Ivy (De repente, no último livro) 26/09/2021
O primeiro foi bem melhor
O alivio de terminar um livro depois de mais de 2 meses.... Nem sei explicar porque me custou tanto ler esse livro. Map of Fates não é uma continuaçao ruim, mas falha por ser mirabolante demais, tão mirabolante que se torna surreal, fake até. Os personagens basicamente tem o poder de atravessar o mundo sem nenhuma espécie de documentos, e dinheiro tampoco parece ser problema jamais. A proposta da autora era justamente apresentar um "Código da Vinci" teen, mas Maggie Hall falha em querer criar uma trama fantasiosa demais, com personagens "geniais" demais. Os jovens de Hall são capazes de enganar sociedades secretas, governos e criminosos, e se mostram os únicos capazes de desvendar um mistério milenar que ninguém foi capaz de enxergar e, para ficar ainda mais clichê, a autora nos traz uma protagonista carregada de estereótipos.
Avery, a mocinha, é a garota sofrida e abnegada, que ama dois garotos ao mesmo tempo e que é a única esperança para a salvaçao do mundo e de uma tal sociedade poderosa e privilegiada. A adolescente de olhos violetas é mostrada como uma it girl mártir que todos amam e todos querem.
Achei tudo tão previsível, e como absolutamente tudo está sempre focado na Avery (os outros personagens, pobrezinhos, sequer tem uma trama própria, o foco fica só na mocinha e nos seus dois amores mesmo), não ficava difícil prever ou deduzir alguns acontecimentos da trama.
Pra contornar essa previsibilidade ao redor da protagonista, a autora até tentou plantar um grande mistério que envolve Alexandre Magno e Napoleão, mas ela tentou transformar a coisa em algo tão grande e inacreditável que no final ficou nisso mesmo, no "inacreditável" demais. A idéia era boa, mas a execução não ficou tão convincente, falhou de novo ao tentar ser "mirabolante" demais.
A ambientação não foi tão interessante como no primeiro livro. Na primeira parte tivemos Turquia, um cenário pouco utilizado e cheio de riquezas e história. Já aqui temos Cannes e Paris, cenários mais elitizados e populares, que deram ao livro um ar de Código da Vinci dos bem nascidos. Enfim, acho que pra quem é leitor mais jovem, pode ser uma leitura divertida, mas pra quem busca um suspense mais "pé no chão" o livro pode soar bem surrealista e absurdo.
Falta falar do romance. Deixei por último porque foi o que achei pior. Clichê demais. Temos a protagonista "perfeita, salvadora única e insubstituível da humanidade, e dois garotos lindos e corajosos dispostos a dar suas vidas pelo amor da garota. É um triângulo amoroso meio "dramalhão mexicano", cheio de chorôrô e "escolhas difíceis". O triângulo amoroso tem bem pouco carisma e os sentimentos ali... não convencem. É instantâneo demais (problema que já havia ficado explícito desde o primeiro livro quando o primeiro romance se desenvolve).
Temos um rol de personagens grandes, mas à exceção da protagonista e seus boys, nenhum personagem secundário foi bem desenvolvido e nem causa impacto para ser mencionado... Uma pena.
No geral, apesar desta resenha parecer bem negativa, Map of Fates é uma leitura rápida e isso é um ponto positivo porque não é um livro cansativo. Além disso tem muita ação, tiros e sangue, e realmente tenta se apresentar como um "Da Vinci renovado". Embora não ache que o objetivo foi 100% atingido, o livro tem seus méritos e pode agradar muita gente, especialmente quem gosta de aventuras num tom mais juvenil e descontraído.
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