Fazenda Modelo

Fazenda Modelo Chico Buarque




Resenhas - Fazenda Modelo


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Everton Vidal 24/03/2021

É uma novela de Chico Buarque escrita em 1974, quando do seu exilio na Itália, é a primeira excursão do autor no gênero narrativo. Possui um discurso alegórico, incluso grotesco, utilizado para significar diversas questões concernentes ao Brasil, como o autoritarismo, a censura, o “milagre econômico”, entre outras. No interior do livro também encontramos outros tipos textuais (diário, jornal, ato institucional) que ao lado de outros aspectos (dedicatória, epígrafe, bibliografia técnica, etc.) e, como é típico de Chico, de uma profusa intertextualidade (com o folclore, com outros escritores e até com a Bíblia) dão uma direção bastante inovadora ao texto.
Sempre se destacam as semelhanças com A Revolução dos Bichos, de Orwell, outra novela satírica, embora tenham diferenças importantes. Na Fazenda, O Brasil é descrito como uma granja habitada por bois e vacas, que simbolizam os diversos personagens do contexto político e econômico brasileiro dos anos 70
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Jamy Jones 10/10/2013

"Um livro que diverte, irrita, inspira e consola"
Em meio ao "milagre econômico, ufanismo e repressão" da ditadura militar brasileira, Chico Buarque faz uma analogia criativa e bem humorada entre o ser humano e o gado.
O gado vivia preso sob as cercas de aço da Fazenda; os brasileiros, de alguma forma, também. O gado estava submetido à vontade do patrão; os bois deveriam fornecer lucro para a fazenda sem questionar, e os que questionassem eram considerados subversivos, e tinham uma das pernas amputadas.
Além disso, a Fazenda, assim como o Brasil, estava passando por um período de crescimento econômico; "O bolo deve crescer para depois ser dividido".

Os subversivos eram muitos - caso de Ladislau.
"Esse era um inversivo. Sempre contrariando o ambiente, era uma camaleão às avessas. Recusava vitamina, tomava animativ. Canhoto, assinva o codinome: Ualsidal. Invertia o prato e a gaveta, queria virar o globo de cabeça para baixo e chamar o pólo sul de pólo norte, por que não? Plantava bananeira e soltava gargalhadas da nossa posição ortodoxa. Gostava também de tossir para dentro, pode? Assobiava com o nariz. Marchava à ré, entendem? Isto é um inversivo. Ativo. Nocivo porque cochicava no ouvido dos inofensivos. Sendo que acabou cativo em local distante, em box solitário onde tempos permaneceu, morto ou vivo."
E assim, caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento, os chamados "inversivos" buscavam uma identidade; autonomia; liberdade. Em caras de presidentes, em meio à espaçonaves e guerrilhas, tentavam buscar uma ideologia, queriam conhecer novos horizontes e se libertar daquela opressão, mesmo convivendo com o medo. "(...) E Lubino queria saber como é que um corpo encosta no outro. Com estupor, Lubino queria saber como é que um corpo tem que se esfregar no outro corpo. Para que precisa um corpo envolver o outro e contar mentira no ouvido do outro corpo. Por que é que, apesar de tudo, um corpo quer sempre entranhar no outro corpo e quer entrar na boca e morder e cravar as unhas no outro corpo e depois quer estranhar a temperatura do outro até que os dois corpos concordam e se fundem numa temperatura comum, por que?"
A repressão à liberdade de expressão imposta pelo AI-5 não deixava ninguém ter opinião própria, a menos que não contrariasse a vontade dos poderosos. E as penas impostas aos subversivos eram severas, sendo o exílio a mais comum.
"- Os adoradores da besta (a de sete cabeças e dez chifres, e dez diademas nos chifres e títulos blasfemos nas cabeças) não terão descanso, nem de dia de noite. Padecerão em fogo e enxofre. Cairão no abismo de onde sairá uma fumaça como a de uma grande fornalha. dessa fumaça irromperão gafanhotos dotados de poderes semelhantes aos dos escorpiões da terra. A esses gafanhotos será dado o poder de não matar os adoradores da besta, mas de os atormentar durante cinco meses. O tormento que causarão será como o provocado por um escorpião quando pica uma pessoa. Naqueles dias os adoradores da besta procurarão a morte e não a encontrarão. Desejarão morrer, mas a morte fugir-lhes-á."

Esse livro serve para ilustrar o sofrimento vivido pela população brasileira no período de 64-85. Foram 21 anos de "crescimento econômico" - sem divisão de riquezas - e de intensas repressões e perseguições políticas. Mesmo com tudo isso, o brasileiro, com seu espírito persistente e invencível, não desistiu de lutar pelos seus direitos democráticos.
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Coffeenguache 04/10/2022

Grande Chico
Livro escrito durante regime militar brasileiro, lembra bastante revolução dos bichos do Orwell, traz várias referências da época e linguagens mais científicas porém é uma leitura rápida.
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amanda 19/12/2022

leitura obrigatória da escola
só li pra fazer um trabalho mas parabéns chico buarque. você foi incrível de escrever um livro desses em plena ditadura militar. só me deixou enojada em alguns momentos, mas vale a pena ler uma crítica social tão foda assim
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Carol 18/03/2020

É uma crítica a ditadura militar do ponto de vista de alguém totalmente alienado, interessante quando as pessoas sao compradas ao gado
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Inezita 04/07/2021

Não posso dizer que o livro foi de todo ruim, mas também não foi exatamente bom. Linguagem confusa, cronologia estranha, muitos personagens, muita descrição, mas um retrato do Brasil de 64 pelos olhos de Chico, exilado na Itália.
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Lauriza Maurício 13/09/2021

Essa resenha é tendenciosa
Sou apaixonada por Chico Buarque, pelo compositor, músico e sobretudo pelo autor. Acho que já li todos os romances, esse apesar de ter sido seu primeiro, foi minha última leitura.
A maneira alegórica que ele utiliza a fazenda para nós fazer pensar em temas ainda pertinentes é excepcional.
Querem um conselho? Leiam
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Laércio Damião 18/11/2021

ÊH BOOOOOOI ?
Um tanto confuso e claro ao mesmo tempo. Só eu que entendi várias ?críticas? subliminares? Fiquei meio perdido na ordem cronológica e de narração, mas curti as partes claras.
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sofs 28/11/2022

amei
Dei 4 estrelas porque não chegou a ser um dos meus favs, mas amo livros com críticas sociais. Achei muito parecido com A revolução dos bichos de Orwell também.
Demorei pra ler mas a escrita é impecável. E a crítica nas entrelinhas é surpreendente. Muito bom.
Lau :) 08/12/2022minha estante
MUITO BOM NE AMIGA HSWIBD




stefany 09/09/2022

revolução dos bichos versão brasileira
Leitura MUITO complicada, nunca li tantas palavras desconhecidas em um livro kkkkkkkkkkk Precisei ver uns vídeos para entender melhor as referências.
É genial, mas a linguagem dificultou bastante o entendimento de várias coisas :(
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Marcos Faria 29/05/2015

É muito fácil criticar hoje a forma simplória como o Brasil é representado em “Fazenda Modelo”. Acontece que 1975 não era época para sutilezas. Então, Chico Buarque estreou na prosa com uma novela militante, que dá nome aos bois (desculpem, não resisti) numa crítica direta à ditadura e aos tecnocratas que comandavam o “milagre econômico”, a essa altura já degringolando. Mas, se no plano da narrativa o autor ainda está longe de ser o Chico de “Budapeste”, no texto já existe a maestria de quem vinha de compor “Construção” e “Calabar”. A destreza no uso das palavras (que chegaria a incomodar, por exemplo, em “Estorvo” e seus exercícios de virtuosismo) aqui é usada a serviço da obra e rende alguns parágrafos memoráveis.

site: https://registrosdeleitura.wordpress.com/2015/05/28/fazenda-modelo/
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Filipe Candido, o otimista 29/02/2020

Aa
Aaaaaaaaa
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Orochi Fábio 17/06/2020

Primeiro Chico...
A escrita inflada de termos desnecessários para a compreensão da história, a trama episódica que, apesar disso não conecta NADA com coisa alguma, os clichês chefe/empregado, a analogia povo/gado que não se decide entre realidade e fantasia, tudo isso junto transformou uma leitura normalmente rápida, 140 páginas, num desagradável exercício de força: o livro não flui, parece, embora magro, interminável! Uma das piores experiências com leitura que tive na vida!
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isadora336 06/08/2021

qq aconteceu aq
eu acho que se eu emtendi umas 3 linhas do livro todo ja foi muito mas pelo menos me deu assunto com a senhorinha da biblioteca, a gente xingo o livro juntas pq ela tbm nao entendeu nadica
Surrender_Nih 22/09/2021minha estante
A resenha mais engraçada que eu já li kkkkkkk




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