Rafael.Montoito 07/05/2020
Um biografia "abusada"
Li, li sim, e foi muito divertido e prazeroso! Estava procurando algo rápido e leve para ler, saindo um pouco dos contos e histórias longas, e me deparei com esta - abusada - biografia do homem que virou drag, da drag que virou trans, mas que sempre foi, em sua essência, artista.
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Ao longo de sua vida, Nanny escreveu para revistas, fez programas de auditórios, shows em boates, peças de teatro, sempre em volta a amores e amigos. É uma bela história de vida, de luta pelo seu lugar no mundo; é a narrativa de alguém que, quando saiu do interior de Minas rumo a São Paulo, prometeu à sua mãe que seria motivo de orgulho. Nanny parece ter cumprido sua palavra e sempre esteve muito próxima da família, com uma relação íntima e amorosa com a mãe. Já sobre o pai, a biografia revela um comprometimento que vem do seu grande coração: Nanny, que apanhava dele quando era criança porque precisava "aprender a falar como homem", nunca se retirou da sua vida.
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Em tempos difíceis de intolerância e nos momentos em que algumas pessoas se sentem aptas a exercer juízo de valores sobre a vida dos outros, "Ser mulher não é para qualquer um" pode ser uma leitura que desmistifique alguns preconceitos. Todo mundo vem à vida para ser feliz e, se nesta trajetória consegue, ainda, se doar aos outros - como a biografia de Nanny relata diversas vezes que ela fez - a felicidade é multiplicada