Hereges

Hereges Leonardo Padura




Resenhas - Hereges


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Lilian 17/02/2020

longo e incrível
o livro é ótimo e tem um trabalho de pesquisa incrível. na verdade, poderiam ser três livros, então pense que você está comprando 3 por 1.
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Debora.Vilar 24/05/2020

Então... o tal mistério que o Conde devia resolver resultou que se resolveu praticamente sozinho, ele não fez nada além de ser um abelhudo. A obra é marcada pela dualiade temporal, oscila entre o contexto histórico da Europa do século XVIII e a Idade Contemporânea nas Américas mas especificamente Cuba e EUA; o que salvou foi o ambiente do século XVIII, na história contemporânea está marcada mais pelo machismo e a meritocracia do que pelo antissemitismo. De um modo geral personagens demais, praticamente a maioria dispensáveis e com conexões toscas.
Serivaldo 24/05/2020minha estante
O contexto histórico foi surpreendente. Ao longo da história fui pesquisando sobre os vários nomes citados e, principalmente, sobre as pinturas de Rembrandt, espetaculares.




Literatura Policial 11/11/2015

Leonardo Padura e o elogio à heresia nossa de cada dia
Como o próprio autor gosta de explicar, não se trata de um livro de Mario Conde, mas COM Mario Conde. Mesmo afastado da polícia há quase vinte anos, ele não perde o jeito de farejar crimes e um intrigante pintor o procura para desvendar mais um mistério: como um quadro pintado por Rembrandt há 350 anos, que pertenceu a uma família de judeus poloneses que habitavam Cuba, reapareceu em Londres para ser leiloado? A partir daí, o leitor é levado à Europa do século 17, à Havana das vésperas da Segunda Guerra Mundial, à Cuba de 2007-2008… Somos apresentados a personagens marcantes, apaixonantes e inesquecíveis: o judeu que renega a religião, o pintor que desafia seus pares para seguir um mestre, a garota emo que persegue um amor e uma causa…

“Hereges” surpreende por muitas razões. Mescla romance histórico com crítica social, não renuncia à narrativa policial e se revela um extraordinário empreendimento humanístico. Impossível não se emocionar com os acontecimentos no Porto de Havana em 1939, quando o navio Saint Louis – lotado de imigrantes judeus, que tentavam escapar das perseguições nazistas – tem que retornar à origem sem desembarcar seus passageiros.

Leia a resenha completa no site!

site: http://literaturapolicial.com/2015/11/11/leonardo-padura-e-o-elogio-a-heresia-nossa-de-cada-dia/
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Daniela.Carvalho 01/06/2016

Hereges
A obra é subdividida em vários livros. O ponto em comum entre todos são as reflexões sobre a vida e a liberdade. Quando a história segue a narrativa de Mário Conde, o livro torna-de irresistível.
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Luis 13/10/2023

Um Habanero embebido em história
O meu primeiro contato com a obra de Leonardo Padura foi há cerca de oito anos com o elogiado “O homem que amava os cachorros”. O misto eloquente de história e ficção me impressionou de forma única e em pouco tempo adquiri o seu livro seguinte, “Hereges” (Boitempo, 2015). Inexplicavelmente, o romance dormiu nas estantes por oito anos e, mais inexplicavelmente ainda, saiu da fila há duas semanas. pouco tempo antes de mais um capítulo das agruras do povo judeu, tema central da narrativa.
Embora eu não tenha tanta familiaridade com o autor, ouso afirmar que “Hereges” é uma espécie de show room das habilidades que o cubano vem construindo em sua carreira, já que une o rigor da construção de um cenário histórico que se molda à perfeição aos seus objetivos de ficcionista, como bem demonstrado no livro anterior, ao universo do seu grande personagem e que marca toda a sua trajetória : O detetive Mário Conde.
A trama começa com o ex-policial Conde sendo procurado em Cuba pelo judeu americano Elias Kaminsky com um pedido inusitado : a tentativa de recuperar os passos de seu falecido pai, Daniel, que migrou da Polônia para a ilha ainda criança fugindo da perseguição nazista, foi criado e se casou em Havana e depois emigrou para os Estados Unidos. O estopim dessa investigação foi o misterioso reaparecimento de uma de Rembrandt em um leilão em Londres e que, segundo Elias, pertencia a sua família e foi perdida em circunstâncias escusas, quando o restante da família de Daniel, composta por seus pais e sua irmã caçula, também tentavam entrar em Cuba (onde Daniel já estava, agregado com um tio) em busca de salvação.
Esse dilema inicial dá início a uma construção literária que implica em saltos no tempo, contemplando acontecimentos na Cuba atual, onde seguimos as dúvidas e questionamentos de Mário Conde, na Cuba dos anos 30 e 40 onde se cria Daniel Kaminsky e, num toque de erudição que faz de “Hereges” uma obra singular, na Amsterdam do século XVII, onde um jovem judeu aspirante a pintor também de nome Elias, se torna discípulo de Rembrandt e peça chave para o mistério do quadro que, nos três séculos seguintes, seria testemunha e gatilho das tragédias que permearam a família Kaminsky.
A trajetória do Elias holandês é um verdadeiro tratado sobre as questões históricas que envolvem o anti semitismo e a peregrinação do povo hebreu, em especial, o trecho em que o jovem pintor, em uma longa carta ao seu Mestre, descreve com detalhes chocantes o grande massacre de judeus que presenciou na Polônia entre os anos de 1648 e 1653. Ler esse trecho há poucos dias, em meio às noticias sobre os ataques na faixa de Gaza, foi das experiências mais estranhas que já tive como leitor. Eis os mistérios da ficção.
Assim como na obra do carioca Luiz Alfredo Garcia Roza, um dos grandes trunfos de Padura é a criação de todo um universo em torno de seu personagem síntese, o cinquentão Conde. Seus amigos, amores e dilemas na sua (complicada) relação com a Ilha, mesmo que tratados de forma paralela ao drama principal, são literalmente o tempero que dá sabor e colorido a um banquete literário, a ser desfrutado com a calma de uma verdadeira degustação. Talvez seguida de um autêntico charuto cubano.
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Egídio Pizarro 03/06/2017

É o segundo livro que leio de Leonardo Padura - o outro, "O homem que amava os cachorros", é ótimo.

Aqui ele mantém um estilo bastante parecido, mas há alguns detalhes que deixaram a obra um pouco abaixo do que eu esperava. O mistério da primeira parte, por exemplo, não foi mistério em momento algum para mim. Posteriormente, a forma como ele explora a cultura emo ficou destoante - em qualidade - do resto da narrativa. Usa 4 personagens, mas todos dotados de um mesmo nível filosófico, o que torna a situação um pouco irreal.

A despeito desses pequenos defeitos, é possível perceber no trabalho de Leonardo Padura um estilo bastante próprio que o alça ao posto de um dos melhores autores latino-americanos. Nos dois livros que li, percebi tons de elogio à simplicidade da vida cubana, porém ele sempre faz notar que o cerceamento às liberdades individuais é uma falta grave e defende essa ideia com maestria.

Recomendo bastante a obra dele.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 23/11/2019

Leonardo Padura - Hereges
Boitempo Editorial - 512 Páginas - Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht - Capa de Ronaldo Alves - Lançamento no Brasil: 2015

Depois do grande sucesso de público e crítica de seu romance histórico "O homem que amava os cachorros" e também do policial "A neblina do passado", Leonardo Padura se tornou um dos escritores cubanos mais conhecidos no Brasil. Em Hereges o leitor reencontrará um dos personagens mais famosos e carismáticos do autor, o detetive Mario Conde, um escritor frustrado que, após a sua saída dos quadros da polícia local, sobrevive à base de expedientes, comprando e vendendo livros usados, assim como boa parte da população de Havana, uma geração desiludida com os rumos da revolução.

Lançado originalmente em 2013, o livro combina os dois estilos – romance histórico e policial noir – em um ambicioso projeto narrativo que conecta uma série de fatos e personagens ao longo de muitas épocas, todos ligados a uma pintura perdida de Rembrandt. Em 1939, o menino Daniel Kaminsky e seu tio aguardam no porto de Havana a chegada do navio S.S. Saint Louis com 937 refugiados judeus que, no entanto, após vários dias de espera foram impedidos de desembarcar em Cuba. Entre os passageiros estavam o pai, a mãe e a irmã de Daniel. Em 2007, o detetive Mario Conde é procurado por Isaias Kaminsky, o filho de Daniel, para investigar o que ocorreu com sua família e a pintura de Rembrandt que deveria ter sido utilizada como suborno na época para autorizar o desembarque da família.

"Tratava-se de uma cópia recente de uma foto antiga. O sépia original tinha se tornado cinza e viam-se as margens irregulares da cartolina primitiva. Na imagem havia uma mulher, entre os seus vinte, trinta anos, sentada com um vestido escuro numa poltrona de tecido brocado e espaldar alto. Ao lado da mulher, um menino de uns cinco anos, em pé, com a mão no colo da senhora, olhava para a objetiva. Pelas roupas e penteados, Conde supôs que a foto tinha sido tirada entre as décadas de 1920 e 1930. Já advertido sobre o assunto, depois de observar os personagens, Conde se concentrou num pequeno quadro pendurado atrás deles, acima de uma mesinha onde repousava um vaso com flores brancas. O quadro devia ter, uns 40 por 25 centímetros, a julgar por sua relação com a cabeça da mulher. Conde moveu a foto procurando a melhor iluminação para estudar a figura emoldurada: tratava-se do busto de um homem, com o cabelo repartido no meio e descendo até os ombros e uma barba rala e descuidada. Aquela imagem transmitia algo indefinível, sobretudo o olhar perdido e melancólico dos olhos do sujeito, e Conde se perguntou se era o retrato de um homem ou uma representação da figura de Cristo, muito parecida com alguma que devia ter visto em um ou mais livros com reproduções de pintura de Rembrandt. Um Cristo de Rembrandt na casa de judeus?" (p. 36)

Na primeira parte da obra (Livro de Daniel) é contada a trágica história da família Kaminsky, na segunda (Livro de Elias), em 1643, o leitor acompanha em detalhes o trabalho de Rembrandt e de um jovem que, apesar da proibição da religião judaica, luta para ser aceito como aprendiz do mestre. Na terceira parte (Livro de Judith), em 2007, Mario Conde investiga o desaparecimento de uma jovem adolescente em Cuba que acabará se conectando com a família Kaminsky e o misterioso quadro. Na última parte (Gênesis), o quebra-cabeça histórico é finalmente resolvido. Uma obra de fôlego e excelente recomendação para conhecer o trabalho de Leonardo Padura, ainda melhor que "O homem que amava os cachorros".
Naila Soares 25/11/2019minha estante
Adorei a resenha. Tenho o livro, vou pegá-lo para dar uma olhada.


Alexandre Kovacs / Mundo de K 25/11/2019minha estante
Muito bom, vale o investimento de tempo na leitura de mais de 500 páginas.




Gepiton Pereira 07/07/2020

FIEL OU NÃO
Qual é o preço da devoção ou da heresia?
Seremos capazes de ser fiéis a nossas ideologias pela liberdade a qualquer custo. Certa vez, ouvi dizer ou li que TODOS temos um preço! Leonardo Padura coloca este questionamento
em cada capítulo.
Excelente leitura para quem aprecia contexto histórico, político, cultural que são muito bem apresentados , investigação policial, que na minha opinião não é a essência do livro . A essência do livro é a dissertação sobre O Sagrado intrínseco no ser, exposto ao decorrer do livro em todos os personagens, seja por sua heresia ou por sua devoção.
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Geublu 09/11/2020

Herege
Um livro singular, pois nunca tive uma experiência como esse autor me ofereceu...a temática do livro é religião, com cenário de suspense, que são leves, porque é possível presumir os autores que despertam o mistério. O questionamento a respeito da religião e da busca por liberdade, é fascinante como nós humanos temos uma necessidade inerente de acreditar em algo e por algum motivo somos levados a escravidão de dogmas, regras...Enfim adorei o livro!
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Poesia na Alma 25/04/2018

Na contramão do que está fora
O herege – palavra de origem grega ‘hairesis’ que significa ‘escolher’, mais tarde, pela igreja, passa a ter um novo significado “o que está fora da Igreja” – para além do senso comum e da visão marginalizada, é um corajoso disposto a causar estranhamento num grupo a ponto de promover mudanças. ‘É preciso ter valor para ser herege’, segundo Leonardo Padura, autor do livro HEREGES, 503 páginas, Boitempo Editorial.

(...) chegavam com a ratificação de uma condenação à morte já anunciada, Daniel Kaminsky, chafurdando nas brumas de sua dor, tomou a drástica decisão de, por vontade própria e do fundo do seu coração, a partir desse instante renegar sua condição de judeu.

HEREGES é um romance de caráter histórico e policial, com três protagonistas: Daniel, Elias e Judith que têm em comum o quadro Rembrandt e a necessidade de liberdade. A história do Saint Louis em 1939 e o envolvimento de Cuba é ponto de partida. Daniel Kaminsky, judeu de apenas oito anos, está em Cuba aos cuidados do tio e espera sua família – pai, mãe e irmã – refugiados do Holocausto que virá no navio Saint Louis. Sua família era portadora de um quadro de Rembrandt desde o século XVII que poderia garantir a estadia em Cuba.
A proposta é que o navio aportasse em Havana e depositasse “sua carga humana de 937 judeus alvoroçados por sua boa sorte”. Assim como a Europa, Cuba havia sido tomada por campanhas nazistas contra os Judeus.

O mais doloroso, contudo, foi ver como a gente comum, sempre tão aberta, muitas vezes repetia o que lhe inculcavam: os Judeus são sujos, criminosos, trapaceiros, avarentos, comunistas, diziam. (...) Era evidente, como depois chegaria a entender, que a propaganda e o dinheiro nazistas haviam atingindo seu objetivo, com a colaboração – por ele prevista – do governo dos Estados Unidos e sua política de cotas de imigrantes.

Após dias, atracado em Havana, o Saint Louis fora rejeitado por Cuba, Estados Unidos e Canadá, e Daniel, apenas com oito anos, viu sua família partir naquele navio direto para morte. “Também aprendeu, para sempre, que o processo de manipular as massas e trazer à baila os seus piores instintos é mais fácil de explora do que se costuma pensar”. Resultando num dos mais vergonhosos e desumanos atos políticos do século XX.

Daniel neste momento renega sua condição de Judeu e decide viver integralmente a cultura e rotina de Cuba ao passo que o Rembrandt desaparece. E então o já conhecido Conde, personagem de outros livros do autor, agora ex-policial, contratado pelo filho de Daniel anos depois, também participa dessa trama.

A segunda parte do livro, Elias, traz a história de Elias Ambrosius, no século XVII, discípulo de Rembrandt, emprestou seu rosto para pintura do quadro de famoso quadro Jesus de Nazaré e é condenado por heresia. A terceira parte do livro traz o desaparecimento de Judith Torres, uma jovem ‘emo’ de dezoito anos e mais uma vez a presença de Conde se faz necessária fazendo um pingue pongue entre romance histórico e romance policial.

O último capítulo do livro, Gênesis, o autor sustenta a relação dos três personagens centrais pelo prisma da liberdade e heresia. Durante a narrativa, outros personagens vão também dando vida ao conceito de liberdade, de romper com o imposto que engessa e propõe repensar o sentido da vida.

O Herege não é aquele que está fora, é aquele que está dentro. Daniel não deixa de ser judeu visto que essa também é uma questão de memória celular, mas ele rompe com o dogma, ele deixa de ser um dogma, o mesmo se pode pensar de Elias Ambrosius e Juduth é a representação do juvenil e melancólico, como se fosse o resultado de uma história que não deve mais se repetir, que grita por progresso “Os emos eram netos de um avassalador cansaço histórico”. Também pode ser vista como a finitude de um conflito existencial de gerações. Conde seria o elo entre todos esses personagens e esses conflitos e Elias, filho de Daniel, a necessidade da verdade, para que se deixe de lado a angústia e possa gozar da liberdade.

Se um país ou um sistema não permite escolher onde se quer estar e viver, é porque fracassou. A fidelidade por obrigação é um fracasso

A necessidade histórica e humana da heresia mesclada ao mistério policial faz com que mais de quinhentas páginas possam ser lidas rapidamente, onde o único crime é o de não ser livre e o enigma, repensar valores para o coletivo. Poderia descrever de várias formas viscerais a força dessa leitura, entretanto, deixo aqui as palavras de Eric Nepomuceno “Fica, então, uma advertência: ler este livro até o fim pode mudar sua maneira de ver a vida e mundo. Para melhor, é claro.”

site: http://www.poesianaalma.com.br/2018/04/resenha-na-contramao-do-que-esta-fora.html
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Thaise @realidadeliteral 16/03/2020

Difícil de ler e mais difícil de esquecer!
Em Hereges de Leonardo Padura, temos uma das histórias em que seu personagem recorrente Mario Conde, ex-policial que adora mistérios não solucionados.
Vamos acompanhar ao longo dessa leitura a história, em tempos diferentes de um quadro de Rembrandt no qual é retratado um jovem judeu como se fosse Jesus e as histórias de “heresia” que o perseguem.
O livro é dividido em partes que contam histórias diferentes de heresia que se entrelaçam e se completam sem deixar nenhuma ponta solta. Algumas partes são bem fluidas, como livros policiais que não conseguimos largar porque queremos saber onde aquilo vai dar e outras são tão descritivas que deixam a leitura muito arrastada.
Sem contar o tanto de vezes que tive que parar para olhar o google e pesquisar lugares e obras de arte citadas no texto. Isso significa que Hereges não é um livro fácil de ser lido, mas possui uma riqueza de pesquisa histórica e artística que fazem valer a pena o esforço que a leitura demanda.
Acompanhar Mario Conde nessa investigação pelas ruas de Havana foi uma delícia, e refletir junto com ela a existência ou não de Deus foi muito enriquecedor.
As atrocidades das quais o ser humano é capaz de cometer fazem os personagens, Conde e nós leitores, questionarmos a existência de Deus. Como um ser que é amor pode deixar seres humanos inocentes serem perseguidos por suas crenças, morrerem nas câmaras de gás sem ter feito nada e que Deus é esse que ensina que esses mesmos seres humanos devem aceitar todos os martírios com resignação pois essa é a vontade desse ser supremo. É justo nossos personagens serem condenados e julgados hereges apenas por não quererem acreditar no que lhes é imposto?
Como podem ver esse livro além de trazer muita bagagem histórica também trás muitas reflexões. Por fim, recomendo esse livro para você que está procurando uma história mais profunda, mais densa, com doses de sarcasmo e muita reflexão, e segue um conselho: esse livro não é um livro para se ler com pressa, é aquele que deve ser degustado e digerido com a calma necessária.

site: https://www.instagram.com/p/B8r8mLfDkQ9/
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Adriano Barreto 07/10/2017

Melhor leitura do ano
Conhecia o autor por "O homem que amava os cachorros", e já havia criado uma certa expectativa positiva com relação a esse. O que, às vezes, é ruim por que, se o livro for mediano, ficamos frustrados. O que não aconteceu, muito pelo contrário, elevou ainda mais o conceito que havia formado do autor. Um livro que, além de explorar a questão da liberdade sob diversos pontos de vista nas três histórias que o entrelaçam, tem a capacidade de transportar o leitor, sob o olhar do romântico Mario conde, a Havana do século XX ou a Amsterdã do século do XVII.
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Mussi 21/01/2019

Espera mais deste livro
Gostei do livro, mas fiquei com a impressão de algo em excesso na obra que tira aquilo que mais gosto nas outras obras de Padura : a leveza ao descrever personagens e enredo.
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Thiago Barbosa Santos 23/01/2019

Já leu algum autor cubano?
Há uns três anos, encontrei em uma livraria do Aeroporto de Aracaju o livro de um autor chamado Leonardo Padura. Logo fui pesquisar de quem se tratava e vi que era um jornalista e escritor cubano que vinha fazendo muito sucesso em vários países. Logo coloquei as duas principais obras dele na fila de leitura. Pouco tempo depois, assisti a uma entrevista dele no Roda Viva da TV Cultura e fiquei ainda mais curioso para lê-lo.

Li recentemente ‘Hereges’ e já virei um grande fã de Padura. Ele tem a veia do romance policial, já publicou muitos livros do gênero, mas ‘Hereges’ é bem mais que isso. O escritor mistura, com maestria, história e noir. Ele fez uma pesquisa muito detalhada sobre a perseguição aos judeus e juntou ficção com fatos históricos importantes, como a chegada, em Havana, do Navio S.S Saint Louis, em 1939, com 900 judeus refugiados da Alemanha.

Na primeira parte do livro, conhecemos a história de Daniel Kaminsky, judeu polonês que chegou recentemente à ilha com o tio, fugidos da perseguição nazista. Eles aguardavam o navio com a chegada do restante da família. Porém, a embarcação chegou e ficou vários dias à espera de autorização para o desembarque, o que acabou não acontecendo. O navio foi para os Estados Unidos, Canadá e também foi negado, até voltar para a Europa, onde os refugiados se dividiram em alguns países. Os Kaminsky foram para a Holanda. Algum tempo depois acabaram sendo mortos. Daniel nunca mais viu os pais e a irmã.

O garoto ficou vivendo com o tio. Primeiro ele, depois o próprio parente, aos poucos, foram deixando os costumes de seu povo, vivendo mais alinhados com os costumes cubanos, como hereges. Daniel Kaminsky cresce, se casa, constrói sua vida, sempre próximo e conectado ao tio. Um dia, meio que por acaso, vai parar em uma casa onde encontra na parede um quadro do pintor holandês Rembrandt. Ele fica impressionado, pois aquele quadro tem conexão direta com a história dele. A obra pertencia a sua família por várias gerações. Era uma espécie de patrimônio, que numa necessidade, seria negociado por uma grande quantia. O quadro estava com os pais no navio. Daniel acreditava que teria voltado com seus familiares na Europa. Mas afinal, o que estava fazendo em Cuba? Como foi retirado dos pais naqueles fatídico dia em que esperavam desembarcar no país e foram renegados. O rapaz foi atrás da verdade e resolveu tomar uma atitude drástica que mudou para sempre a vida dele e a do tio. Daniel resolveu matar o cara que estava com o quadro, meio que por vingança e vontade de recuperar o que pertencia a família dele. Porém antes de fazê-lo, o homem acabou sendo assassinado por uma outra pessoa. Mesmo assim, com medo, resolveu fugir para os EUA com a esposa.

O tio de Daniel não quis ir, ficou em Cuba, pois havia se casado com uma mulata e adotara o filho dela. Por amor ao sobrinho, com o intuito de protegê-lo, o tio mesmo que havia assassinado o homem e recuperado o quadro, aquela peça que havia trazido várias desgraças para a família. Por isso, em segredo, a destruiu.

Na segunda parte do livro, voltamos no tempo, vamos para a Holanda, acompanhar como, de uma forma até inusitada, o valioso quadro foi parar nas mãos da família Kaminsky.

Na outra parte do livro, vamos para 2007, o filho de Daniel Kaminsky, o Elias, volta para Cuba atrás da história do quadro. Para ajudá-lo na empreitada, contrata um policial aposentado, o Mario Conde (personagem recorrente na obra de Padura). Ele descobre que o quadro destruído pelo tio-avô era falso. O verdadeiro, depois da morte dos pais, estava sendo leiloado em Londres. Quais os caminhos que levaram o quadro de Cuba para a Europa? Quem estaria envolvido nesse esquema?

Neste meio tempo, Mario Conde se envolve em uma outra história, para tentar desvendar o desaparecimento de uma jovem emo. A solução deste caso o leva, indiretamente, a descobrir os contrabandistas do quadro. As histórias, na verdade, se conectam, ainda que de forma acidental. Elias luta judicialmente para recuperar o quadro, mas não quer o dinheiro que pode ser adquirido com a venda dele. Prefere doá-lo a um museu e, de alguma forma, reparar todo o sofrimento que a obra trouxe para sua família.

Hereges ganhou o X Prêmio Internacional de Romance Histórico Ciudad de Zaragoza e foi finalista dos prêmios Médicis e Fémina. Leonardo Padura ganhou recentemente o Prêmio Princesa das Astúrias, pelo conjunto de sua obra.
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