Gustavo Simas 29/10/2018Linguagem como ferramentaUma Gramática Universal existe? A linguagem é cultural? Homo abilis exercia alguma forma de comunicação? O que a linguagem da sua avó tem a ver com a "linguagem das ruas"?
Perguntas assim são respondidas nesta obra do Steven Pinker, muito inspirada em trabalhos de Noam Chomsky e Charles Darwin. É notável o esforço de pesquisa exercido pelo autor, o que resulta numa obra densa, tal qual em certo ponto anuncia de forma intrigante: "um livro que muitos gostariam de ler... mas que ninguém quer ler".
O livro é chato. Sim. Em boa parte. São apresentadas referências à Seleção Natural, História Norte-Americana, Antropologia Africana, Pedagogia infantil, Sitcons, Política e Relações Internacionais, Música e tudo o mais. Contudo, Steven emprega de um humor sagaz em momentos pontuais, trazendo figuras explicativas facilitadoras do entendimento.
Explica (e prova) que a Linguagem surge de um instinto, ao invés de surgir devido a algum fator ambiental/social modelador do comportamento (em contrariedade a ideias do behaviorismo).
Além disso, outros pontos que me foram reveladores e relacionados a conceitos de engenharia foram os que expressam nossa fala como nada mais do que uma modulação em frequência (FM) de sinais analógicos, realizada devido à vibração do conjunto prega-vocal/prega vestibular/glote/etc., os quais colidem nas paredes bucais, a qual pode ser tratada como uma cavidade ressonante.
Fora isso, creio que leitores habituados as mais distintas áreas de conhecimento vão poder extrair informações úteis e aprender bastante com esse livro.