@ysalemos 24/07/2015
Do conto de fadas ao mundo real
Em Peter Pan Tem Que Morrer conhecemos (pra quem começou a série por ele) ou revemos (pra quem já leu os outros livros da série) Dave Gurney :
Figurão detetive de homicídios da cidade grande. Investigações bem sucedidas […]. O sujeito que virou pelo avesso o caso do Bom Pastor e deixou todos os idiotas totalmente sem graça. (Pág.22)
Nesse livro, Dave encontra-se aposentado, com uma vida relativamente tranquila ao lado de sua esposa, Madeleine. O que traz o detetive experiente a ativa é um pedido de Jack Hardwick, velho ‘amigo’ de Dave. Um caso, que aparentemente já foi resolvido, apresenta furos na investigação e tudo leva Jack a crer que o “culpada” do caso, que está presa, é na verdade inocente.
A investigação em questão é o caso Spalter, onde Katherine Spalter é acusada,e até então culpada, pela morte de seu marido, Carl Spalter. Ele foi morto durante o enterro da mãe, atingido por uma bala de fuzil de alta potência e calibre baixo. Assim que foi baleado e caiu, as pessoas achavam que ele estava passando mal ou que havia tropeçado, só depois então foi observado o sangue escorrendo por sua cabeça. Assim que foi atingido Carl ficou paraplégico, chegando a morrer algum tempo depois.
Até então a acusação parece obvia : Katy estava traindo Carl, e contratou alguém para matar o marido com medo de que ele descobrisse. Além do fato de que seu bens iriam todos para Katy, após sua morte. Porém, com uma pesquisa mais aprofundada do caso, Jack descobriu vários furos na investigação, chegando mesmo a dizer uma das frases mais celebres do livro:
Dave,meu garoto, não precisa me convencer de que a teoria é uma bosta. Eu sei que é. Tem mais furos do que o braço de um viciado em heroína. (Pág.46)
Dave e Jack começam a investigar em cima do caso que, segundo a polícia e o mundo, já teve solução. Logo de cara, várias teorias e suspeitos aparecem. Dentre eles Jonah,seu irmão e Alyssa, sua filha. Vários outros crimes são descobertos, e parecem estar todos ligados a morte de Carl. E ao menos dois deles parecem deixar uma mensagem (da forma mais bizarra possível):
“Sem ver, sem ouvir, sem falar. Não ver o mal, não ouvir o mal, não falar o mal.”(Pág.208)
Para quem seria a mensagem e o que queria dizer com ela?
No decorrer da narrativa, mais um suspeito é descoberto e aí que o título do livro começa a fazer mais sentido para o leitor. Um ser de 1,50 (mais ou menos), apelidado de Peter Pan acaba se tornando o maior pesadelo de Dave. Tudo a respeito do suspeito é incerto : não sabem de onde veio, não sabem seu verdadeiro nome, muito menos sabem se é realmente um homem, ou se é uma mulher. A busca por ele trás uma trama intensa, que deixo o leitor maluco pra terminar o livro e saber como a história irá terminar.
E depois de tudo isso, o que posso dizer é que o final não é nada menos que fantástico! Uma das coisas que me da raiva, mas ao mesmo tempo faz com romances policiais sejam o meu gênero favorito, é que o autor está o tempo todo jogando na cara do leitor as provas do que realmente aconteceu e quando o livro acaba o detetive conta toda a verdade, você fica tipo “ESTAVA NA MINHA CARA O TEMPO TODO!”
Uma das coisas que eu amei nesse livro também foram as referencias ao meu querido e amado Sherlock Holmes. Em vários momentos em que Dave usa da dedução para chegar as suas conclusões, Jack o chama de Sherlock, como uma forma de ‘tirar onda’ com método usado pelo amigo.
– Não pretendo perder tempo nenhum.
– Como quiser, Sherlock. (Pág.71)
O livro é realmente muito bom e agora eu estou maluca para ler os três primeiros. Eu não comprei o livro físico, mesmo querendo muito. Li ele em ebook (mesmo odiando haha), mas pretendo comprar o livro mesmo logo logo (Também estou aceitando de presente hahaha).
site: https://heyysa.wordpress.com/2015/07/24/resenha-peter-pan-tem-que-morrer-do-john-verdon/