A Cabana do Pai Tomás

A Cabana do Pai Tomás Harriet Beecher Stowe




Resenhas - A Cabana do Pai Tomás


53 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Josi 05/04/2024

Reza a lenda que esse livro foi um dos estopins da Guerra de Secessão, que acabou com a escravidão nos EUA.

Mas o que pode haver de errado em um livro supostamente responsável por uma façanha tão positiva?

Simples: a autora, ao mesmo tempo que condena o suplício a que os escravos eram submetidos, reforça diversos estereótipos atribuídos aos negros e utiliza a evangelização como finalidade principal da abolição.

A obra tem vários pontos positivos. A autora não mede esforços para defender seu ponto de vista, descrevendo situações de violência, injustiça e crueldade gratuita contra os escravos. Um retrato bastante realista e impactante, que certamente causou grande desconforto na época, especialmente no sul escravagista, mas sem poupar críticas também à hipocrisia dos abolicionistas e da própria igreja, que usava a religião como justificativa para a escravidão.

O que mais me incomodou durante a leitura foi a insistência na falácia da suposta inferioridade e ignorância natural dos negros e a valorização do "escravo bom", aquele religioso e resignado, que aceita tudo sem reclamar, como é o caso do protagonista, Pai Tomás. Não há espaço para respeito aos costumes e individualidade dos escravizados. Ao contrário, apela-se para o cristianismo e situações dramáticas envolvendo personagens brancos, como forma de sensibilizar e mobilizar os leitores.

Aliás, há em diversos pontos da narrativa a presença do branco salvador, afinal é uma história contada sob o ponto de vista branco, e o personagem que deveria ser central acaba ficando em segundo plano.

O maior acerto do livro, para mim, foi a interessante trama envolvendo uma família de escravos fugitivos, ainda que a autora lance mão do colorismo para criar uma maior identificação de seus leitores com esses personagens.

É um livro que envelheceu mal, mas que também tem seus méritos, sendo o maior deles sua inegável contribuição para a causa abolicionista. É aquele tipo de obra que, por mais bem intencionada que seja, só reforça a importância de termos negros como autores e de fato protagonistas de suas histórias.
comentários(0)comente



Ligiane 15/02/2024

Uma livro evangelizador.
Um livro triste e ao mesmo tempo arrebatador. E porquê não dizer evangelizador? Senti minhas forças se renovarem ao ver a fé de pai Tomás diante das adversidades da vida, que não lhe foram poucas, nem leves. Grande livro! Valeu cada página, cada palavra, cada lágrima que me arrancou. Vale muito a pena lê-lo. Gratidão a Harriet Beecher por tão excelente obra.
comentários(0)comente



annaclara.. 28/01/2024

Experiência interessante
Estou naquele desafio eterno de ler todos os livros que Rory Gilmore leu, e esse livro foi um absoluto tédio pra mim. Não digo que é ruim, a perspectiva histórica é muito interessante e tudo, mas não é o meu tipo de leitura
comentários(0)comente



Flávia Menezes 15/12/2023

PODE O HOMEM SER DIGNO DE CONFIANÇA, QUANDO MUNIDO DE PODER?
?A Cabana do Pai Tomás? é um romance que nos fala sobre a escravatura nos Estados Unidos, escrito pela professora, escritora e abolicionista Harriet Beecher Elisabeth.

Inicialmente a história foi publicada em 1851 em forma de série semanal, durante 40 semanas, no jornal abolicionista ?The National Era?, mas o que era para ser uma narrativa curta prevista para durar poucas semanas, acabou se tornando um sucesso tão grande que quando a escritora falhou em uma das semanas de publicação, foram vários os protestos que os escritórios do jornal receberam, a ponto de chamar a atenção do editor John P. Jewett, que propôs à autora transformar a série em formato de livro.

Publicado em 20 de março de 1852, ?A Cabana do Pai Tomás? vendeu 3.000 cópias no primeiro dia, esgotando depressa sua primeira edição. O romance ainda foi traduzido para diversas línguas, e nos Estados Unidos chegou a ser considerado o livro mais vendido após a Bíblia.

Com uma narrativa poética e repleta de emoções, Harriet nos insere em uma história atemporal, muito embora retrate uma época remota nos Estados Unidos, onde a escravidão era uma realidade perversa e brutal.

E essa era uma sensação que me acompanhava quanro mais eu avançava, porque existem duas temáticas apresentadas pela autora que não morreram no dia em que a abolição dos escravos foi assinada. E estas são:

1) a luta pela liberdade;

2) a maldade que se comete contra os semelhantes.

Liberdade... Mas o que é ser livre? Será mesmo que nascemos livres e vivemos uma vida de liberdade unicamente porque ninguém (pelo menos em tese) pode nos comprar? Aliás, será mesmo que a escravidão é apenas uma memória de um passado remoto, ou ainda hoje, por diversas razões e situações nos vemos aprisionados de alguma forma a uma vida de escravidão? A que (ou a quem) estamos sendo escravizados hoje?

E se a primeira temática já nos faz questionar tantas coisas, pensar sobre a maldade humana é algo que faz parte do ontem, do hoje e (inevitavelmente) do amanhã. Afinal, como podemos ser tão maus com os nossos semelhantes? E aqui eu não estou falando unicamente sobre ter um coração convertido ao amor ao próximo e a todo tipo de bondade que podemos ver nas almas preciosas daqueles que um dia foram santificados. Eu estou me referindo ao condicionamento da maldade e crueldade a que todos nós estamos expostos hoje.

Alguém te feriu e lhe fez algum mal? Paga a ele em dobro! Alguém te traiu? Nunca lhe conceda o perdão! Alguém te rejeitou? Destrua essa pessoa de todas as formas possíveis! E nisso as redes sociais vão nos enchendo de frases de ódio e vingança que só fazem crescer o mal no mundo, tornando nossos corações tão sombrios quanto a terra de Sauron!

E pensando em tudo isso é que eu preciso te alertar: passar por essa leitura é vivenciar uma grande transformação! Especialmente com essa figura bondosa do Pai Tomás, com quem vamos aprendendo que sejamos negros ou brancos, escravos ou senhores, o quanto o amor ao próximo e o poder do perdão é muito mais libertador para uma alma em sua condição de imortalidade, do que a frivolidade das condições humanas tão efêmeras de rancores e vinganças.

Harriet explora a temática da escravidão de forma tão sublime, que passamos a compreender todas as suas nuances, desde o fato de que por muito tempo essa foi a forma mais humana de preservar a vida e a dignidade de alguns desses homens, mulheres e crianças, assim como a imprudência ou a fatalidade da morte lançava esses mesmos oprimidos com tanta brutalidade à realidade de senhores com um coração tão repleto de malícias e maldades, que o desejo de nunca ter nascido passa a ser a única prece que evocam desses lábios.

Um outro ponto que a autora abordou com muita maestria e que me trouxe muitas reflexões, foi a questão da tratativa à desobediência e rebeldia dos escravos. E aqui (obviamente!) eu não estou falando de senhores perversos, mas de senhores e senhoras educados para ser bons cristãos, mas que se viam às voltas com escravos que um dia foram tratados com atos de barbaridade, e que, quando comprados por senhores que os tratavam da forma mais humana possível, ainda assim, cometiam delitos ou respondiam aos seus senhores.

Quando li essa parte da história, eu fiquei pensando em crianças que nasceram em lares desafortunados, e que, quando entregues aos orfanatos, mesmo após ser adotados por famílias de bom coração que as recebiam de braços abertos, ainda assim traziam dentro de si as marcas da desconfiança e descrença que a maldade que sofreram outrora enraizou em seus corações.

Eu confesso que não esperava tudo o que ganharia com esse livro, especialmente porque ele me tocou profundamente na questão da minha espiritualidade, na minha relação com Deus, e nos valores e deveres cristãos. E ao final, eu pude sentir meu coração tão reabastecidos por todos esses ensinamentos, que foi como se o próprio Pai Tomás tivesse me ensinado através da sua figura de puro amor, bondade e entrega.

?A Cabana do Pai Tomás? é muito mais do que uma história que fala de algozes e vítimas, de servidão e injustiças. mas sim de tudo o que se esconde no coração humano. Das maldades, invejas e vinganças, até os maiores atos de coragem para salvar outros tanto quanto se deseja salvar a si mesmo. Atos de heroísmo de pessoas tão altruístas que somente podem ser felizes se tiverem ao lado todos aqueles que amam. Pessoas tão cheias de uma bondade que vai além da nossa compreensão humana, capazes de perdoar até aquele que mais o feriu apenas porque daria a vida pela conversão de uma alma inclinada ao mal.

E esse é o Pai Tomás, e seus ensinamentos de amor, de perdão, e de obediências às leis de Deus ficarão para sempre no meu coração!
Dani 15/12/2023minha estante
Cinco estrelas ?


Flávia Menezes 15/12/2023minha estante
Amiga, 5 estrelas favoritado! ? Que livro mais perfeito! E o final? ??


Mateus.Caixeta 16/12/2023minha estante
Que resenha maravilhosa!!! Aumentou a minha vontade de ler. Acho incrível o quanto as suas resenhas são bem escritas


Núbia Cortinhas 16/12/2023minha estante
Uauuu! Que resenha linda!


Flávia Menezes 16/12/2023minha estante
Mateus, muito obrigada pelas palavras e pela paciência de ler algo tão extenso. Mas esse livro é tão fundamental, que eu penso que todo mundo deveria ler. Achei que fosse sobre escravidão, mas é sobre ?ser humano?, e que belas lições a Harriet nos deixou. E lições que valem para os nossos dias também.
Espero que goste quando for ler! A experiência sem dúvida será transformadora! Te garanto.


Flávia Menezes 16/12/2023minha estante
Núbia querida, muito obrigada! Olha? tenho por mim que você vai gostar desse. Você tem lido tantos livros sobre religião, e neste livro, eles falam muito sobre ser cristão. No final, você sente seu coração tão convertido e cheio de perdão.


AndrAa58 16/12/2023minha estante
Depois de ler sua resenha, simplesmente vou ter que ler. Flávia, você consegue passar toda a emoção que teve com a leitura para as suas resenhas. Amo ??


Flávia Menezes 16/12/2023minha estante
Andrea querida, muito obrigada. Mas esse eu fico feliz de poder passar toda a emoção que eu senti, porque esse livro é transformador. Espero que goste, embora seja muito dificil não passar por toda a transformação que a Harriet nos proporciona.


Alan kleber 21/12/2023minha estante
Essa resenha também é 5 estrelas.


Flávia Menezes 21/12/2023minha estante
Puxa, Alan!!! Muito obrigada! ?




Juliana Civitavecchia 13/06/2023

O cristianismo e a passividade construída
Pensei bastante pra escrever aqui sobre as minhas impressões... pq me vejo em uma sinuca de bico na reflexão de como o cristianismo sistematicamente docilizou o povo a aceitar sua condição de escravizado e em como o livro com sua autora autodeclarada cristã conseguiu abalar as estruturas escravagistas da época.
o pensamento de "reage bátima" que permeava minha cabeça nos momentos de extrema aceitação cristã de Tomás não me deixou sequer por uma página. chegando por vezes a me chocar mais do que o tratamento (velho conhecido) empregado para com o povo preto.
quantas coisas ao longo da história foram justificadas pelo papinho do papai do céu descrito pelos homens. e quanto ainda se justificam.
a priori, o livro é um clássico altamente recomendado e que seguirá na minha estante de livros. todo ser humano deveria ter o privilégio de ter contato com as palavras de Harriet e refletir por si sobre elas.
comentários(0)comente



Jardim de histórias 11/05/2023

Triste realidade histórica! Emocionante!
Considerando a enfadonha discussão religiosa que permeia a história, reflexo do posicionamento da autora, é, em geral, uma história muito emocionante e que apresenta um contraste muito interessante, se observar contextualmente os acontecimentos da escravização da época. O que normalmente, devido às condições sub-humanas que os escravizados eram submetidos, e se esperava um comportamento de efeito, brutal. Es que surge, uma resposta totalmente resiliente, sendo o ponto focal, protagonizado pelo pai Tomás. Surpreendendo e indignando uma grande parcela de personagens, leitores e críticos da época. 

Tanto a opinião de ideologia escravagista, quanto abolicionista, massacrou Harriet Beecher Stowe. Segundo os escravagistas, "a autora, tenta despertar a ideia de que o povo negro educado, se tornará tão importantes quanto os brancos" os escravagistas, acreditavam na supressão de direitos e na doutrina de dominação, como forma de controlá-los. Já os abolicionistas, "enxergavam a ideia de resiliência de Harriet, um tanto quanto subserviente, destacando a educação religiosa, como uma forma de aceitar a escravização como uma condição". Na verdade, o que a autora nos conta, não é uma história sobre escolhas e sim de domínio, segregação e privilégios. A resiliência, é somente uma forma subjetiva de lidar com o sofrimento. Era o refúgio em um contexto, onde inexiste qualquer acolhimento, direitos, razão. A resiliência é simplesmente, a esperança.  

Esse comportamento resiliente, ocorre pela influência religiosa e a ideia de que a educação e sabedoria, seria um diferencial. É claro, que não serão todos a ter esse privilégio, e veremos o efeito do comportamento mais brutalizado, dos que só conheceram a violência como doutrina, criando uma base de reflexão poderosa. 

Uma emocionante história de superação, sem essa de homem branco do bem, porque até os ditos bons, são escravagistas, como aqueles racistas, que se dizem não racistas, se justificando, que até tem amigos negros. O olhar de autora referente aos escravagistas, é sensacional. Mostra, a falsa sensação ou idealização moral perante a sociedade e religião, tentando normalizar o inaceitável, trazendo a tona, a estruturação do racismo, tentando perante a sociedade e a consciência, legitimar a escravização e a cultura escravocrata. 

Um livro obrigatório e inesquecível. 
Paloma 12/05/2023minha estante
???? Excelente resenha! Não tinha muito interessante nele, mas agora desejo ler um dia.


Jardim de histórias 12/05/2023minha estante
Muito obrigado pelo retorno positivo. Espero Paloma, que a leitura desta obra, lhe traga a mesma emoção e também indignação devido os fatos históricos, que trouxe para mim. É uma escrita carregada de visceralidade, rancor, amor, onde é muito presente a carga emocional transmitida pela autora.




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Santos 29/03/2023

Livro complicado
Não minto que demorei meses para ler o livro pois atacou alguns gatilhos em mim, então não foi algo fácil para uma pessoa negra como eu ler diversas coisas aqui (como a submissão excessiva do pai tomás) mas de resto o livro é até muito bom, gostei do jeito que algumas passagens bíblicas se fazem presente em algumas cenas e o desenrolar delas, enfim, não é tão ruim mas também não é tão bom
comentários(0)comente



Ari 27/02/2023

Mais do que necessário
Que livro lindo! Ele aborda um assunto tão triste e é TÃO necessário!
É bem pequeno, de fácil leitura, e que delícia ler esse livro.
Eu gostei tanto do Tomás, um homem de uma fé inigualável, que mesmo perante a situações deploráveis, ele se mantinha fiel a sua essência. Todo mundo deveria ler esse livro, para se aprender sobre humanidade e compaixão.
comentários(0)comente



RaAra0 14/12/2022

Demorei um pouco mais que o normal pra ler esse livro, acho que devido ao fato de o personagem principal ser muito passivo às injustiças (entendo que tem muito a ver com a religião dele, mas, mesmo assim me incomodou). Tirando isso, reconheço a grandiosidade dessa história. Faz muito sentido ter se tornado um clássico e ter sido tão importante para o pensamento abolicionista da época.
comentários(0)comente



Antonio Maluco 05/10/2022

Escravidão
O livro conta histórias de vários personagens que foram escravos no Estados Unidos da América antes do século 20
comentários(0)comente



Andrea238 13/08/2022

Livro impressionante, triste e chocante
O livro conta a história de um homem negro escravizado, que vive múltiplas humilhações tortura e desamparo.
A escritora narra os fatos de forma sublime e peculiar, sob seu ponto de vista de mulher branca e altamente religiosa
comentários(0)comente



Maria 12/06/2022

Impossível não se emocionar!
A autora escreve sobre a realidade da escravidão e, evidenciando que a religiosidade era muito presente nas pessoas que eram escravizadas.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Volnei 06/03/2022

Fomos para o parque para jogar
Um romance ambientado no período escravocrata dos Estados Unidos e que mostra como era o sistema neste pais . De acordo com o livro muitos dos relatos foram retirados de situações reais presenciadas ou relatadas a autora

site: https://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
comentários(0)comente



53 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR