural? Não. O que é visado é destruir a barreira que impede a análise e estudo da religião pela ótica científica.

O livro é dividido em três partes:

I. A ciência pode estudar a religião? Ademais, a ciência deve estudar a religião?
II. Utilizando da biologia evolutiva e memética, Dennett propõe várias teorias acerca da origem da religião (que ele chama de religião organizada), através da religão popular (crenças sem doutrinas e dogmas de um povo);
III. Quais são os efeitos da religião atualmente? A religião nos faz melhores, morais? Devemos ensinar religião às crianças?

Não é uma leitura como "Deus, um Delírio" de Dawkins, que é mais um ataque direto ao sistema religioso. A proposta de "Quebrando o Encanto" é fazer com que o leitor se questione, que procure as respostas. O papel de Dennett não é de trazer essas respostas, mas sim colocar as perguntas certas, na ordem certa.

Apesar de possuir bastante evidência empírica e hipóteses testáveis (é uma abordagem científica, afinal), o autor reconhece que esse é apenas um marco inicial, uma prototeoria, e que são necessárias muito mais pesquisas no campo antes de poder estabelecer a posição de teoria científica. Isso é ressaltado várias vezes durante a leitura, com várias áreas sendo praticamente inexploradas.

Pra quem acha Dawkins ácido demais, aqui está uma proposta um tanto diferente para o mesmo assunto. Boa leitura!
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Ricardo Silas 08/03/2014

Dennett e sua equanimidade louvável.
O livro traz a proposição de submeter as doutrinas e imposições que estruturam as religiões, a uma análise imparcial, crua e sem favoritismos. E o autor conseguiu me convencer de que o primeiro passo para encetar esse processo, é, literalmente, quebrando o encanto. Que encanto ? Bem, eu considero mais apropriado o termo "feitiço". Pois o que percebemos, de fato, é o óbice da fé e seus dogmas, muitas vezes infames e inconvenientes, serem isentos de qualquer elucubração científica.

E é justamente essa névoa plúmbea, que faz as pessoas sentirem medo de verem suas crenças subordinadas à autoridade investigativa da razão, que o Daniel Dennett tenta dissipar em sua tese. Sabemos que as evidências são indispensáveis para a construção de um intelecto saudável e seguro. Então, como podemos acreditar em afirmações primitivas não patenteadas, infundadas e que fomentam o conforto pela ignorância ? Será que elas são mesmo tão fidedignas como se dizem ser (ou aparentam) ? É quase impossível para um cético se vergar perante um senso comum tão virulento como o religioso.

Livro sensacional.
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Joker 25/09/2009

Desvendanda tabús religiosos e abrinde a mente pra quem consegue ler sem preconceito. Livro muito muito bom, acho o Daniel Dennet é um dos melhores filósofos da atualidade, ele ahaza..
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Deh e Vi 10/12/2011

Religião - Um apêndice
Um livro que não é fácil para todos. Não é para todos. Daniel Dennett traça o desenvolvimento e evolução da religião desde os primórdios dos agrupamentos humanos, passando pela organização da religião, até os dias de hoje. Ela foi importante? Sim, antropologicamente a religião uniu os grupos, dando coesão, sentimento de grupo, e sentido para perguntas não respondidas. As perguntas continuam sem resposta, mas uma coisa é verdade - hoje não precisamos mais da religião. A sociedade tem plenas condições de sobreviver baseadas na moral, ética e valores humanos como o amor, a colaboração, a justiça e a paz. A religião foi útil e agradecemos por isso. Porém com o passar dos séculos (após muito sangue inocente, muitas guerras, intolerâncias e abusos serem praticados em nome da fé) não se faz necessária mais sua presença. Um apêndice.
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Marco 10/01/2023

Somos todos ateus
Uma ideia perspicaz da obra é que a maioria das pessoas não acreditam em deus, mas acreditam na crença em deus. Ou seja, que acreditar em deus é uma coisa boa, por isso se caracterizam como cristãs, mesmo sem a prática e distorcendo a bíblia a seu gosto particular.
Outra é a exploração da teoria da memética como mecanismo de explicação para tradições. Para quem tem interesse em compreender a religiosidade é uma excelente obra.
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Elcio 01/01/2013

Fenômeno natural
"Arqueólogos escavaram túmulos do homem de Neandertal que continham armas, ferramentas e a ossada de um animal sacrificado; tudo isso sugere uma crença qualquer num mundo futuro similar àquele em que viviam.", esse é o primeiro parágrafo de um outro livro: "Breve história do mito" de Karen Armstrong, que define exatamente o espírito do livro de Daniel Dennett, ou seja algo em nós, nos impulsiona a criar mitos, talvez a morte e o desconhecido além dela, as vezes a alegria que extrapola-se em memórias, os ritos de passagem que nos ajudam a mudar de estágio. Mas nada além de expressões do animal humano que somos.
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Gaitista 18/04/2022

Um livro para se ler lentamente
Esse livro é deveras interessante, é para ler com calma e refletindo os pontos apresentados e até que fazem sentido.
É um livro denso que recomendo sem pestanejar!
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GabrielGobbo 14/03/2024

Já tinha algum tempo que eu queria ler alguma coisa do Dennett (desde que tive contato com sua teoria fisicalista sobre a mente) e cheguei nesse livro que discute, de um ponto de vista da da ciência, a investigação sobre a religião. O texto é muito bom, uma divulgação cietntífica que consegue levar às pessoas leigas o entendimento sobre essa área de estudo, apesar de de que em alguns momentos você percebe que um americano escrevendo para americanos, com pensamentos muito focados no primeiro mundo.
Enfim, recomendo a leitura não só se você estiver procurando entender mais sobre religião (de modo geral) e sobre o comportamento religioso do ponto de vista científico, mas também se seu interesse for em como podemos usar o método científico para estudar os mais diversos assuntos, assim como integrar varias áreas do conhecimento para investigar um tema.
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