Vânia 16/10/2015
Orgulho & Preconceito Modernoso e Viajandão
Lizzy está prestes a completar 21 anos; estuda turismo e tem um blog de viagens - o Wanderlust Lizzard. Não vem de uma família rica.
Seu pai, britânico, dentista recém-formado, resolveu tentar a sorte no Brasil e acabou escolhendo a cidade de Petrópolis por conta de seu clima e seu jeito europeu. Lá, ele conheceu Agnes Gardiner, filha de produtores de flores na região, e este atualmente era o negócio da família. Eles não eram ricos, mas tinham uma situação confortável.
Lizzy, para viajar e poder postar em seu blog, economizava em tudo que podia para ter dinheiro suficiente. Seu blog dava dicas dos lugares e as hospedagens, normalmente locais mais baratos, mais focados no povo mochileiro.
Graças à amiga Charlotte Lucas, que estava estagiando na rede de hotéis Rosier, ela conseguiu uma espécie de parceria ao fazer propaganda dos hotéis deles em seu blog, oferecendo quartos mais baratos.
Ah! Mas os hotéis Rosier eram espetaculares. Na verdade, sua clientela era AA, e havia hotéis nas principais cidades do mundo. Inclusive o chefe de Charlotte, William Collins, tinha a promessa de ser o responsável em inaugurar um no Brasil.
Collins venerava sua patroa, Catherine Fitzwilliam DeBourgh. Esta administrava os hotéis a mão de ferro, enquanto seu sobrinho, Darcy, ainda estava em seu ano sabático, viajando pelo mundo, antes de assumir de vez sua parte nos negócios da família.
Mas voltando a Lizzy e suas viagens, ela encontrava-se em Amsterdam com sua irmã mais velha Jane.
Numa tarde de sábado, enquanto almoçavam, Lizzy e seu grupo de amigos barulhentos acabaram "incomodando" a mesa vizinha, mas um dos ocupantes dessa mesa gostou do que viu, apresentou-se e ficou por ali. Charles Bingley.
No outro dia mais uma vez os dois grupos se esbarraram. Lizzy até achou Charles legal - e ele pareceu bem interessado em sua irmã Jane -, mas o amigo dele parecia pomposo demais; a antipatia foi gratuita e ela o apelidou de "Prego".
Acontece que Lizzy e a irmã acabam sempre encontrando este grupo, ou pelo menos Darcy e Charles, porque Charlotte trabalhava na rede de hotéis na qual Darcy era um dos donos. Além disso, vendo o quanto Charles não parava de "perseguir" Jane, ficava difícil evitá-los.
Somando a isso, tinha o projeto de Lizzy, algo relacionado a Latitude 22°, no qual ela visitaria lugares que cortassem essa "linha" no mapa. Este foi apresentado ao conselho da rede de hotéis para serem os patrocinadores, e foi aprovado, e só bem mais tarde que Lizzy ficou sabendo que na aceitação do projeto um determinado detalhe viria junto com toda a ajuda financeira...
Entre idas e vindas, América do Sul e Europa, o casal Lizzy e Darcy se estranha, se engalfinha, se ajuda, se conhece, e, mais importante, acaba por se apaixonar.
Para quem conhece o original de Jane Austen, já sabe toda a peregrinação entre o orgulho de um e o preconceito de outro, mas que, no final, eles se dão conta que os dois são mais parecidos do que gostariam de admitir.
O enredo, apesar de conhecido, traz um ar novo à história, com tantos lugares lindos sendo visitados.
É uma verdadeira aula de turismo e, acredite, você termina a leitura com uma vontade louca de viajar.
O livro não é fininho e dá bastante tempo dos personagens, mais do que conhecidos, mostrarem todos os seus defeitos e suas virtudes.
George Whickham continua um safado, sem-vergonha. Adorei o jeito super moderno de Charlotte (e não aquela garota "encalhada" do original) e...ahhhhhh....uma diferença mais que interessante a respeito da família de Darcy e Wickham.
Para quem sempre quer saber sobre detalhes técnicos do livro: o papel não é branco; a letra não é serifada (o que às vezes cansa um pouco a leitura) e a distância de parágrafos não é muita. Então, leia calmamente, absorva toda a informação necessária porque você vai se divertar (e às vezes se irritar) com o jeito de Lizzy e Darcy (confesso, me irritei mais com ela do que com ele).
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