spoiler visualizarlcshenrique 08/09/2017
Reflexivo
É a história de Donald, cansado de sua rotina. Trabalhava na mesma empresa há 15 anos, tinha um velho sonho de velejar. Donald tem uma filha, Maria, e é casado com Hagar.
Donald é comunicado pela empresa que vai ganhar férias de 3 meses, situação perfeita para ele realizar o sonho. Conversando com a mulher, eles decidem que ele vai velejar durante esses 3 meses, e em certo ponto, levará sua filha Maria para velejar com ele. A intenção dele era levar Hagar também, porém ela não gosta muito do mar e preferiu ficar em casa esperando-o.
Donald se encontra num ponto de total estresse, na minha visão. Ele já não suporta a rotina e raciocina de forma lenta às vezes. Do meio para o fim do livro, dá a entender que ele tem problemas mentais ou, pode ser que tanto tempo no mar distante de pessoas, pode ter levado ele a esse estado.
O começo do livro é um pouco previsível. Um homem no mar, suas rotinas no mar, velejando, velejando e velejando.
A história muda quando supostamente ele atraca em um porto de uma cidade Holandesa, se não me engano. É quando Hagar envia a filha para a cidade para que os dois, pai e filha, possam voltar para casa velejando. Faz sentido pois, o caminho até a Noruega é pequeno, dois dias velejando, segundo ele, então normal até aí. Porém, as coisas começam a ficarem ?estranhas? a partir daí. Por que? Bom, Maria tem 7 anos, você deve esperar que uma mãe não deixaria a filha viajar de avião sozinha para uma cidade onde ela encontrará o pai para velejar. Você pode pensar: ?Bem, ela vai encontrar o pai, não vejo problema. Século 21, supernormal?. Sim, pode ser. Talvez meu pensamento seja um pouco retrógrado, porém, como Donald descreve a mulher dele, me faz surpreender que ela a envia sozinha até a tal cidade. Ok, ela foi enviada. Sozinha, de avião, com sua mochila e seu urso. Ela chega, encontra o pai e as coisas continuam a não me convencer. Maria tem 7 anos, a personalidade e a as atitudes parecem ser de uma menina mais velha, uns 15 anos talvez. A única parte que ela parece criança é quando ela faz perguntas. Ela faz muitas perguntas, sobre tudo. E criança faz muitas perguntas. Com a chegada de Maria, Donald tenta se transformar no ser prefeito. Tem de ser a viagem perfeita, tem que olhar tudo sistematicamente perfeito, nada pode falhar.
Ele cuida de tudo enquanto Maria apenas desenha e brinca. Já na reta final da viagem, já prevendo uma tempestade, ele resolve ficar no meio do mar até a tempestade passar, pois o barco é pequeno e em alto-mar, não teria problema o pequeno barco girar em meio a tempestade pois, não havia nenhum banco de areia ou pedras para o barco se chocar. Na segunda noite sem dormir, Donald está sentado na proa do barco verificando o mar e fazendo anotações de tudo. Ele fica tão fissurado nisso que acaba se perdendo, não vê a tempestade vindo e dorme. Donald acorda com a tempestade e vai procurar Maria. Aí começa o drama. Ele procura Maria em todos os lugares, todos os lugares e não encontra. De tão fissurado que ele estava, ele começa a criar teorias, tenta adivinhar o que aconteceu. Pensa que ela está brincando com ele, pensa que ela subiu no barco e caiu no mar. Ele fica nessa agonia até amanhecer. Quando amanhece, ele enxerga algo no mar e pula com um bote em direção a tal coisa. Mas ele esquece de descer a escada para voltar ao barco. Ele então rema até a coisa, o bote murchando e a agonia se transforma em um pouco de esperança. Em vão, quando ele chega perto, vê que era uma boia. Nada de Maria.
Então, ele volta para o barco, com a mão machucada ele consegue pegar uma corda e com a ajuda da onda subir de volta ao barco. E então ele resolve por fim ligar para a guarda-costeira, porém ele fala muito baixo, e pensando que o rádio estava respondendo ele, ele vê que não era o rádio, era Maria. Ela estava o tempo todo no único lugar que ele não procurara: O BANHEIRO. Então ele lembra-se que em casa ela costumava ir ao banheiro a noite e ele ficava escutando seus passos até voltar para cama. Ou seja, a fissura dele por fazer tudo perfeito acabou que deixando ele cego. Então ele leva ela para a cama e vai cozinhar para ela.
Aí a história muda. Agora vamos ver o final da história pela mulher dele. O que me deixou um pouco com o sentimento vago pois, seria interessante saber a reação dele ao ver que a filha dele no barco era apenas ilusão de sua cabeça. Enfim, a mulher vai para a praia esperar que ele chegue, e para nossa surpresa, ela está com a filha, a Maria. Então, o que o Donald teve no mar, a perda da filha, os momentos que ele achou que estava com ela, a recepção a ela na praia... tudo foi ilusão da cabeça dele. E mais, ele não tirou 3 meses de férias, ele foi afastado. E a Hagar levava com ela, uma carta de demissão que teriam emitido no trabalho dele.
Ou seja, não gostei muito do final, achei que faltou a história dele, a reação dele ao saber que tudo foi ilusão, que ele se arriscara atoa, pois, a filha não havia sumido. No todo, achei um bom livro. Dou 3 estrelas. Apesar de que ele quisesse sair um pouco do trabalho para recarregar as energias, fazer algo que ele sonhava a tanto tempo, ele acabou que piorando a situação pois, ele se perdeu no mar. Ele queria tudo perfeito, queria mostrar para a mulher e para os colegas de trabalho que conseguia se virar sozinho, que era um líder. Porem ele ficou tão apegado a fazer tudo 100% certo, que acabou não velejando, mas sim preocupado em agradar aos outros e a si próprio, provando algo que não precisava. Entrou em colapso e ficou ?louco?.