Silêncio

Silêncio Shusaku Endo




Resenhas - O Silêncio


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Vanessa.Saraiva 22/01/2024

Foi uma leitura única que, com certeza, me proporcionou aprendizados profundos.
Inevitavelmente, me fez refletir sobre como seria hoje em dia se não tivéssemos a liberdade religiosa que ainda possuímos.
Michela Wakami 23/01/2024minha estante
Eu não li o livro, só assisti ao filme, e fiquei destruída. É bem forte!


Vanessa.Saraiva 23/01/2024minha estante
Vdd eu também fiquei com a leitura, é de um sofrimento inexplicável...Pretendo assitir o filme em breve.




Marcos606 19/09/2023

Sebastião Rodrigues, um jovem padre jesuíta português parte em 1637 para o Japão ao lado de companheiros sacerdotes. Eles planeiam ir, para fazer trabalho missionário e para descobrir a verdade sobre o seu professor, Cristovão Ferreira, um respeitado missionário e teólogo, que recentemente foi envergonhado por causa da sua apostasia. No Japão, os cristãos vivem sob forte perseguição e são frequentemente torturados.

Em Macau, Rodrigues e o seu companheiro Garrpe conhecem Kichijiro, um japonês que conhece cristãos que praticam a sua fé em segredo. Ele é astuto e alcoólatra, mas a melhor escolha de guia que eles têm. Eles chegam ao Japão em uma pequena cidade chamada Tomogi, perto de Nagasaki. Lá administram a sua fé a partir de uma cabana secreta no alto de uma colina. Logo a fé de Rodrigues é testada: dois cristãos da aldeia, quando solicitados a abandonar a religião, recusam. Eles são então deixados no oceano em estacas para morrer de exaustão. Rodrigues começa a questionar por que Deus se cala diante desse horrível sofrimento de seus seguidores.

O título é referente ao silêncio de Deus em meio ao mal e ao sofrimento humano. O leitor é levado mais fundo no mistério à medida que a narrativa se desenrola. Atos de maldade humana que causam angústia, sofrimento e morte parecem suscitar apenas fria indiferença.

Como cristãos, quando testemunhamos injustiças e abusos, lutamos para decifrar uma razão para isso. O apóstolo Paulo disse à igreja perseguida em Roma que todas as coisas contribuem juntamente para o bem (Romanos 8:28). Se conseguirmos encontrar uma razão para a dor, poderemos provar que Deus ainda é soberano e que Ele ainda é bom. Endo aborda esta necessidade desesperada de encontrar sentido na nossa miséria, enquanto Rodrigues reflete sobre o martírio de dois homens da sua congregação:

Mas eu sei o que você dirá: ‘A morte deles não foi sem sentido. Foi uma pedra que com o tempo será o fundamento da Igreja; e o Senhor nunca nos dá uma prova que não possamos superar… Como os numerosos mártires japoneses que morreram antes, eles agora desfrutam de felicidade eterna.’ Também eu, é claro, estou convencido de tudo isto. E ainda assim, por que esse sentimento de tristeza permanece em meu coração?

Endo vai ao cerne da nossa experiência humana de sofrimento: mesmo sabendo que “o sangue dos mártires é a semente da Igreja” ainda devemos lamentar as vidas perdidas.

Em um momento de sofrimento mental, Rodrigues clama ao Senhor por paz, mas não recebe resposta. Perto do final da sua prisão, Rodrigues é confrontado por um antigo mentor, o Padre Ferreira, que abandonou a fé durante torturas extremas e começou a trabalhar para os seus perseguidores para desmoralizar os crentes japoneses. Ferreira descreve como foi forçado a ver a sua congregação sangrar: “Eu rezei. Continuei orando. Mas a oração não fez nada para aliviar o sofrimento deles.”

Ferreira está errado. A oração pode trazer conforto de uma forma que nada mais consegue.

O elemento mais doloroso da angústia de Rodrigues não reside na tortura sofrida, mas sim no seu sentimento de abandono por Deus.

No clímax do livro de Endo, Rodrigues renuncia a fé, para acabar com o tormento de quatro irmãos crentes. Tal como Ferreira, ele começa então a trabalhar para o governo para reprimir a ascensão do cristianismo no Japão. Nas últimas páginas, Rodrigues confessa: “Senhor, fiquei ressentido com o teu silêncio”. Uma voz responde: “Eu não fiquei calado. Eu sofri ao seu lado.”

Podemos concluir que Deus nunca fica em silêncio, Ele fala precisamente quando devemos ouvir a Sua voz.
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Ana Paula Clara 24/11/2022

Favorito do ano ?
?Pecado, refletiu ele, não é o que se costuma imaginar; não é roubar, não é mentir. Pecado é um homem pisar brutalmente na vida de outro e ficar bastante alheio às feridas que deixou."

Silêncio é meu primeiro contato com a obra de Shusaku Endo, e é tecido com base em eventos e pessoas reais. 

O Japão mostrou forte resistência à expansão do cristianismo no século 17. A igreja, preocupada com a renúncia do padre Ferreira, um dedicado missionário na missão de espalhar a palavra, envia dois jovens padres com a missão de averiguar o ocorrido e dar continuidade ao trabalho missionário em solo japonês. 

Apesar das advertências da igreja, da proibição do governo e dos avisos do povo de Macau? os dois aportam no Japão, e se deparam com um povo miserável e sofrido que padece sob severas restrições do governo. A situação era muito pior do que imaginavam. 

Sebastião e Garpe realizam seus trabalho em segredo, mas após severas perseguições e reprimendas, acabam sendo capturados. Os constantes ardis das autoridades e os meios cruéis usados para arrancar a fé cristã do povo japonês, leva Sebastião a uma terrível luta interna, questionando não apenas a fé do povo e sua própria, mas o porquê do silêncio constante de Deus.

Shusaku reitera o termo silêncio diversas vezes não apenas para reforçar o tema da obra, mas para expor os diversos silêncios que reinam ao redor de Sebastião? o silêncio dos homens, da natureza, o silêncio que antecede o terror, o silêncio de Deus, e não apenas para reforçar essa imagem, mas também para expor diversos tipos de vazios, ausências e abandono. 

O uso das palavras foi cuidadoso, tecendo uma obra que colocou Shusaku Endo no papel de um dos maiores romancistas do século 20 com louvor. 

Apesar de ser um tema delicado, é uma obra histórica excepcional. Se você gosta de romances históricos, livros que debatem filosofia e religião, ou se quer saber mais sobre o Japão do século 17 ou apenas quer conhecer esse romance célebre, esse livro é para você.

?? Mas já deixo avisado que é uma leitura densa, e possui gatilhos: violência, tortura e degradação de figuras religiosas.
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ricardinho 13/06/2022

Como anda a sua fé?
Shusaku Endo foi um escritor católico japonês e um dos mais celebrados e conhecidos do seu país. Após a Segunda Guerra Mundial, viveu momentos de dúvidas sobre a sua fé e foi à Palestina pesquisar sobre Jesus Cristo. Esses estudos transformaram a sua vida e edificaram ainda mais a sua conduta católica, levando-o a escrever O Silêncio em 1966.
Esse livro é uma ficção baseada em fatos reais sobre a tentativa ocidental de catequisar os japoneses por volta do século XVII. Se por um lado o povo japonês estava disposto a aceitar os preceitos cristãos, seus administradores relutavam, pois temiam que o poder que a Igreja tinha no ocidente pudesse liberar os seus tentáculos no país oriental. Assim, quando os padres eram descobertos, sofriam torturas físicas e psicólogicas para que apostatassem e servissem de exemplo para aqueles que desejavam ser cristãos. Essa tortura também era imposta aos novos cristãos.
Todo esse sofrimento, representado pelo personagem principal, levou alguns líderes católicos a questionarem a sua fé, pois o silêncio "ensurdecedor" de Deus diante de tanta dor, abalava o mais fiel dos corações. Mas afinal, que Deus é esse que permite que seus filhos sejam humilhados e torturados? Será a nossa fé do tamanho apenas das nossas conquistas?
Enfim, é uma grande obra e nos leva a muitos questionamentos e reflexões. Leiam, viajem nas páginas de Endo e reflitam sobre a sua fé.

site: @photobrincando
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Guilherme 15/02/2022

Uma surpresa muito agradável. O que me atraiu nesse livro, anos atrás, foi o lançamento do filme do Scorsese e o prefácio escrito por ele nessa edição. Não sei o que me motivou a pegar esse livro para ler agora, mas que bom que isso só aconteceu agora, e não antes.
Não sou nada religioso, o que a princípio me distanciaria da obra, mas a acredito que qualquer pessoa madura e de mente aberta possa absorver a mensagem desse livro. Uma história muito bonita, dotada de uma delicadeza e singularidade que eu nunca li em outro lugar.
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lolcode 13/08/2020

Uma viagem a saga do cristianismo no Japão
Esse livro foi uma experiência única e bem interessante. Não vi o filme, mas posso imaginar pq as pessoas não gostaram: dificilmente um filme capta as angústias internas de um personagem como um livro. E essa angústia de Rodrigues é a melhor parte do livro.

Vemos a angústia do jesuíta em uma terra muito diferente da sua. Muitas vezes ele compara a sua jornada com a de Jesus, o que torna o livro, em alguns trechos, repetitivo.

Nao gostei muito do autor ter mudado as datas dos acontecimentos de alguns fatos históricos mas esta edição pelo menos nos alerta para tal.

Acho que o livro oferece uma perspectiva única para um acontecimento histórico bem obscuro e que pouco se é comentado. E ainda é mais interessante pelo fato do ator ser um católico japonês.
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Samylle 08/06/2020

Que livro mais intenso e angustiante, nada mais que a verdade sobre a ida e a dificuldade que os cristão passaram no Japão feudal.
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Nanda 08/06/2020

Para conhecer a história
Bom livro pra conhecer e entender a influência do ocidente no oriente e a sua resistência a essa influência.

Desenvolvido em forma de carta, prende o leitor e leva para o momento em que está sendo contextualizado
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Jéssica (@simboraler) 30/04/2020

Até onde vai a sua fé?
O que seria a verdadeira fé? Este livro é bem impactante e conta uma história que se passa em um período que poucos conhecem.
?
Padres e missionários católicos viajavam para diversos países do mundo, catequizando diversos povos nativos e muitos sabem disso, mas este livro trás a tona uma visão diferente. Essas missões, ao chegarem a Ásia, tiveram muita dificuldade em serem bem sucedidas, exceto pelo Japão, o qual recebeu bem o cristianismo. Porém, pouco tempo depois, os senhores do Japão se sentem invadidos ou até mesmo ameaçados pela grande influência da cultura e religião ocidental em sua terra e dessa forma se inicia a caçada aos cristãos, onde os samurais os obrigam a renegar sua religião por meio de tortura.

Nesse meio histórico, o autor nos apresenta Padre Sebastião, que junto de um amigo padre vão até o Japão clandestinamente para dar apoio aos cristãos que lá vivem, pois com essa caçada não há padres para que os mesmos pratiquem o cristianismo. Mas essa missão não será fácil, e ele passará por muitas provações e o silêncio de Deus mediante aos acontecimentos irá abalar profundamente o Padre. Esse livro é acima de tudo, sobre a força da fé e o que ela realmente representa para quem crê.

Recomendo demais
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Lusia.Nicolino 09/01/2020

Aventure-se pelo desconhecido
Sem querer entrar no mérito conceitual da atual expressão “lugar de fala” – o que faz os crentes de uma doutrina atravessarem o mar para perpetrá-la a quem não está interessado?
Ou que pode interessar-se dependendo das angústias que enfrenta. Mas, a que custo e a que recompensa estará sujeito?
O Silêncio nos conta um pouco de história, de verdade, suavizada aqui, passando do ponto ali, mas é para ser lido como um romance e não como um livro de História. Endo, profundo observador dos dramas humanos, narra a saga de missionários portugueses no Japão do século XVII, quando os que se tornavam cristãos eram perseguidos, torturados, obrigados a abrirem mão da vida pela fé, sob os olhos dos jesuítas, também eles obrigados a renunciar sua crença, seu Deus, que fica em silêncio. Fica?
É preciso fechar os olhos para abrir o coração? Embarque nessa viagem, eu tenho um interesse acima da média pelos autores orientais de forma geral e você pode não gostar do estilo. Mas eu recomendo: aventure-se pelo desconhecido.
Martin Scorsese adaptou a obra para o cinema e retratou a força da fé em tempos perigosos, mas eu não vi o filme.

Quote: “Pecado, refletiu ele, não é o que se costuma imaginar; não é roubar, não é mentir. Pecado é um homem pisar brutalmente na vida do outro e ficar bastante alheio às feridas que deixou.”

site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Lismar 09/02/2018

Obra-Prima Japonesa
Acabei de ler esse que é considerado a obra-prima de Shuzaku Endo, além de um grande clássico da literatura japonesa: O Silêncio, em que aborda um período negro na história japonesa: a da perseguição aos cristãos na Ilha Nipônica ocorrida no século XVII.

O livro não narra o início desse conflito, mas com ele já em seu ápice. No que tange à história, três missionários portugueses decidem verificar a razão de que um respeitado padre luso ter apostatado de sua fé no longínquo Japão. Uma decisão que, por ter vindo de uma figura de grande venerabilidade entre seus iguais, causa uma grande comoção na Igreja Católica.

A obra é narrada em 1ª e 3ª pessoa ao longo da história; esta em tempo real e aquela através de cartas. Uma estrutura ousada que poderia ser prejudicada caso fosse escrita por mãos inábeis; o que felizmente não é o que acontece aqui. O japonês consegue intercalar de muito bem essas duas formas, tornando a leitura fluida e viciante. A partir do momento em que comecei a ler, não consegui mais largá-lo. Até porque o livro é tenso, já que envolve perseguições, torturas e execuções de cristãos feitas de forma implacável. Endo não poupa o leitor ao discorrer sobre a violência contida em sua obra.

Outro ponto bastante positivo é a imparcialidade do escritor ao construir seu livro. Apesar de todo barbarismo perpetrado pelos japoneses, ainda consegue balançar-nos, bem pouco é verdade, pelo lado japonês ao mostrar-nos a justificativa da autoridade japonesa em expulsar os cristãos.

Mas nada se equipara à razão do título do livro, quando o leitor descobre o por que dO Silêncio, o que nos leva a refletir sobre os limites da fé e da crença cega. Um verdadeiro soco no estômago.
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