E agora?

E agora? Odette de Barros Mott




Resenhas - E agora?


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Tai Martins 02/07/2010

A protagonista Camila é uma adolescente pobre que saiu do nordeste do país para morar em São Paulo com o pai a mãe e duas irmãs mais velhas.A jovem vive alguns dramas: a falta de dinheiro dos pais, não gosta de viver em uma vila pobre onde as vizinhas despejam a sujeira dos seus 'pinicos' no quintal comum, tem pavor de pedir fiado na venda do seu Manoel e ainda enfrenta o próprio preconceito em relação a mãe e as irmãs, pois diferentes de Camila e do pai Pedro que é português a mãe e irmãs são negras.
Odette Barros expõe como bastante realismo o preconceito que muitas vezes está mascarado, aquele que não vem de estranhos.E também a solidão e o medo da protagonista, ambos causados pela falta de informação e dialogo.
A garota vê na oportunidade de morar com Dona Marcela, uma professora aposentada, uma fuga para todos os seus problemas.Conhece Léu e se apaixona, faz novas amizades e cria um laço de fraternidade indestrutível com Dona Marcela que agora é sua madrinha.
Mas até que ponto Camila pode esconder suas origens?
O amor de Léu e de sua família poderia transpor tantas muralhas?
E rodeada de mentiras , preconceitos e medos Camila vai descobrindo o amor, as responsabilidades da vida adulta e principalmente que o amor de sua família é absolutamente maior que o preconceito racial.
Uma história que apesar de tratar de assuntos polêmicos é leve e emocionante.
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Marcel.Trocado 03/12/2022

Até agora
De origem humilde, Camila é levada a trabalhar na casa da professora Marcela, uma senhora que está muito próximo de se aposentar, sem filhos e ainda com muita vontade de ensinar a professora oferece à Camila a oportunidade de retomar os estudos e renovar seus contatos sociais.

A protagonista da história é Camila, entretanto, é a professora Marcela que promove as maiores mudanças na vida da personagem principal. Essa senhora é uma projeção da autora para a figura de uma professora ideal, cuja função principal está em inspirar os mais jovens a trilhar seu caminho pelos estudos, que muitas vezes revelam-se difíceis, é verdade, mas que resultarão num êxito compensador a longo prazo. Nesta publicação é revelado que a autora, Odette de Barros Mott, como se auto-descreve ao final do título: "uma velhinha de 75 anos", ela acredita que "o mundo é melhor porque ele, o jovem, existe". Assim, como a autora, a professora Marcela acredita que a jovem Camila é capaz de buscar um futuro melhor para si por meio dos estudos.

Odette é uma fluente autora de livros infanto-juvenis, dezenas de títulos seus foram publicados, como esse, na Coleção Jovens do Mundo Todo. A autora dedica-se nesta história a questão racial na visão de uma moça de origem nordestina, humilde, mas com uma família bem estruturada, Camila, aos 13 anos, está se conhecendo em sua condição social, ela tem duas irmãs mais velhas, uma negra e outra mulata, que trabalham pesado com faxina na casa de terceiros. Sua mãe, dona de casa, é baixinha, gorda e feia (descrição feita em pensamento pela própria filha mais nova). Seu pai, mecânico, é de origem portuguesa, branco e com sarnas. Dona Antonieta, a vê como uma menina apática e avoada, acredita que o modo de ser da Camila, um tanto bobo, é o resultado de um despacho que fizeram, pois tratava-se de um ato de gente invejosa, vendo uma menina "tão clarinha e bonita". Mas, com o tempo, percebe a realidade racial no qual sua filha está envolvida e, por isso, o seu modo de ser: calada, sem ânimo para contrariar as situações que a vida lhe impõe.

Antes de trabalhar para a professora, Camila havia parado os estudos, ajudava a mãe nos trabalhos domésticos, não pensava no seu futuro, não tinha perspectivas de melhorar de vida. A partir do momento que começa uma nova vida, auxiliando a Dona Marcela e sendo incentivada a estudar, Camila passa a perceber-se na sua real condição. Muito mais clara que suas irmãs e longe de sua família, ela faz de tudo para esconder suas origens com medo de sofrer o preconceito que por muitas vezes presenciou quando vivia com seus pais. Narrado desde as primeiras páginas em terceira pessoa, a medida que Camila internaliza suas questões, sobretudo as raciais, a narração alterna-se mais frequentemente para a primeira pessoa, demonstrando que a protagonista está no comando das percepções de sua própria vida e mudando a forma de ver a sua própria mãe:

"Ela é boa e faz o bem, isso é que tem real valor na vida [...] Minha mãe é boa e pratica a caridade. O que vale na vida? A posição social, bens, cultura? Tudo isso é bom, mas o real valor, qual é? Minha mãe, apesar de ser pobre, está sempre se doando, dando aos outros compreensão, amor, apoio. É preta, mas tem instrução, mal sabe ler, mão tem dinheiro sobrando e contudo seu coração transborda de amor para com o próximo..." (p. 102)

Em sua nova vida, Camila conhece Léo e logo se tornam namorados. Léo, um estudante esforçado de medicina e trabalhador, mantém sua família (mãe e irmã) e defende a manutenção dos estudos, não sabe da real origem de sua namorada, sempre que busca essa informação é desviado para outros assuntos ou cai em algumas mentiras. Camila sente cada vez mais culpada em não revelar a verdade e sempre se afunda cada vez mais em novas mentiras para sustentar as primeiras, é uma aflição que a consome até o final do livro, cuja conclusão, infelizmente, não é boa para nenhum dos envolvidos. A primeira edição desse livro é de 1974, a lição que fica é de que o negro no Brasil é um marginalizado, apesar de se falar e jurar que aqui não há racismo, ATÉ AGORA, há diferença entre ser branco e preto, numa condição que impacta a vida de todos, independentemente de sua cor.
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Debora 08/12/2009

Um daqueles que precisamos ler no primário. Para mim, na época, foi angustiante e o final frustrante.
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Sonia Soares 23/06/2010

Racismo existe ainda?
Quando li esse livro eu era adolecente e muitas vezes me vi no lugar da Camila vivendo um conto de fadas com direito a príncipe , mas seria bom se tuda fosse assim.Masessa história tem o outro lado,será que o racismo ainda existe? até aonde somos racistas?aprendi que ainda existe sim o racismo e ele as vezes está na nossa própria casa
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Ana Paula 14/11/2016

Li ainda adolescente esse livro e é incrível como a história é capaz de mexer com nossos sentimentos.
Senti muita raiva da Camila por ter preconceito com sua própria mãe e ainda mais por esconder sua origem do Léo (ai ai... suspiros)
Embora o final tenha me deixado frustrada, a escrita é boa e o tema nos faz refletir sobre o preconceito.
Recomendo.
ANALU 18/10/2023minha estante
também li quando adolescente, minha primeira leitura, e não sei por qual motivo nunca o esqueci e estou sempre pensando/querendo ler novamente e por isso procuro achar em pdf




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