Lê Golz 28/07/2015Viciante!Cidade Banida é um lançamento da Editora Planeta, e uma distopia nacional que promete. Com uma sinopse que instiga e uma capa que chama atenção, sem dúvidas, eu criei expectativas. E como eu esperava, não me decepcionei. Vamos conferir o porquê eu gostei tanto do livro?
O futuro na Terra em Prima Capitale é assim: ao nascerem, todos os bebês passarão pelo crivo, onde os chamados cognitos, farão previsões do que essa criança futuramente irá fazer. Se a visão for positiva para o governo, bem, se não, o bebê é tirado dos braços dos pais e pertencem ao governo. Contraventores podem ser punidos com a morte ou exílio, e são encaminhados para um local conhecido como Cidade Banida. O que você faria, se sua filha recém-nascida fosse vetada por um governo opressor, que através de simples previsões, a considera uma ameaça? Appia enfrentou uma sociedade injusta para salvar sua filha Seppi Devone de ser morta por algo que ainda nem tinha feito. E, assim que a história se inicia.
O universo que Ricardo criou é incrível. Guerras, forças da natureza, ação de armas químicas e nucleares foram responsáveis por dizimar a maior parte da população humana e, com o que restou da radiação, algumas pessoas sofreram mutações, adquirindo poderes psíquicos e formas assustadoras. Com Seppi não foi diferente. Porém, ela tinha uma grande responsabilidade nas mãos, pois, por causa de uma marca de nascença - uma borboleta que carrega no ombro - todos acreditam que ela pode derrubar o governo rígido e salvar todos de uma obsessiva busca pela ordem.
"E uma pergunta rondava a minha cabeça: Qual era a diferença entre a verdade e a mentira? Simples. Só a segunda pode ser misericordiosa." (p. 82)
Apesar de já ter terminado a leitura, ainda estou com toda essa aventura na minha cabeça. O livro é viciante gente! A criação de humanos que sofreram mutações marcam as páginas do livro, e são descritos de uma maneira em que o leitor pode imaginar perfeitamente suas feições. As dúvidas e anseios de Seppi também marcam essa história, e fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que mentem ou mentiram para ela a vida toda.
Diante do que já escrevi até aqui, é óbvio que amei a construção dos personagens. Não vou descrever todos para a resenha não ficar enorme, mas vale muito a pena conhecer cada um deles, com a leitura dessa obra. Seppi, nossa protagonista, me conquistou, e isso é um fator muito importante.
"Todos em volta cessaram suas estúpidas e mundanas batalhas pela vida. Prestavam atenção na imponência do sofrimento, dor e lamento do homem que praticamente derretia. A cada segundo, os gritos tornavam-se mais agudos, mais desesperados e, acima de tudo, mais saborosos." (p. 104)
Não posso deixar de citar o final. Gente, desnecessário o autor causar esse sofrimento todo com aquele desfecho (risos). Nem acredito que vou ter que esperar o próximo livro para saber o que vai acontecer. Pois é, descobri a pouco que é uma duologia. Fiquei pasma com o epílogo, e só sei de uma coisa: quero mais!
A narrativa é feita, em sua maioria, em primeira pessoa pelos olhos de Seppi. A escrita do autor é totalmente envolvente, e repleta de muita ação. Ao mesmo tempo em que não queria largar o livro, também não queria que chegasse ao fim.
A diagramação é perfeita, com folhas amareladas e fonte em tamanho ideal. A capa está totalmente de acordo com a história, e me agradou bastante. A revisão está impecável, e se tinha algum erro, não notei.
Depois de tudo isso, como não recomendar? Esse é o tipo de livro para quem já curte distopia, é claro, mas também para quem gosta de aventura, e diversas cenas de ação, pois um ponto forte do livro é a quantidade de lutas. Enfim, a trama é viciante, a escrita ótima, e vale a pena conferir. Vocês só têm a ganhar. Leiam, leiam, leiam!
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