Paty 31/03/2021Ele causou algumas discussões entre o povo aqui em casaOlha, tem uma porção beeeeem grande de coisas que eu gostei nesse livro, de verdade, mas não sei se agora eu vou lembrar delas porque ainda estou sob efeito de nervosismo pós passei-no-semestre-graças-a-Deus. Eu faço questão de começar falando da tradutora.
"Ah, mas ela não é a única que traduz do japonês pro português". Sim, eu sei, e não é isso que vou discutir, quero apenas parabenizá-la pelo magnífico trabalho pois não ser a única não torna o trabalho mais fácil, e preciso dizer que o trabalho da Leiko foi magistral. Obrigada por existir, Leiko, e ter traduzido esse livro para nós, sua tradução ficou sublime.
Agora, vamos para o livro em si. Eu poderia soltar uma ininterrupta ladainha sobre os aspectos formais do texto e blablabla mas não vou fazer isso (a muito custo, porque acostumei tanto na universidade a fazer isso nas análises... isso acabou se tornando um vício contra o qual tento lutar asokpsoakopskpaks). Mas, preciso dizer que toda a construção textual foi muito boa mesmo... eu senti uma certa progressão textual às vezes, mas nada que alguém vá pensar "que droga". A poesia aqui também é maravilhosa. É o tipo de livro que eu SENTI o que o cara estava descrevendo, sabe? Paisagens, por exemplo: eu simplesmente conseguia imergir na descrição da coisa, o ribeirinho que ele descrevia, da mesma forma que eu conseguia ver as ruas enlameadas, os bambuzais e enfim; ele coloca de uma forma tão poética até as coisas mais simples, tipo "ah, o Musashi comeu um bolinho de arroz lá", e não de um jeito que ficasse chato, mas de um jeito que eu pensava "pô, deve tá mó bom esse bolinho aí, queria um também". Isso foi muito legal pra mim.
Agora, sobre os personagens: a verdade é que eu gosto muito da Otsu, ela é uma personagem com muita presença mesmo, ela é uma personagem forte e gosto muito disso, porque ela suporta uma coisas que a galera no geral não ia suportar não (não vou falar porque acho que seria spoiler). Mas não consigo deixar de pensar que ela é bem otária de ficar correndo atrás do Musashi (foi essa a parte que causou mais dissenções aqui entre nós... todos aqui já leram os livros dele, menos eu hehehe). Ela é incrível, mas o que falta de amor próprio nessa mulher é deprimente num ponto que dá vontade de pegar na mão dela e mandar ela se tratar. Eu não entendo como um ser humano em plena consciência se daria ao trabalho de quase morrer por um cara que, por mais que diga que ama, não demonstra nada disso. Do Joutaro não tenho o que falar, ele verdadeiramente ama a Otsu, não de jeito romântico, mas ele tem imenso carinho por ela de um jeito que o protagonista dessa história aparentemente nunca vai ter (esperemos o segundo volume para ver o que tem a nos dizer). Só não gostei quando ele matou o cachorro, isso foi maldade, mas ele é um mulequinho meio burro às vezes, então... Agora, o Musashi... mano. Tá, assim, gosto muito dele, mas do jeito que você encontra um personagem meio imbecil do qual você não consegue desgostar... Porque eu gosto super dele, ele é um ótimo personagem, mas ele é bem otário também. E egoísta. E mentiroso (não é sempre). E mala. MAS é um cara legal do jeito dele. Mas as coisas que ele faz quando diz respeito à Otsu me deixa virada no jiraya, não faz o sentido nenhum. Mas continuo na torcida para que ele consiga seguir nesse caminho da espada que ele escolheu... eu só queria que a Otsu acordasse pra vida ou sei lá, coitada, muito burrinha, nossa...
Mas enfim, é isso, o livro é muito bom e não é porque os personagens são um bando de bocós que vou desgostar da história, muito pelo contrário, isso até torna a história melhor pra mim. Lê aí, mó bom. (resenha confusa de novo, mas quem ler, perdoa eu, sou universitária com apenas uns três neurônios realmente funcionais, os outros se aposentaram).