Karol 30/09/2011Resenha para Livros em Série.com.br”Philippa Gregory é a dama do romance histórico”- Kate Mosse, autora de ‘Labirinto’.
Esse é o modo que posso começar essa resenha sem jogar em cima de vocês, logo de cara, todo o meu fanatismo por essa mulher. Agora que provei que não é só de minha mera opinião a genialidade dessa autora, posso continuar: Não importa quantos autores sobre o mesmo assunto eu seja capaz de ler, nenhum chega aos pés de Philippa. Desde o primeiro livro dessa série, ela vem mostrando ter um conhecimento absurdo sobre a Dinastia Tudor e uma criatividade incrível para transformar fatos históricos em grandes e profundos conflitos amorosos ou políticos.
No livro ‘O bobo da rainha’ não é diferente. Philippa nos dá informações básicas, e de extrema importância, de três personagens importantes da história inglesa: Maria Tudor, a rainha religiosa fanática, maluca, sangrenta e completamente apaixonada por sua nação e por seu marido; Elizabeth uma princesa a frente do seu tempo que, como a sua mãe, fazia o que tinha vontade, forte e admirada ; e Robert Dudley, o lorde galã, fiel à Elizabeth, um tipo de homem que desperta o interesse de qualquer mulher.
Além desses personagens ‘reais’ do livro, Philippa foi brilhante ao criar personagens fictícios que são tão diferentes, tão intrigantes e tão cheios de problemas que, poderiam confundir qualquer um de nós como personagens verdadeiros.
A narradora dessa história é Hannah, uma garota judia espanhola que fugiu com seu pai da Inquisição depois que sua mãe foi queimada como uma herege. Seu pai é dono de uma livraria e faz cópias de todos os tipos de livros, a sua maioria, tidos como proibidos assim que Maria Tudor sobe ao trono da Inglaterra. Hannah é uma garota forte, independente e muito culta. Assim que a sua peregrinação começa, ela é obrigada a se vestir como um garoto para despistar e acaba tomando isso como um refúgio para não crescer, virar mulher e ter que se casar com o seu pretendente judeu, Daniel. Hannah acha que ela pode se virar sozinha e que ser mulher de alguém e ter de obedecer à um marido não combinam com ela.
Além de ter essa personalidade forte, Hannah tem o dom da Visão. Logo no começo do livro ela conhece Robert Dudley e John Dee, dois estudiosos que vão comprar livros com o seu pai, e se impressiona com a figura de um anjo que entra com os dois na livraria. Ao saber dos dons da garota, Robert à chama para servi-lo no palácio, sendo o bobo santo do Rei Eduardo, filho de Henrique VIII e Jane Seymor, que tem 15 anos e está muito doente. Assim que Eduardo morre, Hannah é enviada à Maria Tudor, a rainha meio espanhola, tirana, que a adota como uma filha e por quem Hannah tem muito carinho e, ao mesmo tempo, medo já que de todos, ela escondia sua verdadeira origem.
Hannah é um bobo fiel à Rainha, uma garota cheia de amor pelo seu patrão Robert Dudley e tem uma admiração enorme pela princesa Elizabeth. Todos esses sentimentos são misturados com o medo de ser queimada com a sua mãe e a colocam em situações difíceis onde ela se vê, ao mesmo tempo, ajudando e traindo seus amados.
Fora essa trama toda de Hannah com os membros reais, existe o problema com seu noivo, Daniel que, na minha opinião, é um dos personagens mais queridos fora o bobo bufão amigo de Hannah, Will. Daniel é estudante de medicina, judeu e é completamente apaixonado por Hannah apesar dela o tratar mal muitas vezes. Ele é o verdadeiro príncipe encantado da história, sempre disposto a salvar sua amada mesmo que ela não queira. Mas, se você acha isso muito chato e sabe que tal perfeição de homem não existe, espere até ver o que Daniel apronta quando Hannah finalmente se entrega ao seu amor!
O livro não é o melhor da série, mas é muito melhor do que muito livro que existe por ai. Os personagens são críveis e, como Philippa sempre faz, uma hora você os odeia e outra hora os ama. São personagens humanos vivendo situações verdadeiras de um passado assustador da Europa.
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